Lesões encefálicas produzidas pelo Paracoccidioides brasiliensis têm sido registradas na literatura com relativa freqüência. Os autores chamam a atenção para a dificuldade diagnóstica dêstes processos que, na quase totali- dade, constituem-se de achados cirúrgicos ou de necropsia. A síndrome de hipertensão intracraniana é a manifestação mais comum, levando quase sempre ao diagnóstico de tumor intracraniano. Os exames complementares, inclusive o líquido cefalorraqueano, são pobres em dados específicos; o encontro do parasita, assim como a positividade das reações de fixação de complemento e de precipitação nesse humor, são raramente verificadas. A natureza da afecção só tem sido suspeitada quando existem lesões paracocci-dióicas conhecidas em outros órgãos. Nove casos de blastomicose sul-americana com localização encefálica são estudados. Sete foram submetidos a intervenções cirúrgicas, dêstes, 3 tiveram boa evolução, sendo os únicos que sobreviveram de tôda a série. Nos três casos foi empregada, em épocas diversas depois da intervenção cirúrgica, anfotericina B pelas vias intravenosa ou intratecal. Os autores consideram a excição cirúrgica dos granulomas encefálicos imprescindível, mormente quando existem sinais de compressão bem localizadas. Após o ato cirúrgico a administração de anfotericina B, pelas vias intravenosa ou intratecal, deve ser prescrita a fim de evitar possíveis recidivas da moléstia.