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Cognição e dor crônica: uma análise em idosos cuidadores e não cuidadores residentes na comunidade

RESUMO

Introdução:

Nos últimos anos, observou-se crescente número de idosos que realizam o cuidado a outro idoso no mesmo domicílio. Esses idosos estão mais susceptíveis à sobrecarga e à presença de dor crônica, sendo que a dor pode influenciar negativamente as variáveis cognitivas.

Objetivo:

Comparar o desempenho e o processamento cognitivo de cuidadores idosos e não cuidadores com e sem dor crônica.

Métodos:

Estudo transversal realizado com 149 idosos, divididos em 4 grupos, pareados por sexo, idade e escolaridade. Os testes utilizados foram: escala numérica de avaliação da dor, Bateria Breve de Rastreio Cognitivo (BBRC), Addenbrooke’s Cognitive Examination (ACER-R) e processamento cognitivo por meio de Potenciais Relacionados a Eventos (P300).

Resultados:

Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os participantes com e sem dor crônica nos domínios cognitivos atenção/orientação (p=0,045) e habilidades visual-espacial (p=0,017), bem como no escore total do instrumento ACE-R (p=0,033). No grupo sem dor foram encontradas diferenças estatísticas entre cuidadores e não cuidadores, com melhores resultados no grupo cuidador. Não houve efeitos entre os sujeitos ou interações (fatores de Cuidado e Dor) na amplitude do P300 ou na latência do P300.

Conclusão:

De maneira geral, observou-se que indivíduos sem dor apresentaram melhor desempenho. Não foi observada relação entre os fatores cuidado e dor no desempenho cognitivo.

Palavras-chave:
Dor Crônica; Cognição; Cuidadores; Idosos

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