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Genética, medicamentos e fatores do meio ambiente na doença de Parkinson

Um estudo caso-controle foi realizado na cidade do Rio de Janeiro, partindo-se do pressuposto de que neurotoxinas com ação parkinsoniana secundária poderiam facilitar a ocorrência da doença de Parkinson. Noventa e dois pacientes com doença de Parkinson e 110 controles foram avaliados através de questionário para a investigação de possíveis fatores de risco para a doença. Foram pesquisados os seguintes fatores: herbicidas e pesticidas, exposição a agentes químicos, uso de medicamentos com ação parkinsoniana secundária, vida rural, ingestão de água de poço, história familiar, passado de trauma central e consumo de cigarro. O estudo destes fatores foi realizado através das análises univariada, estratificada e multivariada. As análises univariada e multivariada demonstraram que a história familiar (RC = 14,5; IC = 2,98 - 91,38), o uso de medicamentos (RC = 11,01; IC = 3,41 - 39,41) e a exposição a agentes químicos (RC = 5,87; IC = 1,48 - 27,23) eram positivos como fatores de risco para a doença. Papel inverso foi ocupado pelo consumo de cigarros (RC = 0,39; IC = 0,16 - 0,95). A análise estratificada confirmou apenas história familiar e medicamentos como fatores de risco, além de demonstrar que o consumo de cigarros poderia ser um fator de proteção, quando houve alguma participação destes mesmos fatores. Este estudo talvez possa alertar quanto aos cuidados que devem ser tomados na utilização de drogas e na atividade ocupacional com agentes químicos, quando estes dois tipos de substâncias apresentam efeitos parkinsonianos secundários.

doença de Parkinson; genética; agentes químicos; drogas; fatores ambientais


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