Logomarca do periódico: Arquivos de Neuro-Psiquiatria

Open-access Arquivos de Neuro-Psiquiatria

Publicação de: Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO
Área: Ciências Da Saúde
Versão impressa ISSN: 0004-282X
Versão on-line ISSN: 1678-4227
Creative Common - by 4.0

Sumário

Arquivos de Neuro-Psiquiatria, Volume: 82, Número: 9, Publicado: 2024

Arquivos de Neuro-Psiquiatria, Volume: 82, Número: 9, Publicado: 2024

Document list
Documents
Editorial
O pecado original da falta de reconhecimento da doença de Alzheimer Levy, Gilberto
Original Article
Disfunção olfativa na COVID longa: o alelo E4 da apolipoproteína E como um possível fator protetor Oliveira, Danilo Nunes Tavares-Júnior, José Wagner Leonel Feitosa, Werbety Lucas Queiroz Cunha, Letícia Chaves Vieira Gomes, Carmem Meyve Pereira Moreira-Nunes, Caroline Aquino Silva, Jean Breno Silveira da Sousa, Artur Victor Menezes Gaspar, Safira de Brito Sobreira, Emmanuelle Silva Tavares Oliveira, Laís Lacerda Brasil de Montenegro, Raquel Carvalho Moraes, Maria Elisabete Amaral de Sobreira-Neto, Manoel Alves Braga-Neto, Pedro

Resumo em Português:

Resumo Antecedentes A disfunção olfatória (DO) é uma manifestação frequente da doença do coronavírus 2019 (COVID-19). A apolipoproteína E (APOE) é uma proteína que interage com o receptor da enzima conversora de angiotensina, essencial para a entrada viral na célula. Publicações anteriores sugeriram um possível papel da APOE na gravidade da COVID-19. Até onde sabemos, nenhuma publicação encontrou associações significativas entre a gravidade dessa doença, DO e polimorfismos da APOE (E2, E3 e E4). Objetivo Analisar a epidemiologia da DO e sua relação com os polimorfismos do gene APOE em uma coorte de pacientes com COVID longa. Métodos Um estudo de coorte prospectiva com pacientes acompanhados em ambulatório neurológico pós-COVID, com DO sendo definida como uma redução subjetiva da função olfativa após a infecção e a DO persistente sendo definida quando a queixa durou mais de 3 meses após a resolução da infecção por COVID-19. Este estudo transversal é parte de uma pesquisa maior com dados anteriormente relatados, focando na performance cognitiva dos pacientes. Resultados Foram selecionados 221 pacientes para esse estudo, dos quais 186 haviam coletado amostras de sangue para genotipagem APOE. O grupo DO persistente foi mais jovem e apresentou menor taxa de internação na fase aguda da doença (p < 0,001). Além disso, a frequência do alelo E4 da APOE foi menor nesse grupo (p = 0,035). Este estudo avaliou a DO em uma população com COVID longa. Na literatura atual sobre essa doença, a anosmia está associada a melhores desfechos clínicos e o alelo E4 está associado a piores desfechos. Conclusão Nosso estudo acrescenta novas informações a essas correlações, sugerindo a APOE E4 como um fator de proteção para DO.

Resumo em Inglês:

