RESUMO
Introdução:
A relação de comorbidade bidirecional entre enxaqueca crônica e dor no segmento cefálico nos levou a avaliar a melhora na redução da dor em pacientes diagnosticados com cefaleia crônica de enxaqueca e bruxismo de vigília, quando submetidos a tratamento com dispositivo interoclusal posterior parcial projetado para o manejo e o controle do bruxismo acordado através de biorretroalimentação (biofeedback).
Métodos:
Setenta e quatro pacientes foram avaliados durante os seguintes períodos: pré-tratamento, sete, trinta, noventa e cento e oitenta dias, e um ano. A avaliação foi realizada por meio da avaliação da dor no período pré-tratamento e redução da dor após o tratamento do bruxismo de vigília, através de avaliação clínica e escalas numéricas de dor.
Resultados:
A maioria dos pacientes que se queixou de dor de cabeça com enxaqueca, dor miofascial mastigatória, articulação temporomandibular e dor no pescoço sofreu uma redução significativa na dor geral, incluindo dores de cabeça, entre t0 e t30 (p<0,0001). Após 30 dias de uso do dispositivo, observou-se que a melhora permaneceu no mesmo nível, sem recorrência da dor até t90. Em t180 e t360, observou-se que, mesmo com a retirada do dispositivo (em t90), a melhoria permaneceu no mesmo nível.
Conclusão:
A utilização de um dispositivo interoclusal posterior projetado para o controle do bruxismo de vigília através de biofeedback parece contribuir para a redução da dor (incluindo enxaqueca) na maioria dos pacientes, e, mesmo com a retirada do dispositivo (t90), a melhora manteve-se no mesmo nível, sugerindo que os pacientes conseguiram controlar o seu bruxismo de vigília e a dor associada a esse hábito.
Palavras-chave:
Bruxismo; Dor Facial; Placas Oclusais; Biorretroalimentação Psicológica; Transtornos de Enxaqueca