Relata-se o caso de paciente de 25 anos com ferimento por arma de fogo na articulação coxo-femural esquerda que desenvolveu, entre outros sinais de intoxicação plúmbica, polineuropatia periférica axonal predominantemente motora. Tratado inicialmente com corticosteróides em doses imunossupressoras obteve melhora, mas apresentava recidiva a cada tentativa de retirada da medicação. Demonstrados laboratorialmente níveis séricos tóxicos de chumbo, foi submetido à quelação com EDTA e à retirada cirúrgica do projétil, com boa recuperação da polineuropatia, sem necessidade ulterior de corticosteróides. Enfatiza-se: 1) o possível papel do sistema imune na fisiopatogenia da intoxicação por chumbo, podendo ser um dos motivos das diferentes apresentações clínicas das neuropatias plúmbicas na infância e no adulto; 2) a importância da retirada do material plúmbeo quando alojado em articulações.
projétil de arma de fogo; chumbo; articulação; polineuropatia periférica; corticosteróides