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O antropófago Oswald de Andrade e a preservação do patrimônio: um "devorador" de mitos?1 1 Agradecemos o arquivo do IHGB (na figura de sua chefe, Sônia N. de Lima), assim como Maria Eugenia Boaventura, pela conversa-entrevista sobre Oswald de Andrade no IEL/Unicamp, e o Cedae (na figura de sua diretora, Roberta de Moura Botelho), que guarda a coleção Oswald de Andrade no IEL/Unicamp. Agradecemos a leitura atenta de Margareth da Silva Pereira e de Paulo Garcez Marins e o incentivo de Silvana Rubino e Márcia Sant’Anna.

The anthropophagous Oswald de Andrade and the heritage conservation: a devourer of myths?

RESUMO

Um documento inédito de 1930, atribuído pelas autoras do presente artigo a Oswald de Andrade, no qual ele sugere as “Bases para a Criação e Organização do Departamento de Defesa e Conservação do Patrimônio Artístico do Brasil”, é o ponto de partida para se discutir a sombra historiográfica que encobre o escritor como um dos agentes da constituição, no campo das ideias, de uma cultura preservacionista no país, particularmente no âmbito dos antecedentes do desenho de constituição do futuro Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que tem hoje na figura de Mário de Andrade o centro de seu mito fundador. Propõe-se problematizar essa questão a partir de aspectos da biografia de Oswald de Andrade, suas ideias, posições políticas, seu lugar social, suas amizades e inimizades. Anima o debate a pergunta: haveria uma dificuldade em se admitir a provocadora presença de um “conservador antropófago” na história de constituição do principal órgão de preservação federal no Brasil?

PALAVRAS-CHAVE:
Oswald de Andrade; Iphan; Conservação

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