Cobertura verde |
Área totalmente coberta por vegetação visível em imagens de satélite, independente do hábito vegetal (ALVAREZ, 2004ALVAREZ, I. A. Qualidade do espaço verde urbano: uma proposta de índice de avaliação. 2004. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. ). Envolve os serviços de regulação climática (evapotranspiração, filtro de poluição, amenização climática) (BROWN et al., 2015BROWN, R. D. et al. Designing Urban Parks That Ameliorate the Effects of Climate Change. Landcape and Urban Planning, v. 138, p. 118-131, 2015. ), e tem papel fundamental na conservação do solo (NIEMEIJER; DE GROOT, 2008NIEMEIJER, D.; DE GROOT, R. S. A conceptual framework for selecting environmental indicator sets. Ecological Indicators, v. 8, n. 1, p. 14-25, jan. 2008. ). |
Área Permeável |
Função de regulação do ciclo da água e papel fundamental em situações de extremos climáticos (secas e cheias) nas cidades (DE GROOT et al., 2015DE GROOT, R. S. et al. Challenges in integrating the concept of ecosystem services and values in landscape planning , management and decision making. Ecological Complexity, v. 7, n. 3, p. 260-272, 2015. ). As áreas das zonas permeáveis foram auferidas em campo e calculadas por meio de imagens de satélite disponibilizadas pelo software Google Earth. Certas áreas, como, por exemplo, aquelas com solo exposto, também são inseridas nesse cálculo. |
Dossel |
A análise considerou como área coberta por dossel aquela com vegetação arbustiva ou arbórea (LARONDELLE; HAASE, 2013LARONDELLE, N.; HAASE, D. Urban ecosystem services assessment along a rural-urban gradient: A cross-analysis of European cities. Ecological Indicators, v. 29, p. 179-190, 2013. ). Para tanto, utilizou-se a medição da área com uso de imagens de satélite (disponibilizadas pelo software Google Earth) calculadas em softwares de geoprocessamento (Arcgis) por meio do cálculo de área de polígonos, além da verificação em campo. |
Serapilheira |
A correta manutenção do solo é base de três dos conjuntos de serviços ecossistêmicos: de regulação e retenção de nutrientes e de formação de solo. A serapilheira é uma das principais vias de transferência de matéria e energia nos ecossistemas terrestres (DE SOUSA-NETO et al., 2017DE SOUSA-NETO, E. R. et al. Litterfall mass and nutrient fluxes over an altitudinal gradient in the coastal Atlantic Forest, Brazil. Journal of Tropical Ecology, v. 33, n. 4, p. 261-269, 2017. ). Constitui uma barreira física aos processos de lixiviação, à ação de ventos e amortece os efeitos da queda de água (LIU et al., 2017LIU, W. et al. The effect of litter layer on controlling surface runoff and erosion in rubber plantations on tropical mountain slopes, SW China. Catena, v. 149, p. 167-175, 2017. ). A observação da serapilheira foi feita em campo, dado que em áreas urbanas pode ocorrer o manejo deste compartimento edáfico (FERREIRA et al., 2018FERREIRA, M. L. et al. Soil biodiversity in urban forests as a consequence of litterfall management: implications for São Paulo’s ecosystem services. Sustentability, v. No prelo, 2018. ). A qualidade da serapilheira não foi considerada neste estudo. |
Diversidade de espécies |
A diversidade de espécies em um fragmento de vegetação oferece a complexidade e a estrutura base para um desenvolvimento ecossistêmico cada vez maior em florestas tropicais (RODRIGUES; BRANCALION; ISERNHAGEN, 2009RODRIGUES, R. R.; BRANCALION, P. H. S.; ISERNHAGEN, I. Pacto pela restauração da mata atlântica: Referencial dos conceitos e ações de restauração florestal. 1. ed. São Paulo: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Instituto BioAtlântica, 2009. ). Essa complexidade, quando já consolidada, traduz-se no aumento da resiliência e estabilidade da vegetação. A estabilidade, a qual o número de espécies constituintes influencia, reflete-se nos serviços ecossistêmicos associados ao controle biológico. Da mesma forma, a maior riqueza de produtores normalmente está associada a maior riqueza de toda comunidade. A identificação das espécies vegetais foi baseada no sistema de classificação APG II, por meio de visitas de campos, com auxílio de binóculos, bibliografia especializada (LORENZI, 1998LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, vol. 2. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 1998. , 2002, 2009; LORENZI et al., 2003) e auxílio de especialistas quando necessário. |
Hábito |
Como em Ivanauskas, Monteiro & Rodrigues (2004IVANAUSKAS, N. M.; MONTEIRO, R.; RODRIGUES, R. R. Composição florística de trechos florestais na borda sul-amazônica. Acta Amazonica, v. 34, n. 3, p. 399-413, 2004. ), para a análise do hábito da vegetação em campo, utilizou-se a classificação de: árvore, arbusto, palmeira, erva, liana, epífita, hemiparasita e parasita. As diferentes espécies e hábitos de crescimentos são um importante indicador para os serviços de refúgio e berçário, ao permitirem diferentes tipos de nichos ecológicos, além de considerar a importante função no estoque de carbono (no caso das plantas lenhosas). |
Nativas e exóticas |
Consideram-se os princípios do plano de ações pela biodiversidade (CIDADE DE SÃO PAULO, 2011b), a Portaria 91 de 2010 da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (CIDADE DE SÃO PAULO, 2010), além do trabalho de Rodrigues et al. (2009RODRIGUES, R. R.; BRANCALION, P. H. S.; ISERNHAGEN, I. Pacto pela restauração da mata atlântica: Referencial dos conceitos e ações de restauração florestal. 1. ed. São Paulo: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Instituto BioAtlântica, 2009. ) e Conway & Vander Vecht, (2015CONWAY, T. M.; VANDER VECHT, J. Growing a diverse urban forest: Species selection decisions by practitioners planting and supplying trees. Landscape and Urban Planning, v. 138, p. 1-10, 2015. ). Acredita-se haver uma importância na manutenção da biodiversidade nativa, mesmo nas cidades, em prol da adaptação de espécies locais e o aumento da resiliência à biodiversidade local, ainda que espécies exóticas possam oferecer vários serviços benéficos à cidade. A delimitação da origem da espécie obedeceu as orientações da Portaria n° 60 da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do município de São Paulo (CIDADE DE SÃO PAULO, 2011d) e a lista de espécies da flora do Brasil (JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO, 2015). |
Indicadores da Função de Produção |
Para análise da função de produção, escolheu-se avaliar o grau de aproveitamento dos recursos naturais da vegetação pela população quanto a: alimentação, matéria-prima, recursos medicinais e utilização ornamental, dentro de três níveis. Em menor escala, há pouca ou pontual exploração dos recursos, na média o recurso já é um ponto de destaque dessa vegetação, enquanto em maior escala há aproveitamento comercial dos recursos. Considerando-se que os dados obtidos sobre esses aspectos são em três níveis, foram feitas observações junto à administração dos parques para essa caracterização. Apenas os serviços de recursos genéticos foram excluídos da análise das funções de produção, por ser limitada a exploração desse tipo de recurso em ambientes urbanos. |