Resumo
Objetivo
Analisar a educação sexual, comportamentos de risco e atitudes de universitários usuários de aplicativos de encontros, considerando a orientação sexual.
Métodos
Trata-se de um estudo de natureza quantitativa, transversal e descritivo, com uma amostra não probabilística de conveniência, constituída por 359 universitários da região norte do Brasil. Utilizou-se um questionário com informações sobre dados sociodemográficos, uso de aplicativos de encontros, fontes de informações sobre sexo seguro, comportamentos de risco e atitudes. Foram realizadas análises bivariadas e análise de variância com testes post-hoc de Bonferroni.
Resultados
Homossexuais (92,3%) e bissexuais (84,9%) reportaram o uso de aplicativos e tiveram encontro com parceiro casual (p<0,05). O Tinder foi o aplicativo acessado por 93,58% dos usuários. Não houve diferença para a prática sexual, sexo desprotegido e múltiplos parceiros sexuais. Informações sobre sexo seguro e infecções sexualmente transmissíveis por meio dos aplicativos foi reportada por homossexuais (61,1%) (p<0,05). Bissexuais (22,2%) vivenciaram a educação sexual nos eventos científicos e heterossexuais (38,2%) recorreram aos amigos universitários (p<0,05). Homossexuais (88,9%) acessaram o serviço do Centro de Testagem e Aconselhamento e 72,4% realizaram a testagem para infecções sexualmente transmissíveis após a prática sexual com parceiro casual (p<0,05). As atitudes positivas para a saúde sexual foram observadas nos heterossexuais não usuários de aplicativos de encontros.
Conclusão
A vulnerabilidade dos usuários de aplicativos de encontros não esteve associada com a orientação sexual. Intervenções por meio da educação sexual que estimulem o autoconhecimento e os riscos da prática sexual desprotegida são requeridas frente ao acesso às tecnologias para encontros casuais.
Aplicativos móveis; Assunção de riscos; Comportamento sexual; Educação sexual; Saúde sexual