BIOCINÉTICA NA TENDINOPATIA DO AQUILES: PRINCIPAIS ACHADOS E APLICAÇÕES CLÍNICAS

RESUMO

O tendão de Aquiles, embora seja o mais forte do corpo humano, é também o mais comumente rompido e frequentemente acometido por tendinopatia — especialmente em atletas. A tendinopatia do Aquiles (TA) afeta aproximadamente 8% dos participantes de esportes, com uma incidência ao longo da vida superior a 50% entre os corredores. Caracterizada por dor e sensibilidade, a TA compromete significativamente a qualidade de vida e o desempenho funcional. Esta revisão narrativa explora os fatores biomecânicos que contribuem para a TA, com foco em parâmetros cinemáticos e cinéticos e sua relevância clínica, além de apresentar uma revisão da literatura sobre a biomecânica da TA, intervenções não-operatórias e exercícios direcionados aos riscos biomecânicos. Estudos têm relacionado padrões anormais de movimento à TA. Os principais fatores biomecânicos incluem: diminuição da força de flexão plantar, redução da atividade dos músculos glúteo médio e máximo, redução do pico de dorsiflexão do tornozelo, alteração do pico de flexão do joelho e diminuição da progressão anterior do centro de força — fatores que podem aumentar a carga mecânica e a ocorrência de microtraumas, resultando, por fim, em lesão do tendão. A eficácia de várias intervenções foi examinada. O manejo eficaz da TA exige o tratamento de déficits de força e anormalidades biomecânicas. Protocolos de reabilitação tradicionais focam no fortalecimento, mas frequentemente negligenciam questões biomecânicas críticas. Esta revisão destaca a importância de incorporar exercícios específicos que abordem disfunções cinemáticas e cinéticas. Nível de Evidência V; Opinião de Especialista.

Descritores:
Tendinopatia; Biomecânica; Cinemática; Análise de Movimento; Reabilitação