Open-access Diabetes mellitus: factores de riesgo, ocurrencia y cuidados entre trabajadores de enfermería

ape Acta Paulista de Enfermagem Acta paul. enferm. 0103-2100 1982-0194 Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo São Paulo, SP, Brazil OBJETIVO: Identificar la ocurrencia de Diabetes Mellitus (DM), los factores de riesgo, el estrés y el cuidado con la salud realizado por los trabajadores de enfermería que son diabéticos. MÉTODOS: Estudio descriptivo realizado con 418 profesionales de enfermería de un hospital universitario. Los datos fueron recolectados - por medio de un instrumento semi-estructurado - y analizados, utilizando la distribución de frecuencias, prueba chi-cuadrado (p<0,05) y odds ratio. RESULTADOS: La mayoría de los profesionales era del sexo femenino e poseía de 20 a 30 años de edad. Todos los factores de riesgo para DM estaban presentes, inclusive, los pasibles de modificación. Hubo mayor proporción de trabajadores diabéticos con sobre peso, hipertensión arterial, y glucemia capilar alterada, cuando comparados a los que no tenían esa enfermedad. No se observó una mayor probabilidad de desarrollar DM entre los trabajadores de enfermería que relataron estrés. Los trabajadores con DM: no hacían acompañamiento mensual (69,2%); eran atendidos en servicios particulares (70%); y no participaban de actividades educativas (92,3%). CONCLUSIÓN: Es necesario desarrollar acciones de salud dirigidas a los trabajadores, con la finalidad de prevenir la DM. ARTIGO ORIGINAL Diabetes mellitus: fatores de risco, ocorrência e cuidados entre trabalhadores de enfermagem* Diabetes mellitus: factores de riesgo, ocurrencia y cuidados entre trabajadores de enfermería Darlene Mara dos Santos TavaresI; Nayara Araújo ReisII; Flavia Aparecida DiasIII; Fabiana Augusta Moreira LopesIV IDoutora em Enfermagem. Professora Associado do Departamento de Enfermagem em Educação e Saúde Comunitária (DEESC) do Curso de Graduação em Enfermagem (CGE) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM - Uberaba (MG), Brasil IIAcadêmica de Enfermagem do CGE da UFTM. Bolsista de Iniciação Científica do CNPq III Pós graduanda (Mestrado) do Programa de Pós-Graduação em Atenção à Saúde da Universidade Federal do Triangulo Mineiro - UFTM - Uberaba (MG), Brasil. Bolsista do mestrado financiada pela Capes IV Especialista em Saúde Coletiva. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Atenção à Saúde da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM - Uberaba (MG), Brasil Autor Correspondente RESUMO OBJETIVO: Identificar a ocorrência de Diabetes Mellitus (DM), os fatores de risco, o estresse e o cuidado com a saúde realizado pelos trabalhadores de enfermagem diabéticos. MÉTODOS: Estudo descritivo realizado com 418 profissionais de enfermagem de um hospital universitário. Os dados foram coletados por meio de instrumento semiestruturado e analisado, utilizando-se a distribuição de freqüência, teste qui-quadrado (p<0,05) e odds ratio. RESULTADOS: A maioria dos profissionais era do sexo feminino e possuia de 20 a 30 anos de idade. Todos os fatores de risco para DM estavam presentes, inclusive, os passíveis de modificação. Houve maior proporção de trabalhadores diabéticos com: sobrepeso; hipertensão arterial e glicemia capilar alterada, quando comparados aos que não tinham essa doença. Não se observou maior chance de desenvolver DM entre os trabalhadores de enfermagem que referiram estresse. Os trabalhadores com DM não faziam acompanhamento mensal (69,2%); eram atendidos em serviços particulares (70%), e nem participavam de atividades educativas (92,3%). CONCLUSÃO: Faz-se necessário desenvolver ações em saúde direcionadas aos trabalhadores, visando a prevenção do DM. Descritores: Diabetes mellitus; Enfermagem; Prevenção de doenças; Equipe de Enfermagem; Vigilância em saúde do trabalhador RESUMEN OBJETIVO: Identificar la ocurrencia de Diabetes Mellitus (DM), los factores de riesgo, el estrés y el cuidado con la salud realizado por los trabajadores de enfermería que son diabéticos. MÉTODOS: Estudio descriptivo realizado con 418 profesionales de enfermería de un hospital universitario. Los datos fueron recolectados - por medio de un instrumento semi-estructurado - y analizados, utilizando la distribución de frecuencias, prueba chi-cuadrado (p<0,05) y odds ratio. RESULTADOS: La mayoría de los profesionales era del sexo femenino e poseía de 20 a 30 años de edad. Todos los factores de riesgo para DM estaban presentes, inclusive, los pasibles de modificación. Hubo mayor proporción de trabajadores diabéticos con sobre peso, hipertensión arterial, y glucemia capilar alterada, cuando comparados a los que no tenían esa enfermedad. No se observó una mayor probabilidad de desarrollar DM entre los trabajadores de enfermería que relataron estrés. Los trabajadores con DM: no hacían acompañamiento mensual (69,2%); eran atendidos en servicios particulares (70%); y no participaban de actividades educativas (92,3%). CONCLUSIÓN: Es necesario desarrollar acciones de salud dirigidas a los trabajadores, con la finalidad de prevenir la DM. Descriptores: Diabetes mellitus; Enfermería; Prevención de enfermedades; Grupo de enfermería; Vigilancia de la salud del trabajador INTRODUÇÃO O estresse pode ser desencadeado por várias situações, dentre elas, o trabalho que é essencial à vida do homem. Desta forma, os sujeitos que possuem atividade laboral de risco, devem ser submetidos a ações em saúde, visando a evitar sintomas desagradáveis que podem trazer prejuízos à sua saúde(1). Nas últimas décadas, pesquisas têm sido desenvolvidas, abordando os fatores de risco para o estresse, presentes no trabalho em enfermagem, com ênfase na atuação hospitalar(2-8). Entretanto, uma menor quantidade tem abordado as consequências do estresse para a saúde dos trabalhadores de forma geral(9) e para os da enfermagem(1,10-11). Para a saúde, as repercussões do estresse, gerado pelo trabalho de enfermagem, têm sido descritas como episódios de enxaqueca, irritação, desgaste físico, depressão, dores nas pernas, varizes e pressão alta(10) e apresentam também os sintomas psicossomáticos, como cansaço, tensão muscular, nervosismo, dor lombar, ansiedade, tensão