RESUMO
Objetivos:
Descrever a utilização clínica da escala de triagem de Manchester adaptada ao pronto-socorro ortopédico e avaliar sua validade para detectar pacientes com necessidade de cuidados hospitalares e sua confiabilidade quando reproduzida por diferentes profissionais.
Métodos:
Cinco fluxogramas de triagem foram desenvolvidos com base na escala de Manchester: lesões traumáticas, dor articular, dor vertebral, transtorno pós-operatório e infecção musculoesquelética. Uma série de pacientes triados por dois ortopedistas foi analisada para avaliação da concordância entre os avaliadores (confiabilidade) e sua validade como preditivo de gravidade.
Resultados:
A avaliação da confiabilidade incluiu 231 pacientes, com concordância inter-observadores de 84% (Kappa = 0,77; p <0,001). A análise da validade incluiu 138 pacientes. A classificação de risco apresentou forte associação com a necessidade de cuidados hospitalares em pacientes com trauma (OR = 6,57; p = 0,001), não sendo significativa nos transtornos não-traumáticos (OR = 2,42; p = 0,208). A sensibilidade geral foi de 64% e a especificidade de 76%.
Conclusão:
O sistema avaliado apresentou alta confiabilidade. Sua validade foi adequada, com boa sensibilidade para detectar pacientes com necessidade de procedimentos hospitalares em lesões traumáticas, enquanto a sensibilidade foi baixa em pacientes com lesões não-traumáticas. Nível de Evidência III, Estudo Retrospectivo.
Descritores:
Triagem; Classificação; Risco; Ortopedia