Prosseguindo estudos anteriores que demonstraram a existência de fibras íntegras no segmento distal de nervos com mais de seis meses de secção completa, novas experiências foram efetuadas em cães, desta feita sendo utilizado o nervo ulnar, por causa de suas características morfo-funcionais e topográficas que se enquadravam perfeitamente aos nossos propósitos. A experimentação foi desenvolvida obedecendo a esquematização representada na fig. 1. Os resultados obtidos confirmaram nossos achados anteriores, visto que, mesmo após plexotomia braquial total e simpatectomia periarterial da artéria axilar, continuaram evidentes numerosas fibras nervosas de aspecto normal nos segmentos intermédios e distal do nervo ulnar mantidos em seus leitos conetivos naturais, mas completamente separados entre si e do côto proximal. Essas fibras nervosas, em face da experimentação efetuada, parecem não ser provenientes do côto proximal do nervo ulnar, nem de interco-municações com nervos vizinhos, nem tãopouco de "nervi-vasorum". Há indícios, no entanto, que possivelmente tenham se originado à custa de elementos constituintes de fibras "degeneradas", sob regência conjugada das células de Schwann e do meio ambiente natural. Os trabalhos prosseguem nesse sentido em busca de dados mais concretos. Todavia, desejamos ressaltar que os resultados práticos obtidos até o momento em mais de cento e cinqüenta pacientes, segundo informações de vários colegas que têm dado crédito às nossas pesquisas, vêm demonstrar que muito se poderá fazer em prol da reabilitação de inválidos, através de reconstruções e recuperação funcional de nervos com lesões antigas que infelizmente vinham sendo considerados como irreversíveis e irreparáveis.