Open-access A ecologia orientada a objetos de Timothy Morton

MORTON, Timothy. Ser ecológico. Tradução: Maíra Mendes Galvão. São Paulo, SP: Quina Editora, 2023

Resumo

Em Ser ecológico, Timothy Morton aprofunda sua proposta por uma ecologia estruturada a partir da ontologia orientada a objetos, marcadamente descolada do conceito de natureza. Para Morton, a vivência dessa ecologia dependeria de uma mudança radical em nossa relação com o mundo. As premissas básicas dessa ecologia seriam: i) a superação da dualidade sujeito-objeto a partir de uma matriz ontológica plana, na qual todos os objetos (humanos, não humanos, naturais, culturais, reais, fictícios) seriam dotados de capacidade de afetar e serem afetados, em um processo dinâmico, instável e fluido; e ii) a multiescalaridade como uma condição ontológica. Essas condições permitem compreender que toda forma de acesso será sempre parcial e insuficiente, visto que todo e qualquer objeto será sempre aberto e misterioso em relação ao seu potencial. Essa proposta de consciência-postura ecológica sugere uma mudança ético-política e epistemológica radical, com abertura para desdobramentos instigantes em direção a uma nova filosofia do Sistema Terra.

Palavras-chave:
Ecologia; ontologia; objetos; multiescalaridade; antropoceno

Abstract

In Being Ecological, Timothy Morton expands on his proposal for a new ecology, structured upon object-oriented ontology and markedly detached from the concept of nature. For Morton, experiencing this ecology would require a radical transformation in our relationship with the world. The fundamental premises of this ecology are: (i) overcoming the subject-object duality through a flat ontological matrix, in which all objects-human and non-human, natural and cultural, real and fictional-possess the capacity to affect and be affected in a dynamic, unstable, and fluid process; and (ii) multiscalarity as an ontological condition. These conditions highlight that any form of access will always be partial and insufficient, as every object remains open and enigmatic in relation to its potential. This proposal for an ecological consciousness and stance suggests a radical ethical-political and epistemological shift, opening up thought-provoking avenues toward a new philosophy of the Earth System.

Keywords:
Ecology; ontology; objects; multiscalarity; anthropocene

Resumen

En Being Ecological, Timothy Morton profundiza en su propuesta de una nueva ecología, estructurada sobre la base de una ontología orientada a los objetos y marcadamente desvinculada del concepto de naturaleza. Para Morton, la experiencia de esta ecología dependería de un cambio radical en nuestra relación con el mundo. Las premisas básicas de esta ecología serían: i) la superación de la dualidad sujeto-objeto a partir de una matriz ontológica plana, en la que todos los objetos (humanos, no humanos, naturales, culturales, reales o ficticios) estarían dotados de la capacidad de afectar y ser afectados en un proceso dinámico, inestable y fluido; y ii) la multiescalaridad como condición ontológica. Estas condiciones permiten comprender que cualquier forma de acceso será siempre parcial e insuficiente, ya que cada objeto permanecerá siempre abierto y misterioso en relación con su potencial. Esta propuesta de conciencia-postura ecológica sugiere un cambio ético, político y epistemológico radical, abriendo paso a desarrollos prometedores hacia una nueva filosofía del Sistema Tierra.

Palabras-clave:
Ecología; ontología; objetos; multiescalaridad; antropoceno

O livroSer Ecológicoé apenas a segunda obra do filósofo inglês Timothy Morton com tradução para o português. Precedida porO Pensamento Ecológico(ambas publicadas em 2023 pela Editora Quina), a obra amplia a proposta de desestabilização do conceito de ecologia como uma condição para pensar, situar-se e agir neste tempo que vem se convencionando chamar de Antropoceno. Morton se detém em uma questão que é transversal à sua obra: “o que importa não é exatamente o que você pensa, mas como você pensa” (Morton, 2023b, p. 75).