Abstract Background Olfactory dysfunction (OD) represents a frequent manifestation of the coronavirus disease 2019 (COVID-19). Apolipoprotein E (APOE) is a protein that interacts with the angiotensin-converting enzyme receptor, essential for viral entry into the cell. Previous publications have suggested a possible role of APOE in COVID-19 severity. As far as we know, no publications found significant associations between this disease's severity, OD, and APOE polymorphisms (E2, E3, and E4). Objective To analyze the epidemiology of OD and its relationship with APOE polymorphisms in a cohort of Long-COVID patients. Methods We conducted a prospective cohort study with patients followed in a post-COVID neurological outpatient clinic, with OD being defined as a subjective reduction of olfactory function after infection, and persistent OD being defined when the complaint lasted more than 3 months after the COVID-19 infection resolution. This cross-sectional study is part of a large research with previously reported data focusing on the cognitive performance of our sample. Results The final sample comprised 221 patients, among whom 186 collected blood samples for APOE genotyping. The persistent OD group was younger and had a lower hospitalization rate during the acute phase of the disease (p < 0.001). Furthermore, the APOE variant E4 allele frequency was lower in this group (p = 0.035). This study evaluated OD in an outpatient population with COVID-19. In the current literature on this disease, anosmia is associated with better clinical outcomes and the E4 allele is associated with worse outcomes. Conclusion Our study provides new information to these correlations, suggesting APOE E4 as a protective factor for OD.
Original Article
Complacência intracraniana em pacientes com COVID-19: um estudo observacional multicêntrico Silveira, Ana Flávia Santos, Marcella Barreto Collange, Nelci Zanon Hayashi, Cintya Yukie Vilela, Gustavo Henrique Frigieri Almeida, Samantha Longhi Simões de Andrade, João Brainer Clares de Rojas, Salómon Moraes, Fabiano Moulin de Veiga, Viviane Cordeiro Flato, Uri Adrian Prync Russo, Thiago Luiz Silva, Gisele Sampaio

Resumo em Português:

Resumo Antecedentes Pacientes com doença grave por coronavírus-19 (COVID-19) podem necessitar do uso de ventilação mecânica (VM) invasiva por um período prolongado. Parâmetros agressivos de VM têm sido associados a alterações na pressão intracraniana (PIC) em pacientes com doenças intracranianas agudas. Elevações significativas da PIC podem comprometer a complacência intracraniana (CIC) e a hemodinâmica cerebrovascular (HVC). No entanto, os efeitos desses parâmetros em indivíduos sem doenças neurológicas ainda não foram sistematicamente avaliados. Objetivo Avaliar a CIC em pacientes em VM com COVID-19 comparados com outros diagnósticos, para melhor caracterizar os efeitos da VM e COVID-19 sobre a CIC. Também foi feita a comparação entre a CIC em pacientes com COVID-19 sem VM e voluntários saudáveis, para avaliar o efeito isolado da COVID-19 sobre a ICC. Métodos Trata-se de um estudo exploratório, observacional com amostra por conveniência. A CIC foi avaliada com um dispositivo não invasivo de monitoramento da PIC. A relação P2/P1 foi calculada dividindo-se a amplitude desses dois pontos, sendo definida como "anormal" quando P2 > P1. A análise estatística foi realizada usando um modelo linear misto com efeitos aleatórios para comparar a relação P2/P1 nos quatro grupos no primeiro dia de monitoramento. Resultados Uma amostra de conveniência com 78 voluntários (15 COVID-19 em VM, 15 sem COVID-19 em VM, 24 com COVID em respiração espontânea e 24 saudáveis) foram prospectivamente incluídos. Não houve diferença nas razões P2/P1 entre pacientes em VM com e sem COVID-19, nem entre pacientes sem VM com COVID-19 ou saudáveis. No entanto, a relação P2/P1 foi maior em pacientes com COVID-19 com uso de VM do que naqueles sem. Conclusão Os dados dessa análise exploratória sugerem que a COVID-19 não prejudica a CIC.

Resumo em Inglês:

Abstract Background Patients with severe coronavirus disease-19 (COVID-19) may require the use of invasive mechanical ventilation (MV) for prolonged periods. Aggressive MV parameters have been associated with changes in intracranial pressure (ICP) in patients with acute intracranial disorders. Significant ICP elevation could compromise intracranial compliance (ICC) and cerebrovascular hemodynamics (CVH). However, the effects of these parameters in individuals without neurological disorders have not yet been evaluated. Objective To evaluate ICC in patients on MV with COVID-19 infection compared to other diagnoses, to better characterize the effects of MV and COVID-19 upon ICC. We also compared between the ICC in patients with COVID-19 who did not require MV and healthy volunteers, to assess the isolated effect of COVID-19 upon ICC. Methods This was an exploratory, observational study with a convenience sample. The ICC was evaluated with a noninvasive ICP monitoring device. The P2/P1 ratio was calculated by dividing the amplitude of these two points, being defined as "abnormal" when P2 > P1. The statistical analysis was performed using a mixed linear model with random effects to compare the P2/P1 ratio in all four groups on the first monitoring day. Results A convenience sample of 78 subjects (15 MV-COVID-19, 15 MV non-COVID-19, 24 non-MV-COVID-19, and 24 healthy participants) was prospectively enrolled. There was no difference in P2/P1 ratios between MV patients with and without COVID-19, nor between non-MV patients with COVID-19 and healthy volunteers. However, the P2/P1 ratio was higher in COVID-19 patients with MV use than in those without it. Conclusion This exploratory analysis suggests that COVID-19 does not impair ICC.
Original Article
A relação entre função cognitiva e capacidade funcional, reserva cognitiva e tempo de reação em pacientes com esclerose múltipla Candiri, Busra Ramazanoglu, Engin Talu, Burcu Tecellioglu, Mehmet

