Resumo
Objetivo
Identificar prevalência e fatores associados à lesão renal aguda em pacientes clínicos intensivos, e compará-los com um grupo controle; analisar se a coexistência de fatores constitui preditor de risco para o desenvolvimento de lesão renal aguda.
Métodos
Estudo caso-controle, com abordagem quantitativa, realizado em unidade de terapia intensiva geral adulto do interior de São Paulo, Brasil, com 205 pacientes que desenvolveram lesão renal aguda e o mesmo número de controles, durante os anos de 2014 e 2015. Coleta de dados realizada mediante levantamento dos registros de prontuário. Relações foram estatisticamente significativas se p<0,05.
Resultados
A prevalência de lesão renal aguda foi de 7,5% e os principais fatores associados foram: hipertensão arterial (p=0,004; OR=1,9615; IC=1,0491-3,6645); hipovolemia (p=0,006; OR=5,6071; IC=1,6382-19,1854); insuficiência cardíaca (p=0,003; OR=5,3123; IC=1,7521-16,1051); noradrenalina (p<0,0001; OR=9,4913; IC=4,4824-20,0981); dopamina (p=0,0009; OR=3,5212; IC=1,6701-7,4242); dobutamina (p=0,0131; OR=5,2612; IC=1,4172-19,5323); e antibióticos simultâneos (p<0,0001; OR=3,7881; IC=2,0253-7,0884). A coexistência de mais de três fatores de risco foi estatisticamente significante para lesão renal aguda (p<0,0001; OR=5,0074; IC=2,5601-9,7936).
Conclusão
A lesão renal aguda é um evento multifatorial que se associou à doença de base, às complicações decorrentes da gravidade dos participantes e à utilização de medicamentos nefrotóxicos. Ter três ou mais fatores de risco aumentou as chances para o desenvolvimento da doença.
Lesão renal aguda; Fatores de risco; Cuidados intensivos; Pacientes internados