Originalmente vinculado aos estudos literários, com forte ênfase no romantismo britânico, Morton inicia sua incursão na crítica ecológica apenas em 2007, a partir da obraEcology Without Nature: Rethinking Environmental Aesthetics(Morton, 2007). Nesse trabalho, ele estabelece de maneira mais evidente um ponto de partida em sua relação com a também emergente teoria dos objetos, cujas proposições evoluíam em trilhos paralelos, principalmente a partir da produção de Graham Harman (2002; 2005; 2011; 2018) e Levi Bryant (2011). Essa trajetória redundaria na chamada Ontologia Orientada a Objetos (OOO), corrente cuja influência se torna cada vez mais evidente e declarada (Pinho, 2022) ao longo de suas obras posteriores (Morton, 2010; 2013; 2016; 2017; 2018).

Mesmo que não seja apresentada de maneira explícita emSer Ecológico, é possível notar também influências de proposições de outros autores relevantes nesse debate sobre a ecologia no contexto do Antropoceno, notadamente nomes como Bruno Latour e Donna Haraway.

Com um estilo de escrita (e de filosofia) bastante peculiar, que não se envergonha de lançar mão de referências da literatura, da música e da cultura pop, além de evitar jargões ou citações filosóficas excessivas, tornando a leitura acessível a um público mais amplo, Morton declara de antemão que, se seu estilo fosse um filme dirigido por ele, seu produtor seria a OOO de Harman, e seus produtores executivos seriam Kant e Heidegger (p. 14). Sobre esses dois últimos, Morton propõe uma revisita a suas teses, buscando levá-las às últimas consequências.

Esta radicalização proposta por Morton está em linha com as premissas e bases do chamado Realismo Especulativo. Em relação às teses de Kant e Heidegger, é possível identificar um duplo movimento. Em um primeiro momento, há um alinhamento à proposição kantiana de distinção entre a coisa-em-si (noumenon) e a(s) forma(s) como a percebemos (fenômeno), e de que não seria possível um acesso direto à primeira, apenas a algumas representações. No mesmo sentido, ele compreende e acata o conceito heideggeriano de “ser” como algo intrinsecamente inacessível. Entretanto, a partir desse ponto, reconhece a emergência de uma questão profundamente estrutural no pensamento moderno: a distinção absoluta entre sujeito (humano) e objeto (mundo). O mundo apenas poderia ser conhecido à medida que se correlaciona a nossas faculdades de percepção, cognição e filtros conceituais e sensoriais (tempo, espaço, categorias do entendimento). A partir desse ponto, Morton adota explicitamente a crítica ao correlacionismo proposta por Meillassoux (2022), que, embora aceite a inacessibilidade da coisa-em-si, rejeita a centralidade do humano como o único capaz de capturar a realidade. Ao destituir o humano de seu lugar privilegiado, esta crítica ao correlacionismo sugere que o “real” é algo constantemente retirado e inatingível, não apenas para humanos, mas para todos os objetos. Isso cria bases para a proposição de uma ecologia em que todos os seres/objetos, não apenas os humanos, estão em um jogo constante de interações e ocultamentos.

Tais movimentos de radicalização são ilustrados no livro por exemplos que nos aproximam de suas proposições. O termo “aproximar” é importante aqui, já que o pleno acesso a seus pontos seria uma incoerência com sua própria proposta.

EsseSer ecológicode Morton é, ao mesmo tempo, ontológico e performativo, ente e ação. O primeiro passo para essa compreensão-ação seria superar o fetiche pelobig datapara tentar vivenciar, de alguma forma, o que esses dados significariam. A tese segue a premissa da OOO: o objeto em si é inacessível, e não há base de dados abrangente o suficiente que permitiria capturá-lo de forma completa. Todo acesso será sempre parcial e produzirá apenas “verdadezas” ou factóides. Essa característica ficaria ainda mais evidente no enquadramento do que ele chama dehiperobjetos, ou coisas que se distribuem no tempo e no espaço, que só permitem o acesso a partes, uma de cada vez, visto que são instáveis e descontínuas em relação ao tempo humano. O novo regime climático (usando a terminologia de Latour) seria um caso exemplar de hiperobjeto.

