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Estado de mal epiléptico: revisão sobre diagnóstico, monitorização e tratamento

RESUMO

O estado de mal epiléptico (EME) é uma emergência frequente, com alta morbi-mortalidade. Segundo nova definição da ILAE de 2015, EME acontece pela falha dos mecanismos responsáveis ​​pelo término ou início das crises, sendo anormalmente prolongadas. Pela definição existem diferentes tempos entre EME convulsivo, focal e ausência. Tempo é cérebro. Ocorrem alterações nos receptores sinápticos, levando estado mais pró-convulsivante, com aumento risco de lesão cerebral e sequelas. O manejo do EME deve incluir três pilares: parar a crise, estabilizar o paciente para evitar lesão secundária e tratar a etiologia. EME convulsivo é definido quando duração é maior que 5 minutos e trata-se grande emergência. Os benzodiazepínicos são o tratamento inicial, devem ser administrados rapidamente e na dose adequada. Fenitoína/fosfenitoína, levetiracetam e ácido valpróico são opções com evidência para tratamento de segunda linha. Se EME persistir, uso dos anestésicos é provavelmente a melhor opção como terceira linha tratamento, apesar da falta de evidências adequadas. O midazolam costuma ser a melhor escolha inicial e os barbitúricos devem ser considerados para casos refratários. O EME não convulsivo tem abordagem inicial semelhante, com benzodiazepínicos e agentes segunda linha, mas após, a agressividade deve ser equilibrada considerando risco de lesão pelas crises e complicações pelo tratamento agressivo. A abordagem sugerida é uso de fármacos IV sequenciais (via oral/tubo quando opções IV não disponíveis). A monitorização por EEG é fundamental para o diagnóstico do EME não convulsivo, após controle inicial EME convulsivo e para controle do tratamento. Protocolos institucionais são recomendados.

Palavras-chave:
Estado Epiléptico; Diagnóstico; Monitoramento; Eletroencefalografia; Terapêutica

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