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Neuropatia dolorosa associada ao HIV: onde estamos?

RESUMO

Antecedentes:

Após o advento da terapia antirretroviral combinada a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) deixou de ser uma doença devastadora, porém a neuropatia sensitiva consequente à permanência do vírus e ao efeito colateral do tratamento piora a morbidade desses pacientes.

Objetivo:

Investigar a qualidade de vida de 64 pacientes com HIV, 24 com neuropatia dolorosa (grupo caso) e 40 sem neuropatia dolorosa (grupo controle). Avaliou-se também o impacto de outros fatores relacionados e não relacionados ao HIV na qualidade de vida.

Métodos:

Para avaliação da neuropatia dolorosa foram utilizadas as escalas Leeds Assessment of Neuropathic Symptoms and Signs (LANSS), Douleur Neuropathique 4 (DN4) e Escore de Comprometimento Neuropático (ECN). Para avaliação da qualidade de vida foi utilizada a escala Short Form Health Survey (SF-36). Fatores relacionados e não relacionados ao HIV foram obtidos através da anamnese e análise de prontuário.

Resultados:

A qualidade de vida dos pacientes com dor neuropática foi pior em 6 dos 8 domínios da escala SF-36. O número de manifestações clínicas relacionadas ao HIV, tempo de carga viral detectável desde o diagnóstico, tempo de diagnóstico da infecção pelo vírus e tempo de uso de TARVC impactaram negativamente na qualidade de vida. Maior nível de CD4, da escolaridade e da renda familiar impactaram positivamente.

Conclusões:

A neuropatia dolorosa relacionada ao HIV é fator de piora da qualidade de vida dos pacientes infectados por esse vírus devendo ser incluída na avaliação clínica desses pacientes.

Palavras-chave:
Morbidade; HIV; Qualidade de Vida

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