Numa série de 36 casos de encefalopatia de Wernicke autopsiados, 11 haviam desenvolvido coma. Em nenhum desses pacientes comatosos o diagnóstico foi estabelecido durante a vida. Seis desses pacientes eram homens e 5 mulheres, com idades entre 26 a 50 anos (média de 36,6). História de alcoolismo crônico foi positiva em 7 casos, sinais de desnutrição grave ocorreram em 3; uma paciente (apresentava câncer gástrico e uma, hiper emese gravídica. Dois pacientes foram admitidos ao hospital após terem sido encontrados em coma em suas residências. O exame neuropatológieo revelou alterações macroscópicas nos corpos mamilares em 8 casos - atrofia, descoloração e espongiose. Atrofia da porção anterior e superior do vermis do cerebelo foi observada em um caso. Era 5 casos havia hemorragias petequiais no diencéfalo, principalmente próximas às paredes do terceiro ventrículo. A microscopia revelou além das hemorragias, proliferação glial, hipertrofia do endotélio vascular e necrose de neurônios e mielina. Mielinólise pontina central ocorreu em um paciente. A encefalopatia de Wernicke é pouco diagnosticada clinicamente. O coma pode mascarar as outras manifestações clínicas da doença ou pode constituir sua única manifestação. Embora seja um sinal de mau prognóstico, o coma pode ser revertido pela administração de tiamina. É enfatizado que todo paciente em coma de causa não estabelecida deve receber altas doses de tiamina.
encefalopatia de Wernicke; coma; diagnóstico clínico; neuropa-tologia