Depressão e idéias suicidas são relatados na esclerose múltipla (EM). Alguns estudos demonstram que interferon beta pode aumentar sua freqüência. Relatamos o caso de um jovem de 21 anos com EM, sem história pregressa de distúrbios psiquiátricos, que vinha usando interferon beta-1a na dose de 11 mig três vezes por semana, com boa tolerância. A dose foi aumentada para 22 mig três vezes por semana após um novo surto. O paciente observou o aparecimento de fenômenos depressivos e idéias suicidas coincidindo com o aumento da dose. A suspensão da droga foi acompanhada de desaparecimento completo desses sintomas. Seis meses após a retirada do interferon beta-1a, o paciente se encontra em uso de acetato de glatiramer, não tendo mais apresentado qualquer fenômeno depressivo ou pensamentos suicidas. Este caso sugere que pacientes com EM podem desenvolver depressão e pensamentos suicidas quando tratados com doses elevadas de interferon beta-1a.
esclerose múltipla; interferon beta-1a; depressão; idéias suicidas