Resumo
Objetivo
Identificar a prevalência de problemas emocionais e comportamentais em pré-adolescentes classificados ao nascimento como recém-nascidos de risco e fatores associados.
Métodos
Estudo transversal aninhado a uma coorte, realizado com 155 pré-adolescentes (idade entre dez e 12 anos) incluídos ao nascimento no Programa de Vigilância do Recém-Nascido de Risco de Maringá e respectivas mães/responsáveis. Foram utilizados dados iniciais da coorte, referentes ao nascimento e alimentação nos primeiros seis meses de vida e dados atuais, coletados em 2019 e 2020. Aplicou-se o Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) para verificar os problemas emocionais e comportamentais. Para análise dos dados foi utilizada estatística descritiva, e aplicados os testes de qui-quadrado e exato de Fisher para verificar associação entre as variáveis.
Resultados
Os escores do SDQ indicaram problemas emocionais e comportamentais em 20,0% dos pré-adolescentes, com maior prevalência entre os meninos (25,3%), maior frequência de problemas de conduta (20%) e hiperatividade (26,7%). Nas pré-adolescentes do sexo feminino foi observado maior prevalência de classificação anormal no SDQ relacionada a sintomas emocionais (41,3%) e no relacionamento com colegas (21,3%). O escore de SDQ alterado apresentou associação com cor/raça preta/parda e histórico de anomalias congênitas. Entre os fatores atuais, observou-se associação de SDQ alterado com diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção, Hiperatividade, uso de psicotrópicos e reprovação escolar.
Conclusão
A prevalência de problemas emocionais e comportamentais na população estudada é considerada alta e apresenta associação com fatores sociodemográficos, perinatais e condições atuais de vida.
Saúde do adolescente; Comportamento do adolescente; Saúde mental; Recém-nascido; Fatores de risco