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Correlatos cerebrais da flexibilidade cognitiva: RM funcional do teste das trilhas

O Teste de trilhas (TT) pertence a uma família de testes que aferem a capacidade de alternar entre categorias cognitivas. Não obstante, o valor de localização do TT permanece obscuro. Neste estudo, relatamos a análise de um estudo de uma adaptação verbal do TT (TTv) com ressonância magnética funcional (RMf). O TTv realça a propriedade de mudança de categorias do TT convencional (escrito) ao mesmo tempo em que minimiza seus componentes visuoespaciais e visuomotores. O cérebro inteiro foi estudado pela técnica BOLD durante a execução alternante do TTvA e TTvB em sete adultos normais com mais de 12 anos de escolaridade. A ativação cerebral relacionada ao componente de alternância cognitiva da Parte B foi investigada comparando-se o desempenho no TTvB e no TTvA. Observamos acentuada assimetria de ativação a favor do hemisfério esquerdo, especificamente no córtex frontal dorsolateral (áreas 6 lateral, 44 e 46) e área motora suplementar/sulco do cíngulo (área 6 medial e 32). O sulco intraparietal (áreas 7 e 39) foi ativado bilateralmente. Esses achados estão de acordo com dados clínico-anatômicos e de imagem funcional que apontam para o papel crítico do córtex prefrontal dorsolateral e medial, bem como do sulco intraparietal, na regulação da flexibilidade cognitiva, dos mecanismos de intenção e execução de saques e anti-saques oculares. Muitos paradigmas neuropsicológicos de amplo emprego na prática clínica, como os testes de Stroop e de Wisconsin, e tarefas do tipo vai / não vai, compartilham padrões de ativação cerebral com o TT.

teste de trilhas; ressonância magnética funcional; córtex prefrontal; sulco intraparietal; função executiva; alternância cognitiva


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