Open-access O papel das Áreas Protegidas durante a pandemia de COVID-19: análise da percepção dos visitantes

Resumo

A pandemia de COVID-19 culminou em uma crise sanitária mundial, gerando uma série de impactos potenciais. Este estudo avaliou seu impacto nas visitas às Áreas Protegidas (APs) no Brasil. Foi utilizado para isso um questionário, aplicado a 219 visitantes de 136 APs, através de um formulário eletrônico, utilizando-se a metodologia “bola de neve”. Os resultados revelaram as principais motivações e a percepção dos benefícios durante a visitação. As principais motivações foram: “contemplação da natureza” (32%), “bem-estar físico e mental” (28%) e “recreação” (15%). O motivo “isolamento/tranquilidade” foi citado por 12% dos visitantes. Já em relação à percepção dos benefícios gerados, as principais motivações citadas foram: “bem-estar e saúde mental” (42%), “contato com a natureza” (19%) e “ambiente com baixo risco de contaminação” (15%). Nossos resultados reforçam a importância das APs na melhoria do bem-estar humano e promoção do contato com a natureza durante a pandemia de COVID-19.

Palavras-chave:
Uso público; Unidade de Conservação; Bem-estar humano; Gestão de Áreas Protegidas; Parques

Abstract

The COVID-19 pandemic culminated in a global health crisis, generating a series of impacts. This study evaluated its impact on visits to Protected Areas (PAs) in Brazil. A questionnaire was applied to 219 visitors of 136 PAs through an electronic form using the snowball method. The results revealed the main motivations and perceived benefits during the visitation. The main reasons for visiting were: “contemplation of nature” (32%), “physical and mental well-being” (28%), “recreation” (15%), and “isolation/tranquility” (12%). Regarding the perception of benefits, “well-being and mental health” (42%), “contact with nature” (19%), and “environment with lower risk of contamination” (15%) were the most mentioned. Our results reinforce the importance of PAs in improving human well-being and promoting contact with nature during the COVID-19 pandemic.

Keywords:
Public use; Conservation Unit; Human well-being; Management of Protected Areas; Parks

Resumen

La pandemia de COVID-19 culminó en una crisis sanitaria global, generando una serie de impactos. Este estudio evaluó el impacto en las visitas a Áreas Protegidas (AP) en Brasil. Para ello se utilizó un cuestionario, aplicado a 219 visitantes de 136 AP, a través de un formulario electrónico, utilizando la metodología de “bola de nieve”. Los resultados revelaron las principales motivaciones y la percepción de beneficios durante la visita. Las principales motivaciones fueron: “contemplación de la naturaleza” (32%), “bienestar físico y mental” (28%) y “recreación” (15%). El motivo “aislamiento/tranquilidad” fue citado por el 12% de los visitantes. En cuanto a la percepción de los beneficios generados, las principales motivaciones citadas fueron: “bienestar y salud mental” (42%), “contacto con la naturaleza” (19%) y “medio ambiente con bajo riesgo de contaminación” (15%). Nuestros resultados refuerzan la importancia de las AP para mejorar el bienestar humano y promover el contacto con la naturaleza durante la pandemia de COVID-19.

Palabras-clave:
Uso público; Unidad de Conservación; Bienestar humano; Gestión de Áreas Protegidas; Parques

Introdução

As Áreas Protegidas (APs)1 representam uma das estratégias mais importantes para a conservação da biodiversidade e provisão de serviços ecossistêmicos (CBD, 2020; IPBES, 2019). Diante do atual quadro de transformação dos ecossistemas (Ellis et al. 2010) e das mudanças climáticas, o aumento das APs foi reconhecido como uma medida prioritária pela Conferência de Biodiversidade da ONU - COP15 (CBD, 2020). No Brasil, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, estabelecido através da Lei Federal nº 9.985/2000, é o principal instrumento de criação, implantação e gestão das Unidades de Conservação da Natureza (UCs). O sistema brasileiro conta com 2.945 UCs, que cobrem 19,07% de todo o seu território, totalizando mais de 1,6 milhões de km² de área continental protegida e mais de 965 mil km² de área marinha protegida (Brasil, 2024). As UCs estão subdivididas em 12 categorias (e.g. Parques, Reservas, Reservas Extrativistas, Monumento Natural, etc.) distribuídas em dois grupos: Proteção Integral e Uso Sustentável. Estes grupos apresentam diferenças em relação aos seus objetivos básicos (e.g. preservação da natureza vs compatibilização da conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos naturais) (Brasil, 2000). Portanto, considerando a megabiodiversidade, riqueza cultural e oferta de recursos naturais do Brasil, as APs cumprem um papel estratégico na construção de um modelo de desenvolvimento mais sustentável. No entanto, problemas como falta de recursos humanos e financeiros são ainda grandes obstáculos para a implementação e gestão eficientes das áreas protegidas brasileiras (Medeiros et al., 2018; Tribunal de Contas da União, 2021).

