RESUMO
Este artigo analisa, por meio do estudo dos tipos textuais usados dentro do gênero discursivo Livro de Tombo e de textos congêneres, a tipologia textual encontrada no Livro de Tombo do Setor de Etnologia e Etnografia do Museu Nacional/UFRJ, quando da reorganização realizada por Edgard Roquette-Pinto, no início do século XX. A perspectiva entre a Coleção Comissão Rondon e outros textos de Roquette-Pinto é o corpus para entender a modificação da antropologia enquanto ciência no Brasil. Ao analisar a catalogação como gênero discursivo examinam-se as mudanças nas descrições dos objetos indígenas em coleções e em textos etnográficos. Com o uso de exemplos, analisam-se as características dos dois discursos simultâneos veiculados pelos textos: o da ciência e o da civilização dos índios. O primeiro era descritivo e o segundo, narrativo. Estes discursos se uniam e se separavam de acordo com a organização e função nos textos. Na pesquisa também foi observado que a cultura material dos indígenas não era examinada do ponto de vista das relações sociais nos grupos produtores, mas como estágios de evolução civilizacional conforme as teorias científicas da época.
PALAVRAS-CHAVE:
Edgard Roquette-Pinto; Museu Nacional; Comissão Rondon; Documentação museológica; Colecionismo; Etnografia