pré-menstrual, cefaleia, problemas de memória(1) além da ocorrência de acidentes de trabalho por materiais perfurocortantes, quedas, exposições a fluidos biológicos e contusões(8). No estudo realizado com enfermeiros, trabalhadores da instituição em que se propôs realizar esta pesquisa, foi observado que 87,5% da população eram do sexo feminino; 33,4% trabalhavam de 10 a 15 anos; 50% estavam na faixa de etária 35 a 60 anos; 45,8% possuiam duplo vínculo e 52% foram classificados como estressados(7). Diante da necessidade de avançar no conhecimento sobre as repercussões do estresse para a saúde dos trabalhadores de enfermagem e das características dos profissionais descritos acima, optou-se por conduzir este estudo a fim de identificar fatores de risco e a ocorrência do Diabetes mellitus, tipo 2 (DM), assim como o cuidado à saúde realizado. A escolha pelo DM decorre do aumento crescente de sua incidência, em especial, entre aqueles que estão acima de 40 anos. Estima-se que hoje atinja 11% dessa população com tendência de aumento, conforme se eleva a faixa etária. É uma doença que apresenta altas taxas de morbidade e mortalidade; leva a complicações crônicas; é um dos principais fatores de risco, com a hipertensão arterial, para as doenças cardiovasculares; compromete a qualidade de vida e a inserção social em decorrência da perda de produtividade no trabalho, aposentadoria precoce e mortalidade prematura. No mundo, os custos diretos com a atenção aos pacientes com DM representam de 2,5% a 15% dos gastos com a saúde(12). Ademais, à época do estudo multicêntrico realizado no Brasil, verificou-se que, aproximadamente, 50% das pessoas com DM não conheciam essa condição e que 20% dos que tinham o diagnóstico da doença não realizavam tratamento(13). O Ministério da Saúde indica o rastreamento dos sujeitos assintomáticos, uma vez que o desconhecimento da doença faz com que o diagnóstico ocorra quando já existe a presença de complicações(12). Os fatores de risco para o DM são: idade maior que 45 anos; sobrepeso (Índice de massa corporal > 25); obesidade central (cintura abdominal >102 cm para homens e >88 cm para mulheres, medida na altura das cristas ilíacas); antecendente familiar (mãe ou pai) de diabetes; hipertensão arterial (>140/90 mmHg); colesterol HDL >35 mg/Dl e triglicerídeos e <150 mg/Dl; história de macrossomia ou diabetes gestacional; diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos e doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica(12). Tem-se o pressuposto que o estresse está presente, em maior ou menor ocorrência, no trabalho do enfermeiro, fazendo-se um recorte para o espaço hospitalar. Assim, as especificidades do trabalho em enfermagem podem gerar estresse que, por sua vez, constitui em fator de risco para diversas doenças crônicas. Questiona-se se o estresse decorrente do trabalho de enfermagem no hospital pode ser um fator de risco para ocorrência de DM? Outra questão que traz inquietação é o cuidado que o trabalhador de enfermagem dispensa a si mesmo. Será que eles se cuidam? Considerando que há evidências de que os fatores de risco modificáveis de DM tipo 2 podem contribuir para postergar e prevenir esta doença, por meio de modificações no estilo de vida, em especial, a perda de peso e a realização de atividade física regular(14). Tais modificações no estilo de vida são consideradas praticamente duas vezes mais efetiva que o uso de medicamentos, além de diminuir o risco cardiovascular(14). Visando a contribuir com a ampliação do conhecimento da área, com a prevenção de doenças entre os trabalhadores de enfermagem e com o planejamento de ações promocionais de saúde no espaço hospitalar da instituição que os pesquisadores trabalham e estudam, foram delineados os objetivos deste estudo. - Descrever as características demográficas e relacionadas ao trabalho dos profissionais de enfermagem do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM); - Identificar a ocorrência de Diabetes mellitus e seus fatores de risco entre esses trabalhadores; - Verificar a relação entre o estresse, autoreferido, relacionado ao trabalho de enfermagem e a ocorrência de Diabetes mellitus; - Descrever o cuidado com a saúde realizado pelos trabalhadores de enfermagem com Diabetes mellitus. MÉTODOS Estudo descritivo, observacional e transversal realizado no HC da UFTM. O local conta com 618 trabalhadores de enfermagem, dos quais 84 são enfermeiros, 330 técnicos de enfermagem e 204 auxiliares de enfermagem. Para constituir a população do estudo, utilizaram-se os critérios de inclusão: fazer parte do corpo de trabalhadores de enfermagem do referido hospital, ambos os sexos e aceitar participar da pesquisa. Quanto aos de exclusão, foram: estar em desvio de função; estar de licença saúde ou prêmio; estar afastado por questões eleitorais e representação de classe, estar de férias e não comparecer para coleta dos dados por três vezes, após data e horário previamente agendados. Atenderam aos critérios de discussão 418 (67,6%) trabalhadores, dos quais se obteve maior participação dos técnicos de enfermagem (87%), seguidos pelos enfermeiros (54,8%) e auxiliares de enfermagem (41,7%). A não participação no estudo (32,3%) esteve relacionada ao não comparecimento para a coleta dos dados por três vezes, após data e horário previamente agendado (16,4%); não aceitação em participar da pesquisa (8,3%); licença saúde (3,9%), férias (2,3%) e desvio de função (1,4%). Para a coleta de dados, foi utilizado um instrumento semiestruturado que foi testado, previamente, por meio de estudo piloto. As variáveis estudadas foram: sexo; faixa etária; estado conjugal; categoria profissional; função desempenhada pelo enfermeiro; número de vínculo empregatício; setor de trabalho; tempo de trabalho na instituição; fatores de riscos para DM; atividade física; estresse relacionado ao trabalho; nível glicêmico capilar; tempo de diagnóstico de DM; número de comorbidade; presença de complicações; tipo de tratamento para DM; consulta mensal; cadastro no Hiperdia, participação em grupos educativos e seguimento do tratamento instituído. O banco de dados eletrônico no programa EpiInfo 3.2TM foi construído e para a análise dos dados, foram utilizados a distribuição de frequência simples, teste qui-quadrado (p<0,05) e odds ratio. Para comparar a presença dos fatores de risco para DM entre os trabalhadores, foram constituídos dois grupos, denominados Grupo 1 (trabalhadores com diagnóstico de DM) e Grupo 2 (trabalhadores sem o diagnóstico de DM). Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFTM, protocolo Nº 1059. Os sujeitos, da pesquisa foram contactados em seus locais de trabalho, aos quais se apresentaram os objetivos, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e foram oferecidas as informações pertinentes. Só após a anuência do entrevistado e assinatura do referido Termo, conduziu-se a entrevista. RESULTADOS A categoria profissional predominante foi de técnicos de enfermagem (68,7%) seguida pelos auxiliares de enfermagem (20,3%) e enfermeiros (11%). Dentre os enfermeiros entrevistados, 89,1% exerciam a função de enfermeiro de setor e 10,9% eram coordenadores de enfermagem. Os dados referentes à distribuição das variáveis demográficas e de trabalho dos profissionais de enfermagem de um hospital universitário estão apresentados na Tabela 1. Na Tabela 1, verifica-se que a maioria era do sexo feminino (85,9%), com predomínio nas faixas etárias de 20 a 30 anos (29,4%) e 40 a 50 anos (27,8%). Quanto ao estado conjugal, 45% eram casados ou moravam com companheiro e 38,3% solteiros Concernente ao vínculo empregatício, 69,1% possuiam um, seguidos pelos que trabalhavam em dois lugares (26,8%). A maioria dos entrevistados trabalhava no setor de cuidados intensivos (36,4%) e de cuidados intermediários (33,7%). O setor de cuidados intensivos agrupou as unidades de CTI adulto e pediátrico e o setor de cuidados intermediários foi composto pela UTI coronariana, PS adulto e infantil. Em relação ao tempo de trabalho na instituição, prevaleceu os que possuiam 1 a 5 anos (28,2%) e 5 a 10 anos (17,5%). Na Tabela 2, observa-se que todos os fatores de risco para DM estavam presentes entre os trabalhadores de enfermagem, sendo os maiores percentuais para o sedentarismo (60,8%), o sobrepeso (45,3%), a obesidade central (32,9%) e a idade maior que 45 anos (31,5%). Comparando os fatores de risco, (Tabela 2), entre os trabalhadores com diagnóstico de DM, e os que não tinham a doença, obteve-se diferença estatiscamente significativa entre os grupos para os fatores: sobrepeso (÷2=8,09; p=0,004); antecedente familiar para DM (÷2=11,81; p=0,0005); hipertensão arterial sistêmica (÷2=4,65; p=0,031), história de macrossomia (÷2=6,67; p=0,017)e glicemia capilar acima dos níveis considerados normais (÷2=19,11; p=0,00001). Verificou-se maior proporção de trabalhadores com DM que apresentavam esses fatores de risco quando comparados aos que não tinham DM. Destaca-se que, apesar de não ser estatiscamente significativa, a doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica (16,3%) e a síndrome de ovário policístico (11,1%) apresentam percentuais maiores entre os trabalhadores que não tinham o diagnóstico de DM comparado aos trabalhadores com DM. Referente à glicemia capilar, observa-se que 4,4% dos trabalhadores que não têm DM, apresentaram valores acima do padronizado pelo Ministério da Saúde, assim como a obesidade central (31,6%) e o sedentarismo (60%). Dentre os entrevistados, o estresse foi autorreferido por 53,3%, contudo, não se observou maior chance de desenvolver DM entre os trabalhadores de enfermagem que referiram estresse no trabalho quando comparados aos que não relataram (OR= 1,41; IC 95%= 0,41-5,6). Na população estudada, a ocorrência de DM representou 3,1%. Destes a maioria possuia tempo de diagnóstico menor que 10 anos (84,6%), apresentavam uma comorbidade (75%) e 15,4% referiam complicações decorrentes de DM, sendo a mais frequente a neuropatia diabética. Quanto ao tratamento, verificou-se que a maioria utiliza hipoglicemiante oral (53,8%), seguido de tratamento não medicamentoso (38,5%) e hipoglicemiante oral e insulina (7,7%). A adesão ao tratamento instituído foi relatada por 61,5% dos trabalhadores. O acompanhamento mensal não era realizado por 69,2%, dentre aqueles que o faziam, os locais eram serviços particulares (70%) e ambulatório de especialidades da UFTM (30%). Ressalta-se que 76,9% não eram cadastrados no Programa de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes mellitus (Hiperdia) e a maioria não participava de atividades educativas (92,3%). DISCUSSÃO A literatura científica evidencia que a maioria dos trabalhadores de enfermagem é do sexo feminino. Fato este corroborado com outro estudo realizado em um Centro de Saúde Escola com 184 trabalhadores de enfermagem, com 62,5% de pessoas do sexo feminino(15); assim como o realizado com enfermeiros de um Hospital de Clínicas no interior de Minas Gerais (87,5%)(7). A idade entre 25 a 30 anos (3,6%) e casados ou que moravam com companheiro (45,0%) também foi encontrada em investigação conduzida em Botucatu - SP(16). A dupla jornada de trabalho foi referida em pesquisa realizada, anteriormente, com enfermeiros que trabalhavam no mesmo local desta investigação (45,8%)(7). Esta situação de trabalho pode gerar interferências no relacionamento pessoal/familiar, seguida por restrições de atividades sociais(16). O estudo demonstrou que os fatores de risco para DM estavam presentes, dentre todos os trabalhadores, com destaque para os fatores modificáveis. Estima-se que cerca de 80% dos diabéticos recém-diagnosticados são obesos e que 50% dos casos novos poderiam ser prevenidos, evitando-se o excesso de peso, e 30%, com o controle do sedentarismo(17). Quanto à presença de hipertensão arterial, tem-se que associada ao DM, constitui a primeira causa de mortalidade, de hospitalizações e de amputações em membros inferiores e representa 62,1% dos diagnósticos primários em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à diálise no Brasil(12). A prevenção primária, pelo rastreamento dos indivíduos, com fatores de risco, aumenta o diagnóstico de DM já estabelecido(14). Neste estudo, a ocorrência de fatores de risco dentre os trabalhadores que não tinham o diagnóstico de DM, sugere que sejam investigados quanto à presença da doença, considerando os