Relatamos o primeiro caso da forma pseudocística da neurocriptococose na gravidez, em paciente sem evidência de AIDS. O quadro clínico era de hipertensão intracraniana que se manifestou no segundo trimestre da gravidez. A tomografia computadorizada do crânio evidenciava múltiplas lesões hipodensas, císticas, não impregnadas por contraste, localizadas na substância cinzenta cerebral e cerebelar. Dados epidemiológicos, clínicos e tomográficos apontavam para o diagnóstico provável de neurocisticercose. A autópsia, porém, revelou múltiplos pseudocistos de material gelatinoso com Cryptococcus neoformans em abundância. Havia mínimo comprometimento meníngeo. A revisão da literatura mostrou que a forma pseudocística da neurocriptococose só foi até o momento relatada em pacientes com AIDS. Os casos de neurocriptococose na gravidez até hoje publicados foram todos da forma meningítica.
neurocriptococose; neurocisticercose; gravidez; pseudocistos