Resumo em Português:

Resumo Antecedentes A disfunção cognitiva é frequentemente observada na esclerose múltipla (EM). No entanto, existem resultados conflitantes sobre os fatores aos quais está associada. Objetivo Investigar a relação entre capacidade aeróbica, força, incapacidade, depressão, fadiga e reserva e função cognitiva. Métodos Os aplicativos móveis Trail Making Test (TMT A-B), Digit Span Test (DST), Visuoespacial Memory Test (VSMT) e Tap Fast foram utilizados na avaliação da função cognitiva. O desempenho funcional foi avaliado por meio do teste de caminhada de 6 minutos (TC6), Teste de Sentar-Levantar Cinco Vezes (TSL5) e força de preensão manual. Também foram utilizados Índice de Reserva Cognitiva (IRC), Inventário de Depressão de Beck, Escala de Gravidade de Fadiga (EGF) e Perfil de Saúde de Nottingham. Resultados Foi encontrada diferença significativa entre os grupos EM e controle apenas no TC6, TSL5, força de preensão, TMT, VSMT e Tap Fast. Foi encontrada boa correlação entre o TMT-A e o TC6 e a mobilidade física. Foi demonstrada uma correlação razoável entre força de preensão, energia e estado de dor. Foi encontrada uma boa correlação entre o TMT-B e o TC6, e uma relação razoável com incapacidade, reserva cognitiva e dor. Foi observada boa correlação entre o DST e o TC6, força de preensão esquerda, dor e estado energético; correlações justas foram encontradas entre força de preensão direita, reserva cognitiva e mobilidade física. Foi encontrada boa correlação entre o VSMT e a energia. Foi demonstrada uma relação justa entre incapacidade, reserva cognitiva e dor. Foi observada boa correlação entre o escore Tap Fast e incapacidade, TLS5, EGF, energia e mobilidade física. Foi encontrada uma relação justa entre dor e isolamento social. Conclusão Foi demonstrado que o desempenho cognitivo na EM está relacionado com incapacidade, desempenho funcional, reserva cognitiva, fadiga e saúde geral. Registro de teste NCT06084182.

Resumo em Inglês:

Abstract Background Cognitive dysfunction is frequently seen in multiple sclerosis (MS). However, there are conflicting findings regarding the factors it is associated with. Objective To investigate the relationship between aerobic capacity, strength, disability, depression, fatigue, and cognitive reserve and function. Methods The mobile applications Trail Making Test (TMT A-B), Digit Span Test (DST), Visuospatial Memory Test (VSMT), and Tap Fast were used in the cognitive function evaluation. Functional performance was assessed with the 6-minute walk test (6MWT), 5-Time Sit-to-Sand (5STS) test, and grip strength. Cognitive Reserve Index (CRI), Beck Depression Inventory, Fatigue Severity Scale (FSS), and Nottingham Health Profile were also used. Results A significant difference was found between the MS and control groups only in the 6MWT, STS-5, grip strength, TMT, VSMT, and Tap Fast. Good correlation was found between the TMT-A and 6MWT and physical mobility. A fair correlation was shown between grip strength, energy, and pain status. A good correlation was found between TMT-B and 6MWT, and a fair relationship with disability, cognitive reserve, and pain. Good correlation was observed between the DST and 6MWT, left grip strength, pain, and energy status; fair correlations were found between right grip strength, cognitive reserve, and physical mobility. Good correlation was found between the VSMT and energy. A fair relationship between disability, cognitive reserve, and pain was demonstrated. Good correlation was observed between the Tap Fast score and disability, 5STS, FSS, energy, and physical mobility. A fair relationship was found between pain and social isolation. Conclusion It has been shown that cognitive performance in MS is related to disability, functional performance, cognitive reserve, fatigue, and general health. Trial registration NCT06084182.
Original Article
Impacto en el sistema nervioso de la infección COVID-19 larga en niños Granana, Nora Tarulla, Adriana Calandri, Ismael Carli, Analia De Rivas, Belen Festa, Jose Maria Vacirca, Susana Lis, María Worff, Iris Allegri, Ricardo