benefícios do diagnóstico precoce e o incentivo às mudanças no estilo de vida que favorecem a adesão ao tratamento e o controle da doença. Referente ao controle do nível glicêmico, é atribuição da equipe de enfermagem desenvolver ações educativas com clientes sobre a automonitorização da glicemia capilar e a técnica de aplicação de insulina(12). No entanto, a manutenção do controle metabólico da glicemia é um desafio para as pessoas com DM. Diante do percentual considerável de trabalhadores com níveis glicêmicos com valores acima da normalidade, sugere-se que sejam investigadas as dificuldades no controle glicêmico e a possível relação com as especificidades do trabalho em enfermagem, para que se estabeleça planejamento em saúde, visando a postergar as complicações micro e macrovasculares decorrentes dessa doença. Neste estudo, o estresse não esteve associado à ocorrência de DM. Dados diferentes foram encontrados em investigação conduzida com trabalhadores de unidades de saúde de Ribeirão Preto - SP. O estresse foi referido por 47,3% dos trabalhadores, e o ambiente do trabalho foi considerado o mais estressante (46,7%), evidenciando-se como um dos fatores importantes na determinação de saúde(15). Pesquisa realizada, anteriormente, entre enfermeiros do mesmo hospital obteve que 52% estavam estressados. Esta condição foi relacionada à função gerencial, à maior faixa etária e ao enfrentamento de situações críticas, como as crises e a remuneração(7). Os profissionais de enfermagem que atuam na atenção terciária, estão expostos a diversos fatores que podem gerar prejuízos à sua saúde. Estudo realizado com trabalhadores da enfermagem de um hospital universitário destacou, dentre os principais fatores desencadeantes do estresse: o controle excessivo por parte da instituição, dificuldades nas relações interpessoais, atividades rotineiras e repetitivas, excessivo número de pacientes, clima de sofrimento e morte, salários insuficientes, falta de lazer, apoio e reconhecimento pela instituição(1). Estes dados demonstram a interferência do ambiente de trabalho nas condições de saúde dos trabalhadores. Denotam, ainda, a necessidade de avaliação conjunta entre trabalhadores e Diretoria de Enfermagem para identificação dos agentes estressores do trabalho na instituição, objetivando planejamento de ações que contribuam para a diminuição do estresse relacionado ao trabalho. Investir na promoção da saúde nas instituições, motiva os trabalhadores, reduz o absenteísmo, os problemas pessoais e as disputas interpessoais, além de promover maior eficiência e melhora do desempenho. Estas ações devem pautar-se na ética, assumindo posicionamento político, crítico e consciente de modo a advogar pela saúde do trabalhador na adoção de medidas preventivas específicas(18). Quanto ao tratamento realizado pelas pessoas com DM, a Organização Mundial da Saúde refere que, nos países desenvolvidos, a adesão ao tratamento nas doenças crônicas é, em média, 50%(19). A baixa adesão constitui um problema de saúde pública, por reduzir os benefícios do tratamento e conduzir as desnecessárias prescrições de aumento das dosagens ou de fármacos mais potentes. Simultaneamente, conduz a uma diminuição da qualidade de vida dos doentes, motivada pelo insucesso dos tratamentos(20). Os dados, descritos acima evidenciam a necessidade de investigar as dificuldades de adesão ao tratamento e acompanhamento mensal. Assim, será possível desenvolver um plano de cuidado direcionado aos trabalhadores de enfermagem visando a discutir, refletir sobre o tema e contribuir, para que as complicações e incapacidades decorrentes dessa doença sejam postergadas. Estudo realizado entre trabalhadores de enfermagem de um Hospital das Clínicas do interior de Minas Gerais, verificou que as pessoas, embora soubessem, o que deveriam fazer para melhorar a condição de saúde, não desenvolviam ações nesse sentido. Por outro lado, ao tentar cuidar de sua saúde esbarraravam em um sistema que não lhes dava oportunidades de cuidados eficientes. Segundo a maioria dos entrevistados, o trabalho foi visto como o centro de suas vidas e, contraditoriamente, não foi capaz de lhes proporcionar boas condições de vida(10). CONCLUSÕES Neste estudo, verificou-se que, na sua maioria, os trabalhadores de enfermagem eram do sexo feminino, possuiam entre 20 a 30 anos de idade, casados ou moravam com companheiros, possuiam um vínculo empregatício, com tempo de trabalho na instituição de um a cinco anos. Em relação aos fatores de risco para DM, todos estavam presentes, com destaque, para os passíveis de modificação, sedentarismo e sobrepeso. Verificou-se maior proporção de trabalhadores com DM com os fatores de risco: sobrepeso; antecedente familiar para DM; hipertensão arterial sistêmica, história de macrossomia e glicemia capilar acima dos níveis considerados normais, quando comparados àqueles que não tinham o DM. Não se observou maior chance de desenvolver DM entre os trabalhadores de enfermagem que referiram estresse, quando comparados aos que não relataram. Dentre os trabalhadores diabéticos, a maioria utilizava hipoglicemiante oral, apresentava adesão ao tratamento instituído, não fazia o acompanhamento mensal, eram atendidos em serviços particulares, não eram cadastrados no Hiperdia nem participavam de atividades educativas. Diante desses resultados, evidencia-se a necessidade do desenvolvimento de ações em saúde direcionadas à saúde dos trabalhadores dessa instituição. A presença de fatores de risco sugere que sejam incentivadas mudanças no estilo de vida e implementadas atividades preventivas relacionadas à saúde, de modo a contribuir com o autocuidado. Faz-se necessário focar o trabalhador de enfermagem, identificando suas dificuldades e necessidades, para o fortalecimento de práticas educativas, objetivando a prevenção da doença dentre os trabalhadores que não têm o diagnóstico de DM e melhora do controle metabólico e adesão ao tratamento dentre os que têm a doença. Autor Correspondente: Darlene Mara dos Santos Tavares Av. Atrânio Azevedo, 2063 Olinda - Uberaba - MG - Brasil - CEP. 38055-470 E-mail: darlenetavares@enfermagem.uftm.edu.br Artigo recebido em 15/06/2009 e aprovado em 23/05/2010 * Trabalho realizado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triangulo Mineiro - UFTM - Uberaba (MG), Brasil. 