Resumo
Objetivo
Analisar as condições de letramento em saúde dos cuidadores de usuários vinculados ao Serviço de Atenção Domiciliar de uma capital brasileira.
Métodos
Estudo transversal realizado com 90 cuidadores vinculados ao Serviço de Atenção Domiciliar, de município na região central do Brasil. Coleta realizada no domicílio dos usuários, usando questionário sociodemográfico e a versão brasileira do Health Literacy Questionnaire (HLQ-Br). Utilizada estatística descritiva para variáveis sociodemográficas, a média dos escores nas escalas do HLQ e testes não paramétricos para medidas de associação do letramento em saúde.
Resultados
A maioria dos entrevistados era mulher (90,0%), com companheiro (58,9%), vivia no mesmo local do usuário (75,6%), possuía renda pessoal até um salário mínimo (72,2%), não possuía o hábito de ler (57,8%), estudou nove anos ou mais (53,3%), era cuidador informal (91,1%) e tinha pais que não estudaram (42,2%). Limitações foram identificadas nas escalas “Cuidado ativo em saúde” e “Navegar no sistema de saúde”. As condições de letramento em saúde foram influenciadas negativamente por não ter hábito de ler; escolaridade do cuidador e de seus pais; pelo fato de ser cuidador informal; pela renda e tempo cuidando dos pacientes. As potencialidades foram relacionadas ao acesso a quem entende e apoia o cuidador; à compreensão das informações sobre saúde e saber o que fazer, e a entenderem o que os profissionais de saúde lhes pedem.
Conclusão
Necessário incorporar os princípios do letramento em saúde no cotidiano dos cuidadores, profissionais e gestores para melhores desfechos e decisões em saúde no contexto da assistência no domicílio.
Letramento em saúde; Cuidadores; Visita domiciliar