Resumo:
Pretendo neste artigo examinar a noção de intermediário (to metaxy) nos Diálogos de Platão, especialmente em Teeteto e O Banquete. Na primeira seção, examino previamente no Teeteto a noção de to metaxy como o resultado da mistura entre o percipiente e o percebido, de modo que o reino fenomênico pode ser explicado por um terceiro gênero, identificado como to metaxy, originado de certa espécie de dynamis. Na segunda seção, investigo a referida noção no Banquete, proferida por Diotima de Mantineia em seu encômio a Eros como nume. Meu propósito nessa última seção é demonstrar que a apreensão da Forma do Belo em si demanda uma nova abordagem hermenêutica, que denomino hermenêutica cultual, pela qual Platão concebe um liame inextricável entre as concepções mítica e racional das Ideias.
Palavras-chave:
Intermediário; Percepção; Epistemologia; Ontologia; Mito.