Em meados dos anos 1980, alguns autores, entre eles Arthur Danto, defenderam ideias que convergiam para a proclamação do fim da arte. Esse período histórico coincidia com a explosão dos estilos pós-modernos nas artes e com os debates filosóficos e culturais da pós-modernidade. Por "fim da arte" os autores pretendiam sinalizar que, nos anos 1960, uma espécie de fechamento ocorreu no desenvolvimento histórico da arte. Uma era de impressionante criatividade, que durou seis séculos no Ocidente, chegou a um fim de modo que qualquer arte que pudesse vir a existir daí para frente deveria estar marcada por um caráter pós-histórico. Esse caráter coincidia com a descrença nas utopias. Estas corriam de modo mais ou menos subterrâneo, mais ou menos explícito por todos os movimentos vanguardistas, então crepusculares. Nesse contexto, o argumento que este ensaio pretende defender é que, longe de indicar ausência de sentido crítico, engajamento ético ou militância política, o criticado "vale tudo" pós-moderno estava sinalizando a emergência de um novo tempo pós-utópico na cultura e nas artes. Na falta de um nome melhor, esse novo tempo tem sido chamado de contemporaneidade e arte contemporânea cuja característica primordial encontrase na avalanche pluralista e radicalmente diversificada de tendências estéticas que tem provocado profundas mudanças no papel dos curadores, na natureza dos museus e na posição contingente da crítica.
arte moderna; pós-modernidade; curadoria; museus; mídias