RESUMO
Este texto busca compreender as narrativas construídas em torno da história da curadoria de arte enquanto prática social, por meio da discussão de alguns de seus paradigmas. Propõe-se uma história na contramão da tendência de abordar a curadoria de arte apenas a partir da segunda metade do século XX. Do cuidado com as coleções às exposições temporárias, a curadoria de arte especializou-se ao longo dos séculos e foi responsável por articular diferentes discursos de legitimação sobre a arte. Se num primeiro momento constituíram-se narrativas sobre a arte e os artistas, ao longo do século XX e das experiências de arte moderna o foco voltou-se para a formação de público e de quadros profissionais para os museus. A partir da década de 1960 ocorre a divisão de uma figura que antes era una: o conservador - ou curador de coleção - e o curador independente. Enquanto o primeiro passou a ser considerado um mero funcionário das instituições museológicas, o segundo ganhou protagonismo e estatuto de autor. A inclusão de experiências curatoriais realizadas no Brasil, em diferentes momentos históricos, serve como contraponto crítico às práticas curatoriais de arte realizadas nas instituições tradicionais europeias e estadunidenses, com vistas a uma abordagem que leve em conta o processo de globalização.
PALAVRAS-CHAVE:
Curadoria de arte; Curador de coleção; Curador independente; Museu de arte; Coleção de arte