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Resolução de cefaleia após redução dos níveis de prolactina em pacientes com hiperprolactinemia

Resumo

Os adenomas secretores de prolactina (PRL) estão associados à alta incidência de cefaleia. O papel da hiperprolactinemia no contexto da dor de cabeça não está claro, nem o efeito da redução dos níveis da PRL na cefaleia.

Métodos:

O presente estudo longitudinal avaliou pacientes hiperprolactinêmicos (69), quanto à presença e às características da cefaleia antes e após o tratamento da hiperprolactinemia.

Resultados:

Cefaleia foi relatada por 45 (65,2%) pacientes, independente da etiologia da hiperprolactinemia. O fenótipo de enxaqueca foi mais prevalente (66,6%). Os medicamentos usados ​​no tratamento da cefaleia não foram alterados durante o estudo. A primeira linha de tratamento da hiperprolactinemia foram os agonistas dopaminérgicos. Na última reavaliação, o nível de PRL sob tratamento estava dentro da faixa de referência em 54,7% dos casos, observando-se resolução completa ou parcial da cefaleia em 75% dos casos. A mediana de PRL neste momento em pacientes com resolução completa da cefaleia foi de 17 ng/mL, nos que relataram recuperação parcial foi de 21 ng/mL, e naqueles em que a cefaleia não se alterou foi de 66 ng/mL, com uma diferença significativa entre o grupo com resolução completa da cefaleia versus o grupo com cefaleia inalterada (p=0,022). Nos casos com resolução completa da cefaleia, a queda mediana nos níveis de PRL foi de 89% e nos casos com resolução parcial de cefaleia de 86%, ambos significativamente diferentes (p<0,001) da queda nos casos com cefaleia inalterada.

Conclusão:

Os dados permitem concluir que, nesta série, na maioria dos casos, a redução do nível de PRL foi seguida pela cessação ou alívio da dor.

Palavras-chave:
cefaleia; adenomas hipofisários; prolactina; hiperprolactinemia; agonista dopaminérgico

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