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Análises de livros

ANÁLISES DE LIVROS

CLINICAL NEUROLOGY: THE RESIDENT'S GUIDE. A. B. TODOROV, editor. Um volume (17,5x25,5) em brochura com 358 páginas, 40 tabelas e 88 figuras. Thieme-Stratton Inc., New York, 1983. Preço: US$ 30.00.

Contando com a contribuição de experimentados neurologistas (M. Alter, J. I. Balla, J. Berney, F. P. Bonikowski, L. R. Caplan, G. L. Culton, J. O. Donaldson, A. F. Haerer, J. H. Halsey Jr., A. A. Harris, S. Levin, J. S. Lieberman, J. Q. Miller, S. J. Oh, D. Smith, C. S. Swisher, N. Vijayan). Todorov coordenou e é o editor desta obra que vem preencher lacuna de caráter essencial quanto àqueles que empreendem seu treinamento em Neurologia em caráter de residência, obedecendo às características gerais da dinâmica imposta por esta última. Resulta ser a obra extremamente prática e bastante atualizada em seu conteúdo. Este é distribuído de tal forma a poder ser verdadeiro livro de cabeceira, para consulta imediata e uso durante as horas efetivas de atuação de um residente. Ao mesmo tempo oferece também matéria para que cada um deles faça a auto-abordagem do quanto representam os conhecimentos já adquiridos frente às necessidades mínimas impostas pela atividade diária. É para tanto que testes de auto avaliação se encontram distribuídos ao longo do texto em que são abordados de modo preciso aqueles conhecimentos de interesse ao diagnóstico e à atuação terapêutica imediatas que devem caracterizar os princípios do trabalho daquele residente realmente interessado e que, em situações de emergência, deve e pode ditar condutas.

Como Todorov afirma no prefácio, o modo dinâmico de distribuir a matéria visando a residentes em rodízio em Neurologia, não prejudica o conteúdo, isto é, não implica em abordagem superficial quanto às condições mais frequentemente observadas na prática diária. Assim sendo, é ele de grande valia também para o residente em neurologia, em especial quando nela se inicia embora vá, no decurso dos seus estudos, estender os conhecimentos nessas áreas e em outras a elas afins, obedecendo a características locais dos diversos serviços que oferecem residência em Neurologia.

Dentro desses princípios básicos, obviamente fundamentais ao treinamento, contém o livro matéria distribuída segundo grandes temas: exame neurológico e localização; emergências neurológicas; infecções do sistema nervoso central; traumatismos cranioen-cefálicos; doenças cerebrovasculars; comprometimento do sistema nervoso em processos sistêmicos; neurologia da gestante; neurologia da criança; alterações da fala e da audição; neurologia de senescentes; epilepsias; parkinsonismo; miastenia gravis; neuropatias compressivas; lombalgias, nucalgias; doenças neuromusculares; esclerose múltipla.

Residentes, preceptores e docentes podem avaliar - pela simples enumeração dos temas e considerando o já mencionado caráter dinâmico da respectiva abordagem - o quanto pode esta publicação vir a auxiliar no treinamento de residentes nas patologias fundamentais do sistema nervoso e que são de âmbito neurológico.

A. SPINA-FRANÇA

NEUROTENSIN, A BRAIN AND GASTROINTESTINAL PEPTIDE. C. B. NEMEROFF & A. J. PRANGE Jr., editores. Um volume em brochura (23 x 15) com 195 figuras, 79 tabelas e 444 páginas. The New York Academy of Sciences, New York, 1982.

O presente volume contém os relatos da conferência realizada em março de 1982 pela Academia de Ciências de New York sobre neurotensina; peptídeo descoberto há aproximadamente 10 anos e atualmente demonstrado estar presente no sistema nervoso central (SNC) e sistema gastrointestinal de vários mamíferos.

A conferência foi organizada em dois grandes temas centrais. O primeiro sobre a localização e efeitos da neurotensina na economia geral, incluindo ações no sistema endócrino e cardiovascular; o segundo sobre a localização, comportamento e efeitos neuroquímicos da neurotensina sobre o SNC.