Dados não são fatos. Considerar que dados são fatos seria tomar a parte pelo todo. Ao tratá-los dessa forma, reforçamos uma compreensão moderna e não ecológica. Morton destaca o quanto a ciência atua a partir dessa perspectiva ao se prender aos dados, como se eles dissessem toda a verdade. Mesmo se considerássemos apenas cada parte, ela, por sua vez, também representaria apenas uma fração de si mesma, já que cada parte se converteria em um novo objeto, que, consequentemente, também escaparia do acesso integral. Essa parcialidade dos acessos, embora incomode profundamente nosso espírito moderno, para Morton não seria necessariamente um problema.

Se isso está correto, haveria uma multiplicidade inerente a cada objeto ou, além disso, cada objeto poderia ser pensado como um sistema multidimensional. Mas fica ainda mais intrigante. Para Morton, pensar esse sistema por vias ecológicas seria construir um “como” pensar no qual o todo será sempre menor do que a soma de suas partes - ontologicamente menor. Há aqui uma referência implícita ao conceito de conjuntos transfinitos, originalmente proposto por Georg Cantor e revisitado por Meillassoux (2022) em sua obraApós a Finitude, considerada inaugural do Realismo Especulativo. Nesse mesmo espírito, seria possível uma aproximação ao “plus intra” de Latour (2020), ou seja, a ideia de que os terranos - seres ecológicos, segundo a perspectiva de Morton - buscariam se apropriar da Terra por meio da intensificação das relações, explorando novos estratos e novas partes superpostas que se relacionam de modo não evidente ou “misterioso”. Esse mistério seria uma condição inerente e intransponível. É a partir dessa relação entre sistemas múltiplos em intensidade e, portanto, multiescalares, que se estrutura sua ecologia.

Morton afirma que, se não é possível conhecer uma coisa direta ou totalmente, a única forma de se relacionar com ela seria “afinar-se” a ela, ou seja, estabelecer uma relação viva e dinâmica entre coisas. Novamente, aqui fica clara uma inspiração no conceito latouriano de mediação, embora vá além. As coisas se afetam, não a ponto de perder sua identidade, mas há trocas e influências. Nesse processo, haveria uma espécie de ressonância que estabeleceria níveis de intimidade e conexão.

Fundamental para a compreensão do que está na base de sua proposta de ecologia é definir e desmistificar o termo “objeto”. Partindo da lente da OOO, objeto poderia ser compreendido como uma unidade irredutível1 tanto às suas partes constitutivas quanto às suas performances, efeitos e relações com outros objetos. De acordo com Morton, objetos são totalmente diferentes de coisas objetificadas, porque são radicalmente abertos, no sentido de potencial e, portanto, intrinsecamente misteriosos. Ainda, todos os objetos - humanos, não humanos, naturais, culturais, reais, fictícios - embora sejam constitutivamente diferentes, estabelecem intensos processos de relacionamento, e esses processos produzem efeitos no mundo. E mesmo esses relacionamentos, ou a forma como as coisas estão conectadas, também poderiam ser tratados como objetos.

Para se referir a esse complexo de conexões em múltiplas escalas, Morton propõe o conceito demalha, uma derivação do nexo whiteheadiano e da rede latouriana, cujo cerne está na ideia de incompletude de qualquer delimitação. Ou seja, nenhum limite contextual seria suficiente para fornecer uma explicação completa sobre a coisa que pretendemos explicar. Ela sempre indica que há mais, muito mais, em um movimento que não pressupõe fronteiras. A malha articula, de um lado, a ideia da multiescalaridade (inclusive por meio da dimensão temporal) e, de outro, o sistema de conjuntos transfinitos. Ter consciência ecológica, a partir dessa lógica da ecologia orientada a objetos, seria ter ciência dessa malha e agir a partir de sua compreensão.

A intenção transversal que permeia essa ousada proposta de ecologia é a superação da dualidade sujeito-objeto a partir do estabelecimento de uma ontologia plana (ou menos acidentada), já que tudo poderia ser afetado e afetar. Morton pretende nos mover do lugar que ele chama de vale insólito (uncanny valley), onde há profundas assimetrias entre objetos e onde estaria a origem de toda forma de preconceito, racismo e especismo, em direção a uma planície espectral, onde todos os objetos seriam dotados de dignidade ontológica, sem perder suas características de diferenciação.

