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Impacto das cefaleias em unidade de emergência da saúde suplementar e o uso de opioides

RESUMO

Introdução:

Cefaleia é uma das causas mais frequentes de atendimentos de emergência, sendo que a migrânea é a cefaleia primária mais comum nesse contexto.

Objetivo:

Avaliar a frequência de atendimentos por cefaleias, bem como as características demográficas e o tratamento oferecido aos pacientes atendidos em Pronto Atendimento da Saúde Suplementar.

Métodos:

No ano de 2017 foram realizados 11.105 atendimentos, sendo 4.865 (43,8%) por queixa de cefaleia. Foram selecionados randomicamente a analisados 407 prontuários de pacientes com cefaleia. Os dados demográficos, clínicos e terapêuticos foram coletados através de formulário estruturado.

Resultados:

A causa da cefaleia foi diagnosticada como migrânea em 60,0% dos prontuários. Os pacientes eram em sua maioria do sexo feminino (74,9%), com média de idade de 33,9±13,7 anos. O manejo dos pacientes constitui-se na administração de dipirona em 62,4%, antiemético 66,9%; corticóide 58,9%, opióide 24,3% e, por fim, AINE foi utilizado em 13,5% dos casos. O uso de opióide foi associado ao diagnóstico de migrânea (OR 2,4; CI 1,4-3,9; p=0,001). Pacientes que receberam opióide também tiveram maior tempo de permanência (OR 3,4; IC 2,1-5,4; p<0,001) e maior taxa de uso de antiemético (OR 11,0; CI 4,7-25,9; p<0,001), quando comparados aos pacientes que não receberam opióides.

Conclusão:

Dipirona e antiemético foram administrados na maioria dos pacientes. Opióide foi utilizado em parcela importante de indivíduos a despeito do diagnóstico de migrânea, condição na qual seu uso é desaconselhado.

Palavras-chave:
cefaleia; migrânea; opióde; serviço de emergência

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