Foram analisados os achados eletrocardiográficos obtidos dentro das primeiras 48 horas de instalação de acidente vascular cerebral hemorrágico em 70 pacientes. O grupo I foi composto de 55 pacientes com hematoma intracerebral espontâneo e o grupo II, de 15 pacientes com hemorragia subaracnóidea. Pacientes em uso de drogas cardíacas (beta bloqueadores, bloqueadores de cálcio, drogas inotrópicas) e/ou distúrbios metabólico/eletrolíticos graves foram excluídos. A alteração eletrocardiográfica mais comum em ambos os grupos foi o prolongamento do intervalo Q-Tc: grupo I, 37 (67,2%); grupo II, 8 (53,3%). Os eletroctardiogramas foram normais em 4 (7,2%) pacientes do grupo I e em nenhum paciente do grupo II. Não houve correlação significativa entre o local do hematoma cerebral e a ocorrência de alguma alteração específica do eletrocardiograma. O prolongamento do intervalo Q-Tc pode representar fator de risco potencial para o desenvolvimento súbito de arritmias cardíacas graves, observado em alguns pacientes com acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos.
hemorragia cerebral; eletrocardiograma; prolongamento do intervalo