RESUMO
Antecedentes:
O acidente vascular cerebral (AVC) tem sido reconhecido como um importante fator de morbimortalidade em neonatos e crianças. As crianças têm fatores de risco diferentes e mais variados que os adultos, comumente relacionados a uma doença subjacente. A funcionalidade das crianças pode estar comprometida após um AVC. Poucos estudos focaram em desfechos funcionais relacionados à atividade e participação.
Objetivos:
Investigar a funcionalidade de crianças com AVC, relacionada à autocuidado, mobilidade e função social.
Métodos:
Avaliamos a evolução funcional de 14 crianças com idade menor que 7,5 anos com AVC na primeira infância pela aplicação do PEDI.
Resultados:
A idade média de nossa amostra na avaliação foi de 3,6 ± 1,4 anos (2 - 6 anos). O escore médio nos domínios de autocuidado, mobilidade e função social do PEDI foram, respectivamente, 37,6 ± 15,4, 36,2 ± 15,4 e 48,7 ± 11,1. As crianças apresentaram evolução adequada para a idade nos domínios do PEDI: 71,4% delas em autocuidado e mobilidade e 92,9% em função social. Piores escores no domínio função social se relacionaram com lesões bilaterais (p = 0,05) e maior tempo de internação (r = -0,79; p = 0,001).
Conclusões:
Nossa amostra de crianças em idade pré-escolar mostrou, em geral, evolução funcional adequada para a faixa etária nos domínios de autocuidado, mobilidade e função social. Porém, lesões bilaterais e internações hospitalares mais longas se relacionaram com piores performances no domínio função social. Sugerimos focar na reabilitação funcional e acompanhar o desenvolvimento das habilidades sociais de crianças pós-AVC.
Palavras-chave:
Acidente Vascular Cerebral; Criança; Autocuidado; Locomoção; Habilidades Sociais