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Epilepsia de lobo temporal de início tardio com evidências de esclerose mesial temporal após quadro agudo de neurocisticercose: relato de caso

O objetivo deste relato é descrever a evidência de esclerose mesial temporal (EMT) por ressonância magnética (RM) em um paciente com epilepsia de lobo temporal (ELT) de início tardio e múltiplos cisticercos. Um paciente de 56 anos previamente hígido, iniciou quadro de cefaléia, crises parciais simples e complexas, sendo realizadas TC de crânio e punção lombar. Foram visualizados múltiplos cistos e meningite com imunologia positiva para cisticercose. Registramos crises com início em região temporal esquerda durante um eletroencefalograma de rotina. Iniciamos tratamento com albendazol, por 21 dias, e observamos melhora clínica e remissão de crises após 4 meses. RM feita 11 meses após o tratamento mostrou resolução completa das lesões císticas e uma atrofia hipocampal (AH) esquerda com hipersinal em T2. A presença de AH com hipersinal em T2 neste paciente não está até o momento associada com crises refratárias. CONCLUSÕES: Apesar de não dispormos de RM previamente ao início do quadro clínico, é provável que esta alteração hipocampal seja decorrente da resposta inflamatória aos cisticercos associadamente às crises parciais repetidas. Isto sugere que formas agudas de neurocisticercose associadas a crises repetidas possam causar EMT e ELT de início tardio.

epilepsia de lobo temporal; atrofia hipocampal; esclerose mesial temporal; neurocisticercose aguda


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