Nesta reunião estavam presentes os principais investigadores nas várias sub-disciplinas das pesquisas em neurotensina, incluindo R. E. Carraway e S. E. Leeman, os co-descobridores do tridecapeptídeo, que descreveram respectivamente o isolamento original do peptídeo e os problemas de ensaio com a neurotensina. O uso das técnicas de imuno-histoquímica e radioimunoensaio para descrever a distribuição do peptídeo no cérebro e intestinos, recebeu um tratamento especial pelos investigadores. Em menor grau, mas com a mesma rigidez científica que nortearam toda a reunião, foram discutidos temas sobre a caracterização e distribuição das receptores putativos da neurotensina.

Dentro de três sessões sobre neurotensina e SNC foram abordadas a sua inativação, efeitos eletrofisiológicos, propriedades antinociceptivas, hipotérmicas e interação com drogas de atividades central. Além disto a distribuição em tecido cerebral humano post-mortem em doenças psiquiátricas e neurológicas foram também examinados.

Pelo exposto e densidade de informações reunidas, a leitura desta obra é recomendada a neurologista, neurofisiologista, psicobiologista e todos aqueles que se dedicam e se interessam pelo estudo dos neurotransmissores e suas patologias.

ALBERTO BERGER

CYSTICERCOSIS: PRESENT STATE OF KNOWLEDGE AND PERSPECTIVES. A. FLISSER, K. WILLMS, J. P. LACLETTE, C. LARRALDE, O. RIDAVRA d F. BELTRAN, editores. Um volume (15 x 22) com 700 páginas 281 figuras e 90 tabelas. Academic Press, New York, 1982.

Para aqueles que se dedicam ao estudo das moléstias inflamatórias do sistema nervoso sobretudo, a neurocisticercose, um novo livro está à venda.

Este volume contém todos os trabalhos apresentados no «International Workshop on Cysticercosis» ocorrido em novembro de 1981 em San Miguel de Allende, Guanajuato, México.

O livro é dividido em 7 partes: 1) notas históricas sobre a cisticercose; 2) epidemiologia e impacto econômico da cisticercose; 3) aspectos clínicos, patologia e tratamento da cisticercose humana; 4) morfologia e ultraestrutura do parasito; 5) biologia da cisticercose; 6) resposta imune do hospedeiro; 7) estratégias para a prevenção da cisticercose.

Participaram deste «Workshop» 89 pesquisadores quase todos da escola mexicana. Apesar de haver participantes do Chile, Venezuela, Peru, índia e Austrália sente-se a ausência da escola brasileira.

As ilustrações do livro sobretudo aquelas referentes aos aspectos anatomo-patológicos são excelentes. Destaca-se também o capítulo sobre tomografia computadorizada com exemplos de diversos tipos de imagem. O tratamento atual da cisticercose é enfatizado por trabalho do Dr. E. Groll da Alemanha; no entanto nos dois anos em que se seguiram ao simpósio novos aspectos já foram abordados. Apesar de apresentar uma visão heterogênea da cisticercose a leitura deste livro é sempre recomendada para aqueles estudiosos da neurologia e moléstias infecciosas, pois além da qualidade dos trabalhos apresentadas, existe uma farta bibliografia sobre o assunto.

JOSÉ ANTONIO LIVRAMENTO

FISIOLOGIA SENSORIAL. R. F. SCHMIDT, editor. Um volume (20x14) com 341 páginas, 138 figuras e 5 tabelas. Tradução de Hildegard Thiemann Buckup. Revisão técnica de L. S. Menna Barreto. E.P.U. - Springer - EDUSP, São Paulo, 1980.

A literatura brasileira dos cursos da área de saúde se ressente da falta de material didático e adequado para seus cursos sobretudo das «disciplinas do ciclo básico» como comenta o Prof. Menna Barreto, revisor técnico deste livro no prefácio desta edição.

Apesar de ser uma tradução do original alemão «Grundriss der Sinnesphysiologie», 3a edição revista e ampliada de, 1977 esta publicação vem agradar tanto a alunos como professores que estudam a Neurofisiologia.

