Resumo
Objetivo:
Investigar o impacto que o mais recente enquadramento legal da educação sexual teve na vivência da sexualidade de jovens universitários segundo comportamentos protetores, profiláticos e de vigilância em saúde sexual e reprodutiva.
Métodos:
Trata-se de um estudo de natureza quantitativa, transversal e descritivo, com uma amostra não probabilística de conveniência, constituída por 365 universitários do norte de Portugal. Foi critério de inclusão os estudantes frequentarem o 1° ano de licenciatura, procurando recrutar estudantes mais jovens, que já foram abrangidos em todo o Ensino Secundário pela Lei 60/2009 de 06 de agosto, relativa à educação sexual em meio escolar. Utilizámos um questionário na coleta de dados, que analisámos recorrendo à estatística descritiva e inferencial com um nível de confiança de 95%.
Resultados:
A procura pelos serviços de saúde, no âmbito da saúde sexual e reprodutiva é baixa, apenas 28,7% frequenta as consultas de planejamento familiar, sendo o sexo feminino quem mais reporta este fato (Χ2 = 41,085 e p<0,000); o recurso aos serviços de saúde da universidade é ainda menor (13,7%), também a procura é maior pelo sexo feminino em relação masculino (11,2% versus 2,5%). Dos estudantes sexualmente ativos, 29,6% não faz uma utilização sistemática de métodos contraceptivos, estando este comportamento mais presente no sexo masculino (Χ2 = 9,950 e p=0,002).
Conclusão:
Comportamentos protetores no âmbito da sexualidade estão pouco presentes, devendo a intervenção junto dos jovens ultrapassar a genitalidade para uma visão holística e integradora da sexualidade.
Descritores
Educação sexual; Educação superior; Saúde sexual e reprodutiva; Portugal