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Neurocisticercose na Paraíba, Nordeste do Brasil: uma área endêmica?

Neurocisticercose é a infestação do sistema nervoso central pelo Cysticercus cellulosae, a forma larval da Taenia solium. É relacionada a hábitos higiênicos e sanitários precários; embora o Nordeste seja a Região mais pobre do Brasil, foi sempre considerada área não-endêmica para neurocisticercose. Depois da instalação de um serviço de tomografia computadorizada (TC), a incidência da neurocisticercose começou a crescer nos serviços de neurologia em Campina Grande PB, cidade para onde confluem pessoas de todo o interior paraibano à procura de serviços médicos especializados. Analisamos 5.883 TC realizadas no Serviço TomoHPI de Radioimagem do Hospital Pedro I de agosto de 1993 até dezembro de 1995 e 1,02% foram diagnosticadas como sugestivas de neurocisticercose e classificadas de acordo com idade e sexo, procedência e condições sócio-econômicas. A distribuição dos casos de acordo com a idade é homogênea até os 50 anos de idade (média: 28,36 anos). Homens e mulheres são afetados igualmente. Procedentes de áreas urbanas representam 83.33%. Residentes em Campina Grande representam 48.33% do total; 48,34% residem em cidades ao redor de Campina Grande (até 50 Km de distância) ou em outras cidades da Paraíba. Cincoenta e oito pacientes são dependentes do Sistema Único de Saúde. Concluimos que a neurocisticercose parece ser endêmica em nosso Estado, sendo necessários estudos mais detalhados para que tal assertiva possa ser confirmada.

cisticercose; infestação do sistema nervoso central; neurocisticercose; medicina tropical; epidemiologia


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