Além de serem um patrimônio natural, as Unidades de Conservação também desempenham um papel fundamental na promoção do contato com a natureza através das atividades de uso público (recreação, interpretação e educação ambiental) (Dudley, 2008; Balmford et al., 2015). Pesquisas recentes têm demonstrado o papel das áreas protegidas na melhoria do bem-estar físico e mental (Li, 2010; Kuo et al., 2001; Bratman et al., 2019; Branas et al., 2011; Golding et al., 2018), das relações sociais (Weinstein et al., 2015) e da percepção ambiental (Soga et al., 2016). No Brasil, o número de visitantes registrados nas UCs apresenta uma tendência de alta nos últimos anos. Em 2021, os registros de visitas às Ucs atingiram recorde, chegando ao número de 16,7 milhões de visitantes. Nos anos seguintes os números continuaram aumentando, chegando a 21,6 milhões de visitantes durante o ano de 2022, e 23,7 milhões em 2023, o maior número de visitas à UCs já registrado até então (ICMBio, 2024). Com a chegada da pandemia de COVID-19 em março de 2020 e a crise sanitária mundial que se seguiu, uma série de medidas de isolamento social foram implementadas como estratégia de contenção da disseminação do vírus. Diante deste cenário, medidas legais foram implementadas com objetivo de restringir o uso público das UCs brasileiras (Brasil, 2020a). A partir da variação sazonal do número dos casos de COVID-19 ao longo do ano e do avanço da vacinação, houve momentos de reabertura temporária das UCs, permitindo o retorno das atividades de visitação (Brasil, 2020b). O retorno das atividades de uso público nessas áreas ocorreu seguindo os protocolos de segurança sanitária, impostos pelos estados e municípios e as restrições impostas pela gestão da UC.

Para avaliar as implicações da COVID-19 sobre o uso público nas áreas protegidas, o presente estudo analisou a experiência do visitante em Áreas Protegidas brasileiras durante a pandemia de COVID-19 (03/2020 - 03/2022). A partir da percepção dos visitantes, o estudo descreveu as principais motivações e benefícios gerados pela visita e a importância das APs durante este período. Apesar de se tratar de um momento crítico, a pandemia de COVID-19 ofereceu a oportunidade de se examinar uma lacuna no conhecimento sobre o papel das áreas protegidas na promoção do bem-estar humano e de se propor políticas públicas que incorporem ainda mais o componente social na implantação e gestão das áreas protegidas.

Metodologia

A pesquisa foi realizada a partir da aplicação de um questionário destinado aos visitantes que estiveram em APs durante o período da pandemia da COVID-19 (a partir de março de 2020 até o mês de março de 2022, quando foi finalizada a aplicação do questionário), com objetivo de avaliar a percepção e experiência dos visitantes. O questionário foi aplicado através de um formulário eletrônico, após o participante ler e concordar com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFRRJ - CEP (Parecer n.º 960, de 02 de agosto de 2021), sob número de protocolo n.º 195/2021, no âmbito do processo nº 23083.031500/2021-59. A amostragem foi realizada a partir do método “bola de neve”, no qual se estabelece uma cadeia de referência em que os elementos escolhidos inicialmente recrutam novos elementos, que fazem parte de sua rede de contatos (Vinuto, 2014). Para a utilização deste método, é necessária a delimitação dos elementos iniciais de forma que o questionário alcance as pessoas com o perfil desejado para participar da pesquisa.