1. Belancieri MF, Bianco MHBC. Estresse e repercussões psicossomáticas em trabalhadores da área da enfermagem de um hospital universitário.Texto & Contexto Enferm. 2004;13(1):124-31. Estresse e repercussões psicossomáticas em trabalhadores da área da enfermagem de um hospital universitário Texto & Contexto Enferm 2004 124 31 1 13 Belancieri MF Bianco MHBC 2. Araújo MD, Busnardo EA, Marchiori FM, Lima MF, Endlich TM. Formas de produzir saúde no trabalho hospitalar: uma intervenção em psicologia. Cad Psicol Soc Trab. 2002;5(1):37-49. 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Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus: hipertensão arterial e diabetes mellitus 2002 18. Marziale MHP, Jesus LC. Modelos explicativos e de intervenção na promoção da saúde do trabalhador [revisão]. Acta Paul Enferm. 2009;21(4):654-9. Modelos explicativos e de intervenção na promoção da saúde do trabalhador [revisão] Acta Paul Enferm 2009 654 9 4 21 Marziale MHP Jesus LC 19. World Health Organization. Adherence to long-term therapies: evidence for action. Geneva: WHO; 2003. 151p. Adherence to long-term therapies: evidence for action 2003 20. Sieber WJ, Kaplan RM. Informed adherence: the need for shared medical decision making. Control Clin Trials. 2000;21(5 Suppl): 233S-40S. Informed adherence: the need for shared medical decision making Control Clin Trials 2000 233S 40S 5 21 Sieber WJ Kaplan RM Original Articles Diabetes mellitus: occurrence of risk factors and care among nursing workers OBJECTIVE: To identify the occurrence of Diabetes Mellitus (DM), risk factors, stress and health-care activities performed by diabetic nursing workers. METHODS: This is a descriptive study with 418 professional nurses, working at a university hospital. Data were collected through a semi-structured instrument and were analyzed using the frequency distribution, the chi-square test (p <0.05) and the odds ratio. RESULTS: Most of the professionals were female and had between 20 and 30 years of age. All risk factors for DM were present, including the factors that can be modified. It was found a larger proportion of diabetic workers that had: overweight; arterial hypertension and capillary blood glucose altered, when compared to those without the disease. It was not found an increased likelihood of developing DM among nursing workers who reported stress. The workers with DM did not attend to the monthly follow up(69.2%); they were treated in private services (70%); and, they did not participate in educational activities (92.3%). CONCLUSION: It is necessary to develop health actions aimed to the workers, in order to prevent DM. Diabetes mellitus Nursing Disease prevention Nursing team Surveillance of the workers health ORIGINAL ARTICLE Diabetes mellitus: occurrence of risk factors and care among nursing workers* Diabetes mellitus: factores de riesgo, ocurrencia y cuidados entre trabajadores de enfermería Darlene Mara dos Santos TavaresI; Nayara Araújo ReisII; Flavia Aparecida DiasIII; Fabiana Augusta Moreira LopesIV IDoctorate in Nursing. Associate Professor of the Department of Education and Community Health Nursing (DEESC) of the Graduation in Nursing (CGE) course of the Federal University of Triângulo Mineiro - FUTM - Uberaba (MG), Brazil IIUndergraduate Nursing Student of CGE of FUTM. Scientific Initiation Scholarship of CNPq IIIRegistered Nurse. Masters student of the Post-Graduate Program in Health Care of the Federal University of Triângulo Mineiro - FUTM - Uberaba (MG), Brazil. Masters scholarship financed by Capes IVRegistered Nurse. Specialist in Collective Health Masters student of the Post-Graduate Program in Health Care of the Federal University of Triângulo Mineiro - FUTM - Uberaba (MG), Brazil Corresponding Author ABSTRACT OBJECTIVE: To identify the occurrence of Diabetes Mellitus (DM), risk factors, stress and health-care activities performed by diabetic nursing workers. METHODS: This is a descriptive study with 418 professional nurses, working at a university hospital. Data were collected through a semi-structured instrument and were analyzed using the frequency distribution, the chi-square test (p <0.05) and the odds ratio. RESULTS: Most of the professionals were female and had between 20 and 30 years of age. All risk factors for DM were present, including the factors that can be modified. It was found a larger proportion of diabetic workers that had: overweight; arterial hypertension and capillary blood glucose altered, when compared to those without the disease. It was not found an increased likelihood of developing DM among nursing workers who reported stress. The workers with DM did not attend to the monthly follow up(69.2%); they were treated in private services (70%); and, they did not participate in educational activities (92.3%). CONCLUSION: It is necessary to develop health actions aimed to the workers, in order to prevent DM. Keywords: Diabetes mellitus; Nursing; Disease prevention; Nursing team; Surveillance of the workers health RESUMEN OBJETIVO: Identificar la ocurrencia de Diabetes Mellitus (DM), los factores de riesgo, el estrés y el cuidado con la salud realizado por los trabajadores de enfermería que son diabéticos. MÉTODOS: Estudio descriptivo realizado con 418 profesionales de enfermería de un hospital universitario. Los datos fueron recolectados - por medio de un instrumento semi-estructurado - y analizados, utilizando la distribución de frecuencias, prueba chi-cuadrado (p<0,05) y odds ratio. RESULTADOS: La mayoría de los profesionales era del sexo femenino e poseía de 20 a 30 años de edad. Todos los factores de riesgo para DM estaban presentes, inclusive, los pasibles de modificación. Hubo mayor proporción de trabajadores diabéticos con sobre peso, hipertensión arterial, y glucemia capilar alterada, cuando comparados a los que no tenían esa enfermedad. No se observó una mayor probabilidad de desarrollar DM entre los trabajadores de enfermería que relataron estrés. Los trabajadores con DM: no hacían acompañamiento mensual (69,2%); eran atendidos en