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Práticas assistenciais em partos de risco habitual assistidos por enfermeiras obstétricas

Prácticas asistenciales en partos de riesgo normal asistidos por enfermeras obstétricas

Resumo

Objetivo

Comparar as práticas assistenciais em partos de risco habitual assistidos por enfermeiras obstétricas em um hospital público de Porto Alegre/RS no ano de 2013 – início do modelo colaborativo na instituição – com as práticas assistenciais realizadas no ano de 2016.

Métodos

Estudo transversal, retrospectivo, analítico, realizado no centro obstétrico de um hospital público de Porto Alegre/RS, com 186 parturientes de risco habitual com parto assistido por enfermeiras obstétricas no período de 2013 e 2016. Constituíram critérios de inclusão gestantes de risco habitual, durante o pré-natal e admissão hospitalar, com feto único, recém-nascido vivo, a termo (idade gestacional de 37 a 41 semanas) e em apresentação cefálica fletida. Foram excluídas parturientes que ingressaram na instituição em período expulsivo e as com informações incompletas em prontuário. Os dados provenientes do estudo foram agrupados sob a forma de banco de dados e analisados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 25.0. Para análise estatística foi utilizado o Teste Qui-quadrado de Pearson e o Teste Exato de Fischer, para comparar proporções.

Resultados

A comparação das práticas assistenciais nos anos estudados revelou redução de intervenções como tricotomia (-100,0%), uso de supositório retal (-85,8%), posição litotômica (-85,0%), uso de medicamentos para alívio da dor (-79,0%), analgesia epidural (-79,0%), uso de ocitocina (-73,3%), cateterização venosa (-60,5%), cardiotocografia (-51,1%), tonsura (-38,5%), bola obstétrica (-31,0%) e posição semissentada (-5,4%); e aumento percentual de práticas como a mudança de posição (+828,6%), rebozo (+167,3%), posição de cócoras (+100,0%), posição quatro apoios (+100,0%), posição lateral direita (+100,0%), posição lateral esquerda (+100,0%), uso de partograma (+43,3%), massagem terapêutica (+33,4%), clampeamento tardio do cordão umbilical (+37,3%), contato pele a pele (+33,2%), amniotomia (+16,7%) e dieta líquida (+11,5%).

Conclusão

Frente ao modelo predominante de assistência obstétrica no Brasil, centrado no médico obstetra e em práticas intervencionistas, o modelo colaborativo de assistência ao parto, com atuação das enfermeiras obstétricas, mostra-se como um caminho para a atenção às mulheres, com respeito à fisiologia do parto e ao protagonismo da mulher.

Enfermagem obstétrica; Enfermeiras obstétricas; Parto humanizado; Trabalho de parto

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