RESUMO
Esclerose lateral amiotrófica (ELA) é doença neurodegenerativa sem cura, mas tratamento multidisciplinar pode manter qualidade de vida (QOL). Embora profissionais de saúde possam ser afetados pela atuação na ELA, pouco é conhecido sobre impacto nesses profissionais.
Objetivo:
Analisar efeitos da interação entre pessoas com ELA e estudantes de Enfermagem e de Psicologia.
Métodos:
Durante 12 semanas, 16 pares de estudantes realizaram visitas domiciliares semanais de 60 minutos a 16 pessoas com ELA. Instrumentos utilizados nas análises foram McGill QOL para pessoas com ELA e Desenhe uma Pessoa e Questionário Desiderativo para estudantes, aplicados no início (pré-primeira visita) e final do estudo (pós-12 visitas).
Resultados:
Após 12 semanas, não houve alteração significativa na QOL total ou nos seus cinco domínios (bem-estar existencial, bem-estar físico, bem-estar psicológico, sintomas físicos e suporte). Bem-estar existencial e suporte contribuíram mais para QOL de pessoas com ELA (pré-primeira visita e pós-12 visitas). Estudantes apresentaram impulsividade/ansiedade, mas preservaram adequação à realidade, pensamento lógico e visão global da pessoa com ELA. Detectamos que estudantes estavam psicologicamente frágeis em alguns subgrupos/momentos:estudantes de Enfermagem pré-primeira visita, estudantes de Psicologia pós-12 visitas, estudantes do quinto semestre do respectivo curso, estudantes com 23 anos ou menos, e estudantes do sexo masculino pós-12 visitas.
Conclusões:
Visitas de estudantes a pessoas com ELA podem contribuir para a manutenção da QOL. Visitas com apoio psicológico parecem seguras e podem contribuir para amadurecimento psicológico dos estudantes como profissionais de saúde. Suporte psicológico adicional pode ser necessário para alguns estudantes em subgrupos/momentos frágeis.
Palavras-chave:
Esclerose amiotrófica lateral; enfermagem; psicologia; qualidade de vida