servicios particulares (70%); y no participaban de actividades educativas (92,3%). CONCLUSIÓN: Es necesario desarrollar acciones de salud dirigidas a los trabajadores, con la finalidad de prevenir la DM. Descriptores: Diabetes mellitus; Enfermería; Prevención de enfermedades; Grupo de enfermería; Vigilancia de la salud del trabajador INTRODUCTION Stress can be triggered by various situations, among them, the work that is essential to human life. Thus, subjects who carry out risky work activity should undergo health actions in order to prevent unpleasant symptoms that can bring harm to their health(1). In recent decades, studies have been developed, addressing the risk factors for stress, present in nursing work, with emphasis on hospital performance(2-8). However, fewer have addressed the consequences of stress on the health of workers in general(9) and on that of nursing workers(1,10-11). For health, the repercussions of stress, generated by nursing work, have been described as migraine headache episodes, irritability, physical fatigue, depression, leg pain, varicose veins and high blood pressure(10) with the addition of psychosomatic symptoms such as fatigue, muscle tension, nervousness, back pain, anxiety, premenstrual syndrome, cephalgia and memory problems(1) plus the occurrence of work accidents from perforating-cutting material, falls, exposure to biological fluids and contusions(8). In a study carried out with nurses, employees of the institution in which this research was conducted, it was found that 87.5% of the population were female, 33.4% had worked there from 10 to 15 years, 50% were in the age group of 35 to 60 years, 45.8% had two employment contracts and 52% were classified as stressed(7). Given the necessity of furthering knowledge regarding the repercussions of stress on the health of nursing staff and the characteristics of the professionals described above, it was chosen to conduct this study with a view to identifying risk factors and the incidence of diabetes mellitus type 2 (DM), as well as the health care carried out. The choice of DM was made due to the growing increase in its incidence, especially among those above 40 years of age. It is estimated that today it affects 11% of the population with an upward trend as age increases. It is a disease that presents high rates of morbidity and mortality; leads to chronic complications; it is one of the leading risk factors, with arterial hypertension, for cardiovascular diseases; it compromises the quality of life and social inclusion as a result of the loss of productivity in work, early retirement and premature mortality. Worldwide, the direct costs for the care of diabetic patients represent 2.5% to 15% of health spending(12). Moreover, at the time of the multicentric study conducted in Brazil, it was found that in approximately 50% of people with DM the condition was unknown and that 20% of those who had a previous diagnosis of the disease were not undergoing treatment(13). The Ministry of Health indicates the screening of asymptomatic subjects, since ignorance of the disease leads to the diagnosis occurring when complications already exist(12). Risk factors for DM are: over 45 years of age; overweight (body mass index >25); central obesity (waist circumference >102 cm for men and >88 cm for women, measured at the height of the iliac crests); family history (mother or father) of diabetes, arterial hypertension (>140/90 mmHg), HDL cholesterol >35 mg/dL and triglycerides <150 mg/dL; history of macrosomia or gestational diabetes; previous diagnosis of polycystic ovary syndrome and cardiovascular , cerebrovascular or peripheral vascular disease(12). There is a premise that stress is present, to a greater or lesser extent, in nursing work, when viewing the hospital space. Thus, the specifics of nursing work can generate stress, which in turn is a risk factor for several chronic diseases. It is questioned whether stress resulting from nursing work in the hospital can be a risk factor for the occurrence of DM. Another issue that brings concern is the care the nursing staff dispense to themselves. Do they take care of themselves? There is evidence that modifiable risk factors for DM type 2 may contribute to postpone and prevent the disease, through changes in lifestyle, especially weight loss and regular physical activity(14). Such changes in lifestyle are considered almost twice as effective as the use of medication, and also reduce cardiovascular risk(14). Aiming to contribute with the expansion of knowledge of the area, with the prevention of illness among nursing staff and with the planning of health promotional activities within the hospital space of the institution where the researchers work and study, were outlined as the aims of this study. - To describe the demographic characteristics and those related to the work of nursing professionals from the Clinical Hospital (CH) of the Federal University of Triângulo Mineiro (FUTM); - To identify the occurrence of Diabetes mellitus and its risk factors among these workers; - To verify the relationship between stress, self-reported, related to nursing work and the occurrence of Diabetes mellitus; - To describe the care of health performed by nursing staff with Diabetes mellitus. METHODS This was a descriptive, observational, cross-sectional study carried out in the Clinical Hospital of the FUTM. The site has 618 nursing staff, of whom 84 are registered nurses, 330 nursing technicians and 204 auxiliary nurses. To constitute the study population the following inclusion criteria were used: being part of the body of nursing staff of the referred hospital, of either gender and to accept to participate. The exclusion criteria were: carrying out an alternative function; being on sick leave or sabbatical; being off work for electoral matters or for representing professional organs, being on vacation, and not attending to collect data three times, after the previously scheduled date and time. From the population, 418 (67.6%) workers met the discussed criteria, with a higher participation of nursing technicians (87%), followed by registered nurses (54.8%) and auxiliary nurses (41.7%). The