Resumo em Português:

Resumen Antecedentes La pandemia por enfermedad por coronavirus 2019 (coronavirus disease 2019, COVID-19, en inglés) ha tenido un profundo impacto global y ha generado preocupación sobre sus efectos a largo plazo, especialmente sobre las complicaciones neurológicas. Si bien los estudios han destacado tales complicaciones en adultos, hay escasez de investigaciones centradas en niños. Objetivo Examinar los síntomas neurológicos y cognitivos a mediano y largo plazo en niños de 18 años o menos, con antígenos positivos versus negativos para COVID-19, e identificar los posibles factores de riesgo para promover acciones de salud específicas. Métodos Se llevó a cabo un estudio observacional para determinar los síntomas neurológicos en el medio y largo plazo tras COVID-19. Una muestra aleatoria de 124 niños se diagnosticó por tests de saliva. Los tests para COVID-19 podían ser negativos o positivos, en niños sintomáticos o asintomáticos. Resultados Los síntomas neurológicos se evaluaron entre 6 y 12 meses y 2 años posinfección. Se observaron síntomas agudos como cefalea, anosmia, ageusia y mialgias en más del 20% de los niños, que generalmente se resolvieron en un plazo de 6 a 12 meses. En el 3% de los casos, se informaron dificultades funcionales persistentes, como para estudiar, prestar atención y socializar. Los síntomas conductuales se produjeron en el 7.8% en el momento inicial, pero remitieron en la mayoría de los casos, excepto en aquellos con afectación previa. Conclusión Estos hallazgos enfatizan la necesidad del monitoreo continuo de niños tras la infección por COVID-19 y la importancia de intervenciones de salud personalizadas.

Resumo em Inglês:

Abstract Background The coronavirus disease 2019 (COVID-19) pandemic has had a profound global impact, raising concerns about its long-term effects, particularly neurological complications. While studies have highlighted such complications in adults, there is a paucity of research focusing on children. Objective To examine the medium- to long-term neurological and cognitive symptoms in 18 year old children and below with positive versus negative COVID-19 antigens and to identify the probable risk factors to promote specific health actions. Methods An observational study was carried out to determine neurological symptoms in the medium and long terms after COVID 19. A random sample of 124 children, both symptomatic or asymptomatic, tested positive or negative for COVID-19 through swab tests. Results Neurological symptoms were assessed between 6 to 12 months and 2 years after the infection. Acute symptoms, including headache, anosmia, ageusia, and myalgia, were observed in more than 20% of the children, but they generally resolved within 6 to 12 months. Persistent functional difficulties, such as in studying, paying attention, and socializing, were reported in 3% of the cases. Behavioral symptoms at baseline were noted in 7.8% of children, but they were remitted in most cases, except for those with prior involvement. Conclusion These findings underscore the need for continued monitoring of children following COVID-19 infection and the importance of tailored health interventions.
Original Article
Funções executivas e funcionalidade em mulheres com fibromialgia Mendonça, Bárbara Thais Veras de Machado, Valter Silva, Guilherme Gomes Dias, Natália Martins

Resumo em Português:

