Resumo
Objetivo
Verificar a associação do fator pessoal biológico estado nutricional, das crianças submetidas à cirurgia cardíaca, com os seguintes comportamentos: mortalidade/alta hospitalar, tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e tempo de ventilação mecânica (VM).
Métodos
Estudo transversal, retrospectivo realizado com 786 prontuários de crianças menores de cinco anos, submetidas à cirurgia cardíaca. O modelo de Nola J. Pender foi usado para analisar os dados. Aplicou-se o teste Qui-Quadrado de Pearson para verificar associação entre o fator pessoal biológico e o comportamento mortalidade/alta hospitalar. O teste Kruskal-Wallis foi utilizado para verificar a diferença entre medianas do fator pessoal biológico e os comportamentos tempo de VM e de UTI.
Resultados
A associação entre os fatores pessoais biológicos (pobre estado nutricional, desnutrição aguda e desnutrição crônica) com o comportamento mortalidade foi de OR 2,18 (1,42 – 3,34), p=0,003, OR 0,75 (0,46 – 1,2), p=0,24 e OR 2,7 (1,77 – 4,12), p<0,0001, respectivamente. A mediana de tempo em dias de uso de VM e tempo em dias de UTI foi, respectivamente de 3 (p<0,0001) e 8 (p<0,0001) para o pobre estado nutricional, 2 (p=0,041) e 6,5 (p=0,006) para a desnutrição aguda, 3 (p<0,0001) e 8 (p<0,0001) para a desnutrição crônica.
Conclusão
Os fatores pessoais biológicos que tiveram associação significativa com o comportamento mortalidade foram o pobre estado nutricional e desnutrição aguda. Foi verificado que as crianças com déficits nutricionais analisados tiveram uma superior mediana de tempo de VM e tempo de UTI quando comparadas com as crianças sem déficits nutricionais.
Unidades de terapia intensiva pediátrica; Cardiopatias congênitas; Procedimentos cirúrgicos cardiovasculares; Avaliação nutricional; Fatores de risco; Promoção da saúde; Recén-nascido