non-participation in the study (32.3%) was related to non-attendance to collect data on three occasions after the previously scheduled date and time (16.4%) non-acceptance to participate in the survey (8.3%) ; sick leave (3.9%), holidays (2.3%) and alternative functions (1.4%). To collect data a semistructured instrument was used, which was previously tested by means of a pilot study. The variables studied were: gender; age group; marital status; professional category; function performed by the nurse; the number of employment contracts; work sector; length of employment at the institution; risk factors for DM; physical activity; work-related stress; capillary blood glucose level; duration since DM diagnosis; number of comorbidities; presence of complications; type of treatment for DM; monthly consultation; registered with Hiperdia, participation in educational groups and adherence to the recommended treatment. The electronic database was constructed using EpiInfo 3.2TM and for data analysis, a simple frequency distribution, chi-square test (p<0.05) and odds ratio were used. To compare the presence of risk factors for DM among workers, there were two groups, named Group 1 (workers with a DM diagnosis) and Group 2 (workers without a DM diagnosis). This project was approved by the Human Research Ethics Committee of FUTM, Protocol Nº 1059. The subjects of the research were contacted at their places of work, and were presented with the aims, the Free Prior Informed Consent form and were offered relevant information. The interview was conducted after the interviewee's consent and signature of the FPIC form. RESULTS The predominant professional category was nursing technicians (68.7%) followed by auxiliary nurses (20.3%) and registered nurses (11%). Among the nurses interviewed, 89.1% had the function of ward nurse and 10.9% were nursing coordinators. Data regarding the distribution of demographic variables and the work of nursing professionals of a university hospital are presented in Table 1. Table 1 Concerning employment contracts, 69.1% possessed one, followed by those working in two places (26.8%). Most interviewees worked in the intensive care (36.4%) or intermediate care (33.7%) sectors. The intensive care sector grouped the pediatric and adult ICU units and the intermediate care sector was composed of coronary IMCU, adult and infant ERs. Regarding the length of employment, 1 to 5 years (28.2%) and 5 to 10 years (17.5%) prevailed. Table 2 shows that all risk factors for DM were present among the nursing staff, the highest percentages being for a sedentary lifestyle (60.8%), overweight (45.3%), central obesity (32.9%) and aged over 45 years (31.5%). Comparing risk factors (Table 2) between workers with diagnosed diabetes, and those without the disease, statistically significant differences were obtained between the groups for the following factors: overweight (÷2=8.09, p=0.004), family history of DM (÷2=11.81, p=0.0005), systemic arterial hypertension (÷2 =4.65, p=0.031), history of macrosomia (÷2 =6.67, p=0.017) and capillary blood glucose above levels considered normal (÷2=19.11, p=0.00001). It was verified that a higher proportion of workers with DM presented these risk factors when compared to those without DM. It is noteworthy that, although not statistically significant, cardiovascular, cerebrovascular or peripheral vascular disease (16.3%) and polycystic ovary syndrome (11.1%) presented higher percentages among workers who were not diagnosed with DM compared to workers with DM. Referring to capillary blood glucose, it was observed that 4.4% of workers who did not have DM, presented values above the standard set by the Ministry of Health, as well as central obesity (31.6%) and sedentary life style (60%). Among the interviewees, stress was self-reported by 53.3%, however, there was no greater chance of developing diabetes among nursing workers who reported work stress when compared to those that did not report it (OR = 1.41, 95% = 0.41 to 5.6). In the study population, the occurrence of DM was 3.1%. Of these the majority had a length of time since diagnosis of less than 10 years (84.6%), presented one comorbidity (75%) and 15.4% reported complications arising from DM, the most common being diabetic neuropathy. Regarding treatment, it was verified that the majority used oral hypoglycemic agents (53.8%), followed by non-drug treatment (38.5%) and oral hypoglycemic agents and insulin (7.7%). Adherence to the recommended treatment was reported by 61.5% of the workers. Monthly monitoring was not performed by 69.2%, among those that did, the sites were private services (70%) and the specialty outpatient clinic of the FUTM (30%). It is noteworthy that 76.9% were not enrolled in the Hypertension and Diabetes Mellitus Care Reorganization Program (Hiperdia) and most did not participate in educational activities (92.3%). DISCUSSION The scientific literature provides evidence that the majority of nursing staff are female. This fact is corroborated by another study performed in a Teaching Health Center with 184 nursing staff, where 62.5% of them were female(15); as well as another performed with nurses in a Clinical Hospital in the State of Minas Gerais (87.5%)(7). Ages from 25 to 30 years (3.6%) and married or cohabiting with a partner (45.0%) were also found in research conducted in Botucatu - SP(16). Double employment was reported in a survey previously conducted with nurses who worked at the same site as this study (45.8%)(7). This work situation may cause interference in personal and families relationships, followed by restriction of social activities(16). The study showed that risk factors for DM were present, among all workers, particularly the modifiable factors. It is estimated that about 80% of recently diagnosed diabetics are obese and that 50% of new cases could have been prevented by avoiding excess weight, and 30% with physical inactivity control(17). Regarding the presence of arterial hypertension, which has been associated with DM, this constitutes the main cause of mortality, hospitalizations and amputations of lower limbs and represents 62.1% of the primary diagnoses in patients