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Como diferenciar variante comportamental da demência frontotemporal de transtornos psiquiátricos: aspectos práticos para o clínico

RESUMO

Antecedentes:

Devido às alterações comportamentais precoces e proeminentes que caracterizam a variante comportamental da demência frontotemporal (DFTvc), os pacientes são mais propensos a procurar atendimento psiquiátrico e muitas vezes são diagnosticados inicialmente com um transtorno psiquiátrico primário (TPP). Diferenciar essas condições é fundamental, devido aos desfechos significativamente diferentes, diferenças no manejo dos pacientes, no aconselhamento familiar e na educação dos cuidadores.

Objetivo:

Propor um guia prático para o diagnóstico diferencial entre DFTvc e TPP.

Métodos:

Revisão não sistemática dos manuscritos publicados na área, incluindo algumas investigações anteriores de nosso próprio grupo e trabalhos com os quais colaboramos. Os principais achados e propostas foram sintetizados para auxiliarem a prática neurológica.

Resultados:

A literatura revisada sugere que a história clínica abrangente, avaliação cognitiva breve e avaliação neuropsicológica, exame neurológico detalhado com especial atenção às alterações motoras relacionadas à DFTvc, exames de neuroimagem estrutural e funcional, investigação genética em casos selecionados e o atendimento por equipe multidisciplinar, incluindo um neurologista e um psiquiatra com experiência em DFTvc, são bastante úteis na diferenciação dessas condições.

Conclusões:

Embora o clínico possa enfrentar grande dificuldade para diferenciar DFTvc e TPP, o uso de ferramentas apropriadas de forma sistemática e a disponibilidade de uma equipe multidisciplinar bem treinada podem aumentar significativamente a acurácia diagnóstica.

Palavras-chave:
Demência Frontotemporal; Transtornos Mentais

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