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Transtornos depressivos associados à neurocisticercose: prevalência e correlações clínicas

Depressive disorders associated with neurocysticercosis: prevalence and clinical correlations

OBJETIVO: Investigar a ocorrência e os fatores de risco para morbidade depressiva em uma amostra de 38 pacientes ambulatoriais com neurocisticercose. MÉTODOS: O diagnóstico psiquiátrico baseou-se nos exames do estado mental atual e pregresso, respectivamente obtidos pelas entrevistas estruturadas do PSE-9 e SADS-L; as funções cognitivas foram avaliadas pelo MMS e pelo roteiro de Strub & Black (Mental Status Examination). RESULTADOS: Transtornos depressivos foram o achado psiquiátrico mais frequente (63,1%) entre os pacientes da amostra. Destes, 20 (52,6%) mostravam-se deprimidos no momento da avaliação e 4 apresentaram depressão no passado. Entre os pacientes deprimidos, 16 preencheram critérios diagnósticos do DSM-III-R para transtorno orgânico do humor (k = 0,4). Antecedentes pessoais de depressão (p = 0,006), sinais de atividade da doença (p = 0,044) e ocorrência de hipertensão intracraniana (p=0,065) foram os parâmetros clínicos que se correlacionaram com a presença de depressão. CONCLUSÕES: Tais achados, aliados à ausência de predomínio do sexo feminino entre os casos de depressão, sugerem etiologia orgânica. Os autores discutem essas observações à luz da literatura sobre outros transtornos mentais orgânicos.

neurocisticercose; transtornos (distúrbios) mentais orgânicos; depressão


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