O link de acesso ao questionário foi compartilhado com pessoas que atuam na área ambiental, grupos em redes sociais e em aplicativos de mensagens ligados a Áreas Protegidas, Conservação Ambiental e Ecoturismo. Foi solicitado ao receptor da mensagem que a encaminhasse para sua rede de contatos, de modo a contribuir com aumento do alcance da pesquisa. O questionário ficou disponível para receber respostas no período de agosto de 2021 a março de 2022. A decisão do encerramento do questionário foi realizada a partir do ponto de saturação das respostas, quando já não havia novas respostas sendo computadas. A escolha deste método se justifica pela sua capacidade de espalhamento, podendo alcançar indivíduos de diversas regiões, e por sua viabilidade de aplicação, considerando as restrições de contato pessoal e deslocamento impostas durante o período da pandemia da COVID-19.

A autorização foi concedida após a submissão do projeto de pesquisa, acompanhada dos documentos: “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”, “Protocolo Geral” e “Protocolo de Experimentação Envolvendo Seres Humanos”. O questionário aprovado foi elaborado buscando não propiciar nenhuma situação de desconforto para os participantes. Não foram solicitadas informações confidenciais. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE - foi apresentado a todos os participantes no início do formulário. Para responder ao questionário, foi necessário que o participante confirmasse ter lido e concordado com o TCLE.

A primeira parte do questionário teve por objetivo obter informações sobre os perfis do visitante e da AP visitada. Neste campo, as perguntas foram sobre a identificação da AP, o mês e o ano da visita, a frequência de visitação do participante, as motivações para a visita e a influência que a pandemia de COVID-19 teve na decisão de ir a uma AP. Já na segunda parte, o participante respondeu a questões sobre sua percepção da AP e as experiências vivenciadas durante a visita. Uma terceira parte do questionário foi respondida apenas pelos participantes que haviam visitado uma AP antes da pandemia de COVID-19 e teve por objetivo obter informações sobre as motivações e a percepção do visitante sobre a visita fora do período da pandemia de COVID-19. A partir das respostas dos visitantes, foram obtidas as informações referentes à localização, a categoria de AP e o nível de gestão (Municipal, Estadual ou Federal). Na análise dos dados, todas essas informações foram verificadas através dos dados disponíveis no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação - CNUC (Brasil, 2024).

Resultados

O questionário foi respondido por 219 participantes que relataram ter visitado ao menos uma AP durante o período da pandemia da COVID-19. Foram citadas 136 APs neste estudo, localizadas em 19 estados da Federação e no Distrito Federal (Figura 1).

Figura 1
Localização das Áreas Protegidas (APs) visitadas pelos participantes da pesquisa. As siglas representam os nomes dos Estados.

Dentre as 12 categorias de manejo de UCs previstas no SNUC (Brasil, 2000), 11 foram citadas neste estudo. Os Parques foram a categoria de manejo mais visitada, representando 71,37% das APs citadas pelos participantes (Tabela 1). Apenas a categoria Reserva de Fauna - REFAU não foi visitada por nenhum participante da pesquisa. Isso ocorre porque, apesar de prevista em lei, ainda não foi criada nenhuma UC desta categoria (Brasil, 2024). Portanto, nossos resultados sugerem uma amostra bem distribuída espacialmente e representativa do Sistema Nacional de Unidades de Conservação do Brasil. Um total de 3,82% das visitas realizadas se deram em Áreas Protegidas que não se enquadram nas categorias previstas no SNUC. Por isso, será utilizado o termo AP para se referir a estas áreas.

Tabela 1
Frequência de citação das diferentes categorias de UC e grupo de proteção (Proteção Integral ou Uso Sustentável), de acordo com o SNUC (Brasil, 2000) visitadas durante o período da pandemia da COVID-19.

O período com maior número de menções de visitas realizadas em APs no ano de 2020 foi o mês de dezembro, atingindo 51 menções de visitas. Em 2021 foi observado um aumento no número de visitas, com ápice no mês de julho, quando houve 83 visitas mencionadas, seguido de 73 visitas no mês de agosto do mesmo ano. Há uma queda abrupta no número de visitas a partir do mês de setembro de 2021 que não reflete necessariamente uma diminuição na procura pelas UCs, mas sim a chegada a um ponto de saturação no espalhamento do questionário, que foi compartilhado entre os participantes desta pesquisa através do método “bola de neve”.