A obra é escrita por sete colaboradores, que apresentam a matéria de uma maneira muito didática, objetiva e com fartas ilustrações. Ela é dividida em 9 capítulos gerais: 1) Fisiologia geral dos órgãos dos sentidos. Psicofísica (escrito por J. Dudel); 2) Neurofisiologia dos sistemas sensorials (M. Zimmermann); 3) Sensibilidade somatovisceral (R. F. Schmidt); 4) Fisiologia da visão (O. J. Grüsser e U. Grüsser-Cornehls); 5) Fisiologia da audição (R. Klinke); 6) Fisiologia do sentido do equilíbrio (R. Klinke); 7) Fisiologia dá gustação (H. Altner); 8) Fisiologia da olfação (H. Altner); 9) Sede e, fome: sensações de ordem geral (R. F. Schmidt). Cada capítulo apresenta subdivisões e no final de cada um deles existem questões formuladas sob forma de, testes que servem para os alunos, professores e leitores em geral. Todas as referências bibliográficas atualizadas encontram-se no final do livro, como também as respostas dos testes apresentados sobre cada assunto.

Apesar da passagem dos anos decorridos da publicação original este. livro juntamente com a obra Neurofisiologia do mesmo editor publicada pela EPU-EDUSP, 1979, deve integrar e auxiliar aqueles que estudam a Neurofisiologia não somente, em nível de graduação, mas também aqueles estudiosos das Neurociências em geral sob suas diversas especialidades.

MARIO W. I. BROTTO

NEUROFISIOLOGIA. R. F. SCHMIDT, editor. Um volume (20x14) com 372 páginas, 136 figuras e 4 tabelas. Traduação de José Franco Altenfelder Silva. Revisão técnica de A. Alves. E.P.U. - Springer - EDUSP, São Paulo, 1979.

R. F. Schmidt editor e organizador desta obra ressalta que «a leitura deste livro não exige nenhum conhecimento prévio de Anatomia ou Fisiologia e cada conceito novo, ao ser introduzido é inicialmente descrito e explicado na medida do necessário». Somente esta consideração já é suficiente para despertar a curiosidade daqueles que se iniciam no estudo das ciências neurofisiológicas, em ciclos básicos, tão carentes de literaturas adequadas. O livro é composto de 9 capítulos escritos por vários colaboradores: 1) A estrutura do sistema nervoso (escrito pelo editor R. F. Schmidt); 2) Exci-tação de nervos e músculos (J. Dudel); 3) A transmissão sináptica (R. F. Schmidt); 4) Fisiologia de pequenas unidades neuronals. Reflexos (R. F. Schmidt); 5) O músculo (J. Dudel); 6) Sistemas motores (R. F. Schmidt); 7) A regulagem no sistema nervoso: exemplo, a motricidade medular (M. Zimmermann); 8) O sistema nervoso vegetativo (W. Janig); 9) Funções integrativas do sistema nervoso central (R. F. Schmidt).

Todos os capítulos apresentam subdivisões com testes de múltipla escolha no final. Um capítulo de referências bibliográficas juntamente com as respostas as questões dos testes são apresentadas no final.

Esta obra apesar de ser uma tradução do original alemão «Grundriss der Neurophysiologie», 4a edição revista e ampliada em 1977 apresenta a matéria de maneira didática e agradável aos leitores devendo ser introduzida nos programas do ciclo básico para a Neurofisiologia. Nas edições anteriores publicadas em Heidelberg a obra continuava com o estudo da Fisiologia sensorial. Porém, a partir desta 4a edição o editor resolveu separar em dois livros sendo um complemento do outro, tornando mais agradável o estudo da Neurofisiologia.

Por estas razões este livro é de grande interesse para todos os estudiosos das áreas de biologia e saúde sobretudo aqueles que se dedicam as ciências neurológicas em geral.

MARIO W. I. BROTTO

SLEEPING AND WAKING DISORDERS: INIDICATIONS AND TECHNIQUES. C. GUILLEMINAULT, editor. Um volume encadernado (16,5 x 23,5) com 435 páginas, 41 tabelas e 135 figuras. Addison Wesley Publishing Co. Melo Park, California, 1982.

Este volume engloba conhecimentos básicos e técnicos em relação aos distúrbios do sono e seu registro poligráfico. A objetividade, practicidade e atualidade com que são tratados os temas constituem seus principais méritos, pois são raros os livros neste campo que conseguem unir tais características.