Para Morton, a clássica dualidade sujeito-objeto é, na realidade, uma dualidade sujeito-abjeto. O uso depreciativo do termo “objeto” seria um espelho no qual se refletem preconceitos inerentes a uma certa metafísica. A ideia de objeto como uma coisa inerte, estática, manipulável e desanimada o lançaria no fundo do vale insólito. O termo “insólito” (uncanny) descreveria, segundo Morton, o que é familiar e estranho ao mesmo tempo, ou seja, uma ambiguidade. Essa ambiguidade precisaria, em um contexto ecológico - agora na planície espectral -, ser apreciada, e não apenas tolerada. Morton lança mão da estética para ajudar a compreender essa diferença: diante de uma obra de arte, não se busca tolerar sua estranheza, mas estabelecer um relacionamento e apreciá-la, sem que nosso quadro de referência se coloque como um obstáculo.

Em última análise, seria essa dualidade que estruturaria a matriz do antropocentrismo, que, por sua vez, estaria na gênese da crise ecológica que nos atinge. Trata-se da clássica bifurcação entre natureza e cultura (Whitehead, 1993) ou ambiente e sociedade, âncora maior do ideário moderno que, retomando Latour (1994), epistemologicamente, estrutura a divisão das ciências em polos purificadores. Esses polos acessam (sempre parcialmente) e pretendem explicar o fenômeno a partir de seus próprios pressupostos e teorias, esvaziando-o de uma constituição própria. Fica clara a razão pela qual a ecologia de Morton ser estruturalmente descolada do conceito de natureza. Trata-se, de fato, de uma ecologia sem natureza, pois nega a mera existência desse conceito e de toda forma de dualismos. E, ao negá-los, pretende colapsar a premissa antropocêntrica.

É inegável que a clássica dualidade entre natureza e cultura possibilitou avanços em diversas dimensões da vida humana, mas, ao mesmo tempo, também produziu as condições para a emergência de todas as inúmeras crises encadeadas2 - ou o que vem sendo denominado de policrise3 - que vivenciamos a cada dia de maneira mais intensa e que nos atordoam. Morton faz questão de evidenciar que o estabelecimento da temporalidade humana4 como a escala padrão lançou no vazio as demais temporalidades. Novamente, a multiescalaridade proposta por Morton ajuda a explicar a ambivalência como uma característica inata da modernidade.

Na vã tentativa de um exercício de síntese de uma obra desconcertante comoSer Ecológico, a multiescalaridade parece ser, de fato, um ponto de conexão mais geral. Do ponto de vista epistemológico, a multiescalaridade não seria algo a ser tratado apenas como uma opção metodológica, como é comum em pesquisas ambientais. A multiescalaridade seria uma condição ontológica inescapável e inegociável ao pensamento e ao viver ecológicos.

Seria instigante especular como tal premissa poderia se desdobrar em novas balizas ético-políticas e, certamente, epistemológicas. De partida, deixaria de fazer sentido o fetiche por uma ciência orientada a soluções, visto que a definição do problema tipicamente se dá a partir da perspectiva das necessidades humanas, ou seja, em um contexto estritamente monoescalar. Qualquer solução ou busca por eficiência só seria eficiente sob um ponto de vista específico e restrito. A desconsideração de outras escalas, para além da antropocêntrica, seguirá aprofundando a lógica que deu origem ao problema em si, exportando novos e imprevisíveis problemas para outras escalas ignoradas.

Morton enfatiza que as ferramentas políticas, técnicas e psíquicas de que dispomos para pensar, planejar e agir fazem parte do problema, pois estão inseridas no mesmo quadro ontológico que nos envolve e impõe limites absolutos. Seria impossível pensar novos meios de relacionamento com a realidade sem ultrapassar esse quadro ontológico-epistêmico, em linha com o que já propunha Merleau-Ponty (1953/2022, p. 10), ao afirmar que “não foram as descobertas científicas que provocaram a mudança da ideia de natureza. Foi a mudança da ideia de natureza que permitiu essas descobertas”. Ou seja, não há transformação verdadeiramente disruptiva que possa florescer dentro de um mesmo quadro ontológico.