Resumen Antecedentes A fibromialgia (FM) é uma condição crônica caracterizada por dor generalizada, associada a distúrbios do sono, emocionais e cognitivos, entre os quais os das funções executivas (FEs). Objetivo Investigar a relação entre FEs e funcionalidade em mulheres com FM. Métodos O estudo incluiu 17 mulheres com FM, com idades entre 30 e 59 anos, sem histórico de doença neurológica. Para a avaliação das FEs, utilizou-se Subteste de Span de Dígitos (SD), o Teste dos Cinco dígitos, o Teste de Trilhas (TT), Tarefa dos Cubos de Corsi, O Teste de Hayling (TH), e a Tarefa de Fluência Verbal. A funcionalidade foi avaliada pelo Questionário de Impacto da Fibromialgia. O Inventário de Depressão de Beck, a Escala de Ansiedade Hamilton e o Inventário Breve de Dor foram usados para mensurar depressão, ansiedade e dor, que foram controladas nas análises estatísticas. Resultados Pacientes com FM apresentaram maior latência de resposta na TH e no TT. Elas cometeram menos erros na parte B da TH, e tiveram pior desempenho no SD em ordem inversa e na Tarefa dos Cubos de Corsi nas ordens direta e inversa. Houve relações moderadas, na direção esperada, entre a Tarefa dos Cubos de Corsi na ordem inversa e interferência no trabalho, assim como entre tempo até completar a parte B do Teste de Trilhas (TT) e fadiga. Encontrou-se uma relação inesperada entre erros na parte B da TH e interferência no trabalho. Conclusão Os resultados sugerem menor eficiência em processos como controle inibitório e flexibilidade cognitiva, dificuldades na memória de trabalho e em processos não executivos, como velocidade de processamento. Mesmo com controle da dor, da ansiedade e da depressão, houve algumas relações entre FEs e funcionalidade, o que indica que esses sintomas não explicam completamente essa relação. Sugere-se considerar a cognição, particularmente as FEs, e medidas mais abrangentes de funcionalidade na avaliação da FM.

Resumo em Inglês:

Abstract Background Fibromyalgia (FM) is a chronic condition characterized by widespread pain that is associated with sleep, emotional, and cognitive disturbances, including in executive functions (EFs). Objective To investigate the relationship between EFs and functionality in women with FM. Methods The study included 17 women with FM, aged between 30 and 59 years, with no history of neurological disease. The EFs were assessed using the Digit Span Subtest (DS), Five Digit Test, Trail Making Test (TMT), Corsi Block-Tapping Task, Hayling Test (HT), and Verbal Fluency Task. Functionality was evaluated through the Fibromyalgia Impact Questionnaire. The Beck Depression Inventory, Hamilton Anxiety Rating Scale, and Brief Pain Inventory were used to measure depression, anxiety, and pain, which were controlled in the statistical analyses. Results The FM patients showed longer response latency on the HT and TMT. They made fewer errors on part B of the HT, and they performed worse on the DS backward and on the Corsi Block-Tapping Task forward and backward. There were moderate correlations in the expected direction between performance on the Corsi Block-Tapping Task backward and interference at work, as well as between the time to complete part B of the Trail Making Test – B (TMT-B) and fatigue. An unexpected relationship was found between errors on part B of the HT and interference at work. Conclusion The results suggest lower efficiency in processes such as inhibitory control and cognitive flexibility, difficulties in working memory and non-executive processes such as processing speed. Even with pain, anxiety, and depression controlled, some relationships between EFs and functionality were observed, indicating that these symptoms do not fully explain this relationship. We suggest that cognition, particularly EFs, and broader measures of functionality be considered in the evaluation of FM.
Original Article
Desfechos neurológicos em neonatos tratados com hipotermia terapêutica: desafios em um país em desenvolvimento Oliveira, Rita Farias Wagner, Lucia Helena Silva, Alexandre Sousa da Rodrigues, Maura Calixto Cecherelli de Lacerda, Glenda Corrêa Borges de

Resumo em Português:

Resumo Antecedentes A encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) afeta 1,5 a cada mil nascidos vivos a termo. A hipotermia terapêutica (HT) não previne todos os desfechos negativos. A experiência com HT ainda é limitada na América Latina. No Rio de Janeiro, o Hospital Universitário Pedro Ernesto trata neonatos com EHI desde 2017 usando o sistema servo-controlado. Objetivo Relatar a frequência de epilepsia, de alteração em exame neurológico e de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor aos 12 meses de idade nos pacientes submetidos a HT em um hospital de referência no estado do Rio de Janeiro e avaliar as associações de risco com dados clínicos e de exames complementares. Métodos Foi feita análise de dados do prontuário médico da internação na UTI Neonatal e da primeira avaliação registrada a partir de 12 meses completos de idade no Ambulatório de Seguimento de Recém-Nascido de Alto Risco. Resultados Ao todo, 30 pacientes foram incluídos. As frequências de epilepsia, de alteração em exame neurológico e de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor aos 12 meses de idade foram, respectivamente, de 18,2%, 40,9% e 36,4%. Observamos relação significativa entre alteração na ressonância magnética e posterior alteração no exame neurológico. Nossos achados corroboram a literatura internacional, em que desfechos desfavoráveis ocorrem mesmo aplicando-se HT. Dados brasileiros mostram a limitação da disponibilidade dos exames complementares. Houve perda de seguimento de 26,6%, provavelmente pela pandemia da doença do coronavírus 2019 (coronavirus disease 2019, COVID-19, em inglês) e condições socioeconômicas desfa- voráveis. Mais tempo de seguimento e ajustes no protocolo devem contribuir para melhorar nossos dados. Conclusão Foram encontradas elevadas incidências de epilepsia, de exame neurológico alterado e de atraso no neurodesenvolvimento, apesar da HT. Faz-se necessário uso mais eficiente dos recursos disponíveis, bem como de medidas como intervenção precoce.

Resumo em Inglês:

Abstract Background Hypoxic-ischemic encephalopathy (HIE) affects 1.5 newborns per 1 thousand term live births. Therapeutic hypothermia (TH) does not prevent all adverse outcomes. The experience with TH is still limited in Latin America. In Rio de Janeiro, Hospital Universitário Pedro Ernesto treats neonates with HIE since 2017 using the servo-controlled system. Objective To describe the frequency of epilepsy, altered neurological exam, and neurodevelopmental delay at 12 months of age in patients treated with TH in a reference hospital in Rio de Janeiro and to evaluate the possible risk associations with clinical data and data from complementary exams. Methods We evaluated medical records from the Neonatal Intensive Care Unit hospitalization and from first evaluation recorded at 12 months of age in the High-Risk Neonate Follow-up Outpatient Sevice. Results A total of30 subjects were included in the study. We found epilepsy in 18.2% of the patients, altered neurological exam in 40.9%, and neurodevelopmental delay in 36.4%. We also found a significant relationship between altered magnetic resonance imaging scan and subsequent altered neurological exam. Our findings are in line with those of the international literature, which shows that adverse outcomes are still observed, even when TH is applied. Brazilian data shows our limited access to complementary exams. The rate of loss to follow-up was of 26.6%, probably due to the coronavirus disease 2019 (COVID-19) pandemic and to unfavorable socioeconomic conditions. More time for prospective follow-up and protocol adjustments should contribute to improve our data. Conclusion High incidences of epilepsy, altered neurological exams, and neuro- developmental delay were found, despite the use of TH. A more efficient use of resources is needed, as well as measures such as early intervention.
Original Article
Conocimiento sobre demencia y enfermedad de Alzheimer entre profesionales de la salud en Perú Malaga, Marco Aguirre, Rafhael J. Alva-Diaz, Carlos Custodio, Nilton Lanata, Serggio Montesinos, Rosa Pintado-Caipa, Maritza

Resumo em Português:

Resumen Antecedentes Los médicos de primer nivel de atención y otros profesionales de la salud no se consideran cómodos tratando pacientes con demencia, especialmente en países en vías de desarrollo. Objetivo Buscamos evaluar el conocimiento sobre demencia y enfermedad de Alzheimer entre profesionales de la salud en centros de atención primaria y terciaria en Perú. Métodos Realizamos una encuesta virtual y presencial a trabajadores de la salud entrenados en Perú en el año 2020. La encuesta fue desarrollada con base en una previamente publicada y revisada por un panel de expertos. Comparamos los grupos por medio de una prueba de Chi-cuadrado. Un valor de p de 0.008, obtenido por una corrección de Bonferroni, fue usado para determinar la significancia estadística. Resultados De 804 encuestados, excluimos 56 debido a datos incompletos. En total, 41.6% de los encuestados eran médicos y 21.8%, enfermeras. Un quinto no reconocía a la enfermedad de Alzheimer como una causa de demencia, y más de la mitad consideraban a la "demencia senil" una entidad clínica válida. Los puntajes fueron mayores para aquellos con entrenamiento de posgrado, experiencia con pacientes con demencia, o más de 10 años de experiencia. Conclusión Existe un bajo nivel de conocimiento sobre demencia y enfermedad de Alzheimer entre profesionales de la salud en Perú. Este es aún más bajo fuera de Lima. Ideas dañinas como la "demencia senil" aún están significativamente presentes entre los encuestados.

Resumo em Inglês:

Abstract Background Primary care physicians and other healthcare providers report feeling unprepared to treat persons with dementia (PWD), especially in developing countries Objective We aimed to assess the knowledge of dementia and Alzheimer's disease (AD) among health professionals in both primary and tertiary care in Peru. Methods We conducted an in-person and virtual survey of healthcare professionals trained in Peru throughout the year 2020. The survey was developed based on a previously published one and reviewed by an expert panel. We compared groups using a Chi-squared test. A Bonferroni corrected p-value of 0.008 was used for statistical significance. Results Out of 804 surveys, we excluded 56 due to incomplete data. A total of 41.6% of respondents were doctors and 21.8%, nurses. One fifth of participants did not recognize AD as a cause of dementia and over half considered "senile dementia" a valid clinical entity. Scores were higher among those with postgraduate training, multiple patients with dementia, or those who had practiced for over 10 years. Conclusion There is a low level of knowledge of dementia and AD among health professionals in Peru, which worsens outside of Lima. Pernicious ideas, such as senile dementia, are still significantly present among respondents.
View and Review
Contribuições da neuroimagem na dor central pós-acidente vascular encefálico: uma revisão Lemos, Marcelo Delboni Barbosa, Luciana Mendonça Andrade, Daniel Ciampi de Lucato, Leandro Tavares

Resumo em Português:

Resumo Antecedentes A dor neuropática central pós-acidente vascular cerebral (DNPAVC) afeta até 12% dos pacientes com AVC em geral e até 18% dos pacientes com déficits sensoriais. Essa síndrome dolorosa costuma ser incapacitante e refratária ao tratamento. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética do cérebro são métodos amplamente utilizados na avaliação da DNPAVC. Objetivo Este estudo tem como objetivo revisar o papel dos métodos de neuroimagem na DNPAVC. Métodos Realizamos uma revisão da literatura sobre os principais aspectos clínicos da DNPAVC e a contribuição dos métodos de neuroimagem para estudar a fisiopatologia da DNPAVC, locais cerebrais comumente lesados na DNPAVC e possíveis diagnósticos diferenciais. Por fim, mencionamos brevemente como a neuroimagem pode contribuir no tratamento não farmacológico da DNPAVC. Além disso, utilizamos uma série de imagens de ressonância magnética da nossa instituição para ilustrar esta revisão. Resultados Os exames de imagem têm sido usados para explicar a patogênese da DNPAVC com base no dano da via espinotalâmica e na disfunção do conectoma. Os locais de imagem associados à DNPAVC incluem o tronco cerebral (principalmente o bulbo dorsolateral), o tálamo (especialmente os núcleos ventral posterolateral/ventral posteromedial), áreas corticais como a ínsula posterior e o opérculo parietal e, mais recentemente, a substância branca tálamo-cortical no membro posterior da cápsula interna. Os exames de imagem também trazem a perspectiva de auxiliar na busca de novos alvos para tratamentos não farmacológicos para DNPAVC. Outras causas de dor neuropática identificadas por exames de imagem incluem siringomielia, esclerose múltipla e hérnia de disco intervertebral. Conclusão Os exames de imagem são uma ferramenta valiosa na avaliação complementar de pacientes com DNPAVC em cenários clínicos e de pesquisa.