Os 28 autores que participaram da feitura deste tomo são reconhecidos como autoridades em aspectos específicos em pesquisa de sono, o que certamente contribui para a clareza e uniformidade dos seus 16 capítulos.

O capítulo inicial relata em detalhes as técnicas padronizadas de monitorização poligráfica do sono e fornece um glossário de termos comuns utilizados nesta forma de registro e em eletrencefalografia. Reveste-se de especial interesse a todo aquele que quer se iniciar ou atualizar na realização de traçados de sono. Nos capítulos seguintes, são tratadas as formas de monitorização no período neonatal, na infância e na adolescência. A seguir, são relatados aspectos da pupilografia eletrônica em distúrbios da vigília. O teste de latência múltipla também é analisado e indicadas em detalhes suas aplicações práticas em pacientes com sonolência excessiva durante o dia e na evidenciação dos acometidos de narcolepsia. Três capítulos são dedicados à respiração e sua monitorização durante o sono. Em continuação, as alterações do iniciar e da manutenção do sono são descritas e a aplicabilidade, dos recursos de laboratórios do sono em relação a pacientes deprimidos, relatada. São analisados os movimentos periódicos do sono, particularmente as mioclonias noturnas, dando-se especial ênfase à síndrome das pernas inquietas. O capítulo seguinte avalia técnicas analíticas e terapêuticas da cronobiologia. As formas de medida de refluxo esofagiano durante o sono, pela monitorização do pH, são objetos de estudo, bem como as maneiras de investigação da tumescência peniana relacionada ao sono e sua ligação com impotência. O capítulo final descreve as relações entre epilepsia e sono. Este livro apresenta dois apêndices, sendo o primeiro um exemplo de questionário a ser aplicado rotineiramente aos pacientes que iniciam a avaliação em clínicas dedicadas ao estudo de distúrbios do sono e o segundo descreve um sistema para classificação de traçados poligráficos em lactentes. A cada capítulo seguem-se referências bibliográficas fundamentais e, ao final do livro, índice remissivo detalhado, facilitando seu manuseio.

RUBENS REIMÃO

OPIOIDS IN MENTAL ILLNESS: THEORIES, CLINICAL OBSERVATIONS, AND TREATMENT POSSIBILITIES. KARL BEREVEY, editor. Um volume em brochura (23 x 16) com 512 páginas, 76 tabelas e 100 figuras. The New York Academy of Sciences, New York, 1982.

O estudo dos opióides endógenos e exógenos vem ganhando recentemente maior atenção dos pesquisadores nas áreas de psicociência e neurociência, motivados pelo fato de que investigações neste sentido abrem perspectivas de teorização etio e fisiopatológicas tanto em doenças mentais quanto em afecções neurológicas. O presente volume é o resultado da conferência sobre Opióides em Doenças Mentais, realizada pela Academia de Ciências de New York em outubro de 1981, que promove o primeiro concentrado de informações sobre a influência e comportamento dos opióides endógenos e exógenos. Observações experimentais das endorfinas em animais e humanos e a experiência clínica com opiáceos exógenos, sugerem uma relação entre o comportamento e o estado funcional do sistema de endorfinas. Estas observações implicam em que algumas alterações psíquicas possam resultar de, ou possam ser agravadas, por desaranjos dos sistemas de receptores endorfinas-opiáceos. Com base na similaridade farmacológica de peptídeos opiáceos de ocorrência natural no cérebro e opióides exógenos, o estado humano normal estaria constantemente sob influência de, substâncias morfino-símiles. Sob este aspecto estas moléculas exógenas com atividades opiáceas, não seriam inteiramente estranhas ao organismo humano, fato que até certo ponto seria conflitante com as restrições médico-legais que norteiam estas substâncias.