with chronic renal failure undergoing dialysis in Brazil(12). Primary prevention, by screening individuals with risk factors, increases the diagnosis of previously established DM(14). In this study, the occurrence of risk factors among workers who had no diagnosis of DM, suggests that they should be investigated for the presence of the disease, considering the benefits of early diagnosis and that encouraging changes in lifestyle promotes adherence to treatment and disease control. Regarding the control of blood glucose levels, it is the responsibility of the nursing team to develop educational activities with clients related to self-monitoring of capillary blood glucose and the insulin delivery technique(12). However, the maintenance of metabolic control of blood glucose is a challenge for people with DM. Given the significant percentage of workers with blood glucose levels above normal values, it is suggested that the difficulties in blood glucose control and the possible relationship with the specificities of nursing work are investigated in order to establish health planning, aimed at delaying the micro and macro-vascular complications resulting from this disease. In this study, stress was not associated with the occurrence of DM. Different data have been found in research conducted with workers of health units in Ribeirão Preto - SP. Stress was reported by 47.3% of workers, and the work environment was considered the most stressful (46.7%), revealing this as one of the important factor in determining health(15). Research previously conducted among nurses of the same hospital showed that 52% were stressed. This condition was related to the managerial function, to the higher age group, to the coping with critical situations, such as crises, and the remuneration(7). Nursing professionals, who work in tertiary care, are exposed to several factors that may cause harm to their health. A study conducted with nursing staff at a university hospital highlighted some of the main factors that cause stress as: excessive control by the institution, difficulties in interpersonal relationships, routine and repetitive activities, excessive numbers of patients, an atmosphere of suffering and death, insufficient wages, lack of leisure, support and recognition by the institution(1). These data demonstrate the interference of the working environment with the health conditions of the workers. They also denote the need for joint evaluation between employees and the Nursing Director to identify the stressor agents of working in the institution, aiming to plan actions that contribute to the reduction of work-related stress. Investing in health promotion in institutions, motivates the staff, reduces absenteeism, personal problems and interpersonal disputes, and promotes greater efficiency and improved performance. These actions must be guided by ethics, assuming political, critical and conscious positioning of how to advocate for the health of the worker in the adoption of specific preventive measures(18). With regard to the treatment performed by people with DM, the World Health Organization states that, in developed countries, adherence to treatment of chronic diseases is, on average, 50%(19). Low adherence constitutes a public health problem, by reducing the benefits of treatment and leading to unnecessary prescriptions of increasing doses or more potent drugs. Simultaneously, it leads to a decrease in the quality of life of patients, motivated by the failure of the treatments(20). The data described above demonstrate the need to investigate the difficulties of adherence to treatment and monthly monitoring. Thus, it will be possible to develop a plan of care directed toward nursing staff in order to discuss and reflect on the theme and contribute, so that the complications and disabilities originating from this disease are delayed. A study conducted among nursing staff at a Clinical Hospital of the interior of Minas Gerais, verified that the people, even though they knew what they should do to improve the health condition, did not develop actions in this direction. On the other hand, while trying to take care of their health they collided with a system that does not give them many opportunities of efficient care. According to most interviewees, the work was seen as the center of their lives and, paradoxically, was not able to offer them good conditions of life(10). CONCLUSIONS In this study, it was found that the majority of the nursing staff were female, they were between 20 and 30 years of age, married or cohabiting with partners, they had one employment contract, with the length of time working at the institution of five years. Regarding risk factors for DM, all were present, especially those subject to modification, i.e. physical inactivity and being overweight. A higher proportion of employees with DM were found with the risk factors: overweight, family history of DM, systemic arterial hypertension, history of macrosomia, and capillary blood glucose above levels considered normal, when compared to those who did not have DM. No increased chance of developing diabetes was observed among the nursing staff who reported stress when compared to those who did not. Among the diabetic employees, the majority used oral hypoglycemic agents, presented adherence to the recommended treatment, did not carry out monthly monitoring, were treated at private services, were not enrolled in Hiperdia, and did not participate in educational activities. Given these results, the need for the development of health actions directed toward the health of the workers of this institution is highlighted. The presence of risk factors suggests that changes in lifestyle should be encouraged and preventive activities related to health implemented, in order to contribute to self-care. It is necessary to focus on the nursing staff, identifying their problems and necessities, to strengthen educational practices aimed at preventing disease among workers who do not have a diagnosis of DM and improving metabolic control and adherence to treatment among those that have the disease. REFERENCES
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