Resumo em Inglês:

Abstract Background Central neuropathic poststroke pain (CNPSP) affects up to 12% of patients with stroke in general and up to 18% of patients with sensory deficits. This pain syndrome is often incapacitating and refractory to treatment. Brain computed tomography and magnetic resonance imaging (MRI) are widely used methods in the evaluation of CNPSP. Objective The present study aims to review the role of neuroimaging methods in CNPSP. Methods We performed a literature review of the main clinical aspects of CNPSP and the contribution of neuroimaging methods to study its pathophysiology, commonly damaged brain sites, and possible differential diagnoses. Lastly, we briefly mention how neuroimaging can contribute to the non-pharmacological CNPSP treatment. Additionally, we used a series of MRI from our institution to illustrate this review. Results Imaging has been used to explain CNPSP pathogenesis based on spinothalamic pathway damage and connectome dysfunction. Imaging locations associated with CNPSP include the brainstem (mainly the dorsolateral medulla), thalamus (especially the ventral posterolateral/ventral posteromedial nuclei), cortical areas such as the posterior insula and the parietal operculum, and, more recently, the thalamocortical white matter in the posterior limb of the internal capsule. Imaging also brings the prospect of helping search for new targets for non-pharmacological treatments for CNPSP. Other neuropathic pain causes identified by imaging include syringomyelia, multiple sclerosis, and herniated intervertebral disc. Conclusion Imaging is a valuable tool in the complimentary evaluation of CNPSP patients in clinical and research scenarios.
Historical Notes
Um ensaio sobre a histeria de Charcot e Richer: de desenhos em carvão aos telefones celulares Caeira, Marlon Wycliff Coutinho, Leo Nascimento, Igor Abrahim Paola, Luciano de Teive, Hélio Afonso Ghizoni

Resumo em Português:

Resumo Histeria, previamente também conhecida como a doença do útero, passou de uma doença feminina, pelo estigma de possessão demoníaca ao longo dos tempos medievais, até o conceito moderno de um distúrbio neurológico funcional. Curiosamente para o presente ensaio, Charcot (1825–1893) e Richer (1849–1933) descreveram, em sua obra Les Démoniaques dans l'art, de 1887, por meio da iconografia, aspectos semiológicos do chamado Grande Attaque Hystérique, que se assemelha às características de crises não epilépticas psicogênicas que emulam crises epilépticas do tipo grande mal. O objetivo deste ensaio é descrever como essas representações iconográficas evoluíram ao longo da história e são retratadas nos dias de hoje em vídeos gravados em unidades de monitoramento de epilepsia e nos celulares de pacientes.

Resumo em Inglês:

Abstract Hysteria, previously also known as the disease of the womb, has moved from being a woman's illness through the medieval times' stigma of demonic possession, to the modern concept of a functional neurological disorder. Interestingly to the present assay, Charcot (1825–1893) and Richer (1849–1933) described, in their 1887 work Les Démoniaques dans l'art, by means of iconography, semiological aspects of the so-called Grande Attaque Hystérique, which resembles features of psychogenic nonepileptic seizures emulating grand mal epileptic seizures. The aim of the present assay is to describe how those charcoal iconographic representations evolved through history and are nowadays portrayed in videos recorded at epilepsy monitoring units and patients' cell phones.
Images in Neurology
Paraparesia crural aguda: a síndrome de Foix-Alajouanine não deve ser desconsiderada Arca, Vitor Maia Silva, Geovane Gomes Araújo, Luziany Carvalho Melo, Eduardo Sousa de
Images in Neurology
Hematoma subpial na fissura silviana: uma rara apresentação de imagem de um aneurisma roto da artéria cerebral media Schroeder, Jacob A. Reith, Thomas P. Benson, Matthew D. Maley, Joan E. Freitas, Leonardo Furtado
location_on
Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO R. Vergueiro, 1353 sl.1404 - Ed. Top Towers Offices Torre Norte, 04101-000 São Paulo SP Brazil, Tel.: +55 11 5084-9463 | +55 11 5083-3876 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista.arquivos@abneuro.org
rss_feed Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS
Reportar erro