Vários estudos em pesquisa básica demonstram que um dos efeitos fisiológicos dos opiáceos é a modulação inibitória sobre certos neurônios simpáticos. Este mecanismo poderia explicar os efeitos tranquilizantes e anti-agressivo dos opiáceos descritos na literatura psiquiátrica. Na esquizofrenia e outras doenças mentais, o maior sintoma é a perda da tolerância ao stress. Indivíduos normais poderiam utilizar seus opióides endógenos como absorvedores de choque no cérebro durante o stress. Então, as descargas simpáticas são diminuídas pela modulação inibitória das endorfinas. Estes sistemas parecem ser deficientes em pacientes esquizofrênicos. Tais aspectos poderiam auxiliar a racionalizar o uso de opióides-exógenos na complementação de deficiência dos sistema de opiáceos endógenos. A observação clínica dos efeitos anti-psicóticos dos opiáceos mostra-se baseada na distribuição anatômica dos receptores opiáceos e de endorfina e sobre a similaridade bioquímica e neurofisiológica entre os efeitos de opiáceos e drogas neurolépticas. Além dos pontos acima referidos ainda são analisados outros como da discinesia tardia e uso crônico de drogas antipsicóticas; pesquisa de drogas efetivamente antipsicóticas sem efeitos extrapiramidais; ensaios naloxone e naltrexone (antagonistas das endorfinas) em doenças mentais e discinesia tardia; o efeito potencial dos opióides endógenos em esquizofrenia e desordens afetivas; uso de peptídeos opióides endógenos e seus análogos sintéticos no tratamento de doenças mentais, motivos que tornam a leitura deste volume de grande valia aos estudiosos em psico e/ou neurociências.

ALBERTO BERGER

CHILDREN WITH BRAIN DYSFUNCTION. NEUROLOGY, COGNITION, LANGUAGE AND BEHAVIOR. ISABELLE RAPIN. Um volume com 284 páginas, 13 tabelas e 27 figuras. Raven Press, New York, 1982.

A edição desta monografia sobre a disfunção cerebral (em sentido amplo) na criança, constitui o primeiro volume da The International Review of Child Neurology, órgão oficial da The International Child Neurology Association que assim inaugura a primeira de uma série de outras publicações que virão a desenvolver vários temas específicos dentro da especialidade e que foram concebidas como um meio de revisar e atualizar conceitos de interesse comum tanto ao especialista como ao profissional de especialidades afins. Embora hoje, o homem tenha alcançado grandes progressos na tecnologia médica e métodos auxiliares de diagnóstico de disfunção cerebral, o diagnóstico neurológico ainda continua dependendo da avaliação clínica do paciente e, precisamente, a certeza de um diagnóstico correto se baseia na interpretação correta dos dados obtidos com os exames físico e mental do paciente. A autora se propõe, a partir da fenomenologia complexa e abrangente da disfunção neurológica, trabalhar a idéia de que para se chegar a um diagnóstico correto é necessário um conhecimento prévio de como funciona o sistema nervoso, desde os substratos anatômicos e bioquímicos, passando pelo fisiopatologia das funções específicas, para assim compreender os fenômenos próprios de uma determinada função quando ela se altera.

Inicialmente, dirigido não só a especialistas, o livro vai desenvolvendo cada tópico numa linguagem simples e seqüência lógica até chegar à tradução clínica das disfunções específicas, enfatizando sobretudo os aspectos do deficit das funções nervosas superiores, tem este que pelo seu conteúdo apresenta cada vez maior importância. A introdução e os dois primeiros capítulos nos dão idéia do cérebro como um todo salientando o conceito de plasticidade do sistema nervoso central e lembrando que, quase sempre, por mínimo que seja, existe a possibilidade de seqüela após injúria sofrida pelo sistema nervoso. Dos dez capítulos restantes só dois individualizam problemas outros que não os de funções nervosas superiores; são os dedicados a problemas convulsivos (compilando de maneira didática desde a classificação de, crises até o tratamento) e a problemas motores. Os capítulos específicos, sobre funções nervosas superiores nos levam, através dos diferentes caminhos e mecanismos da memória, linguagem, atenção e funções perceptuais outras, a conhecer a gama variada de seqüelas que uma injúria nessas áreas pode ocasionar. Apresenta ainda um capítulo dedicado a métodos de investigação e outro |ie terapêutica, ambos com um enfoque prático e didático.

Convém salientar que pelo fato de não ser dirigido somente a especialistas, termina com um glossário de termos neurológicos utilizados no livro, bastante completo, prático e útil.

PATRICIA J. CAMPOS OLAZABAL

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Ago 2012
  • Data do Fascículo
    Dez 1983
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