Entretanto, as crises encadeadas e cada vez mais intensas que nos assolam dão um indício de que talvez já estejamos dentro de um período de anomalia, nos termos de Kuhn (1962/2018), e que uma nova ecologia sem natureza, como a proposta por Morton, possa ser um provocador para a emergência de um novo paradigma que nos permita sobreviver ao terrível Antropoceno.

Relevante e bastante ilustrativo, neste contexto de virtual anomalia, é justamente o enquadramento desse hiperobjeto designado como Antropoceno. A negativa doAnthropocene Working Group, vinculado àInternational Subcommission on Quaternary Stratigraphy(SQS), em março de 2024 (IUGS, 2024), à demarcação do Antropoceno como uma nova época geológica é um evidente sinal da inadequação do paradigma moderno em lidar com um tema multidimensional e que nos atravessa.

O caso também é bastante útil para a compreensão da proposta de Morton. A negativa estabelece o foco da compreensão de um fenômeno a partir de uma forma muito específica de acesso, neste caso, agravado pela estranha pretensão de tentar medir o Antropoceno a partir de ferramentas e do quadro epistêmico próprios do Holoceno. Outro ponto ainda mais relevante, no contexto do pensamento de Morton, é que, embora estritamente restrita ao domínio da geologia, a decisão ecoa e extravasa para além de suas fronteiras. Essa decisão precária e contingente da SQS, que, em tese, pode ser lida como uma negativa da própria ciência moderna ao estabelecimento do Antropoceno, gera, imediatamente, um novo objeto, com desdobramentos e efeitos concretos e complexos na realidade. Esse novo objeto entra em ressonância com as causas do próprio fenômeno, amplificando-o em um ciclo defeedbackspositivos, e acelerando - ainda que de maneira irrefletida - uma transição ainda mais rápida e intensa justamente em direção ao próprio antropoceno.

Mais uma vez, a proposta de Morton soa instigante para pensar outras formas de navegar neste mundo que emerge cada vez mais complexo e inapreensível. Certamente, ainda dependeremos do uso de nossas limitadas, inadequadas e ineficientes ferramentas. Entretanto, e retornando ao ponto inicial, a questão não é bem “o quê”, mas sim o “como”: “Usar o que está à mão e verificar como essas ferramentas vão se modificando à medida que são usadas em outras escalas e com outras formas de vida que não são familiares a nós” (Morton, 2023b, p. 200). E verificar como tais mudanças poderiam conformar novas trajetórias epistemológicas. Talvez uma ecologia orientada a objetos - aberta, em construção e longe de consensos, instabilidade essa que talvez precise ser estabilizada, como uma marca da ambivalência destes nossos tempos - possa ocupar o espaço, não mais de uma rígida filosofia da natureza, mas sim de uma nova e dinâmica filosofia desse novo e estranho sistema Terra.

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  • 1
    - Irredutível, neste contexto, faz referência ao chamado princípio das irreduções, proposto por Latour na segunda parte da obra The Pasteurization of France, intitulada Irreductions (Latour, 1993), segundo o qual “nada é, por si mesmo, redutível ou irredutível a qualquer outra coisa”. No contexto da discussão proposta por Morton, a irredutibilidade é um importante anteparo contra a tendência correlacionista moderna e não ecológica.
  • 2
    - Safatle (2023), no mesmo sentido, adota o termo “sistemas de crises conexas”.
  • 3
    - O conceito de policrise foi proposto inicialmente por Morin e Kern (1999), posteriormente desenvolvido por Swilling (2013, 2019). Em 2023, o Global Risks Report do Fórum Econômico Mundial adota o conceito como base de suas análises (WEF, 2023).
  • 4
    - Seria interessante pensar também, neste contexto de padronização da escala temporal humana, quais bases epistêmicas são consideradas como referência, e quais inúmeras outras são desconsideradas, marginalizadas e, desta forma, abertas a todo o tipo de violência.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Jul 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    01 Fev 2024
  • Aceito
    02 Dez 2024
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