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O histórico diagnóstico diferencial da doença que afetou Aleijadinho, famoso escultor brasileiro do século XVIII

RESUMO

Antecedentes: O famoso escultor barroco brasileiro Antônio Francisco Lisboa, conhecido como “Aleijadinho”, desenvolveu uma doença deformante das extremidades dos membros inferiores e superiores. O distúrbio foi caracterizado por atrofia, paresia e amputação. Seu rosto também foi afetado, com inflamação das pálpebras, desvio da comissura labial, queda do queixo e lábio inferior, dando-lhe uma expressão sinistra. Apesar da doença incapacitante e crônica, ele produziu diversas obras de grande expressão durante os séculos XVIII e XIX. Algumas delas também foram consideradas patrimônios da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Objetivo: Discutir o diagnóstico diferencial histórico da doença de Aleijadinho por meio de uma revisão narrativa da literatura. Métodos: Artigos científicos e livros foram pesquisados em bases de dados como Google Scholar, PubMed e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) utilizando como termo principal “Aleijadinho”. Posteriormente, foram coletados dados em artigos e livros sobre as possíveis doenças do escultor. Resultados: Desde o primeiro relato da clínica do escultor, vários historiadores e médicos tentaram estabelecer um diagnóstico e várias hipóteses foram sugeridas, como: sífilis, bouba (framboesia trópica), artrite reumatoide, hanseníase (lepra), tromboangeíte obliterante (doença de Buerger), zamparina, cardina, porfiria cutânea tarda, acidente vascular encefálico, amiloidose, trauma e/ou escorbuto. Conclusões: Com base na literatura, os autores concluem que o diagnóstico mais provável da doença de Aleijadinho é compatível com hanseníase.

Palavras-chave:
Arte; Diagnóstico; Hanseníase

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