RESUMO
Este artigo explora a relação entre espaço doméstico, tecnologias e as políticas higienistas na cidade de São Paulo, entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Com base no levantamento dos pedidos para novas construções habitacionais do período, observa-se a rápida transformação da moradia segundo preceitos de salubridade e limpeza, com destaque para a constituição de um novo ambiente no programa residencial: o banheiro. Partindo dessa constatação, o artigo é dividido em duas partes: na primeira, discute-se como as políticas sanitaristas tornam obrigatória a presença de um cômodo sanitário nas moradias paulistanas por meio da implantação dos serviços de fornecimento de água e esgoto para domicílios, apoiada pela legislação e fiscalização; na segunda parte, o trabalho examina a apropriação social desse novo espaço, assim como de seus equipamentos, revelando que a consolidação do banheiro deve ser compreendida também à luz das mudanças das práticas corporais ligadas às ideias de higiene, limpeza e conforto em discussão na época.
PALAVRAS-CHAVE:
São Paulo (cidade); Banheiro; Habitação (1890−1930); Higiene