RESUMO
Antecedentes:
A pandemia de COVID-19 trouxe desafios aos neurologistas desde seus primeiros dias. Os serviços de interconsulta neurológica foram inicialmente sobrecarregados pelo volume de atendimentos a síndromes neurológicas agudas em departamentos de emergência e unidades de terapia intensiva. Essas complicações são bem conhecidas hoje, mas o verdadeiro desafio está no número crescente de pacientes com sintomas atribuídos a “Long COVID”/COVID Longa, um problema novo, complexo e ainda pouco compreendido.
Objetivo:
Esta revisão resume literatura sobre manifestações neurológicas da infecção aguda por SARS-CoV-2 e COVID longa. A complexa história de COVID longa é examinada para ilustrar os ganhos e as dificuldades impostos pela participação ativa das comunidades de pacientes na produção de conhecimento médico.
Métodos:
Revisão narrativa.
Resultados:
A infecção pelo SARS-CoV-2 está associada a encefalopatia/delirium, doença cerebrovascular, cefaléia e neuropatias periféricas. COVID Longa é um conceito ainda plástico, definido em conjunto por comunidades de pacientes, médicos e cientistas, incluindo neurologistas.
Conclusão:
A co-produção do conhecimento sobre COVID longa, unindo cientistas, médicos (incluindo neurologistas), e pacientes, iniciou uma nova era de pesquisa conduzida por pacientes e “ativismo baseado em evidências”. Este atua como uma faca de dois gumes, alinhando os rumos da pesquisa às demandas e sofrimentos dos pacientes, ao custo de problemas metodológicos.
Palavras-chave:
COVID-19; Disfunção Cognitiva; Participação do Paciente; Mídias Sociais