Dos 219 participantes desta pesquisa, a grande maioria (98,7%) dos visitantes já havia visitado uma AP, ao passo que apenas 1,37% estava visitando uma área protegida pela primeira vez, e a maior parte dos participantes, 79,91% disseram já ter visitado a UC em questão antes. Além disso, 93,61% já haviam visitado alguma UC antes da pandemia. Quando perguntados sobre a frequência com que costumavam visitar as UCs, 43,38% dos participantes relataram visitar essas áreas frequentemente (mais de 10 vezes ao ano), 25,11% relatam visitar essas áreas com frequência média (entre 5 e 10 vezes ao ano) e pouco mais de 30,14% visitam UCs com frequência baixa (menos de 5 visitas ao ano).

Quando questionados sobre o quanto a situação de pandemia havia influenciado na decisão de visitar a AP durante este período, a maior parte dos participantes, 38,4%, disse que a situação pandêmica teve grande contribuição para esta decisão, 25% disseram que a situação contribuiu pouco, enquanto 35,5% relataram não ter havido contribuição. Quando perguntados sobre as principais motivações para a visitação durante a pandemia, os motivos mais mencionados foram: “contemplação da natureza” (32,03%), “bem-estar físico e mental” (28,34%), “recreação” (15,20%), “isolamento/tranquilidade” (12,11%), “trabalho/pesquisa” (11,29%). Para efeito de comparação, os participantes que responderam já ter visitado uma AP antes da pandemia também responderam sobre as motivações que os levaram a fazer a visita durante a pandemia. Os resultados exibiram uma alta convergência entre os períodos pré-pandemia e pandemia, com a maior parte das citações sendo a “contemplação e observação da natureza” (31,37%), “seguida pelo bem-estar físico e mental” (26,97%) e “recreação” (19,10%) (Figura 2). Apesar dos resultados apresentarem percentuais muito parecidos para as motivações mencionadas pelos participantes no período anterior e durante a pandemia, houve uma pequena variação na motivação de recreação entre os períodos. Também foi observado um pequeno aumento na motivação “bem-estar físico e mental” durante o período da pandemia.

Figura 2
Motivações citadas pelos visitantes para visitar áreas protegidas antes e durante a Pandemia de COVID-19.

Os participantes foram questionados quanto ao sentimento de risco de contaminação pelo vírus de COVID-19 durante a visita à AP e os resultados obtidos mostram que 63,47% dos participantes relataram uma sensação de “baixo risco de contaminação,” e 21% relataram a percepção de “não haver nenhum risco”. Quando perguntados sobre os fatores que mais contribuíram para a sensação de menor risco de contaminação, os mais citados foram o “distanciamento social” (33.22%) e o “ambiente aberto” (17.29%). Além disso, foram citados o “uso de máscaras” (8.81%), a “adoção de protocolos sanitários” (9.83%) e a “vacinação” (2.03%). Dentre os fatores que contribuíram para a sensação de maior risco de contaminação, os mais mencionados foram a “proximidade com outras pessoas” (12.88%) e a “ausência do uso de máscara” (9.83). Também foram mencionados a “exposição no trajeto até a AP” (2,37%), a “falta de protocolos sanitários e restrições” (2.37%) e a “existência de áreas de uso comum” (1.36%). Dentre as situações citadas, 71,2% são ligadas a “sensação de segurança” e 28,8% dos relatos foram referentes a “situações que geraram alguma insegurança”. Quanto aos fatores que contribuíram para a sensação de maior risco, os principais citados foram a ocorrência do contato com pessoas, a “ausência do uso de máscaras pelas pessoas”, a “falta de protocolos de segurança e restrições” e a “exposição no trajeto até a AP”.

Dentre os benefícios em visitar uma AP durante o período da pandemia relatados pelos participantes da pesquisa, o mais mencionado foi “bem-estar e saúde mental”, com 41,99% das menções. Os demais benefícios mais citados pelos participantes deste estudo foram “contato com a natureza e contemplação”, “ar puro” e “sem poluição sonora”. Outros benefícios citados foram: “ambiente seguro/socialização”, “lazer e diversão com riscos de contágio reduzido” e “bem-estar físico e a possibilidade de realizar atividades físicas ao ar livre” (Figura 3).

Figura 3
Benefícios citados pelos visitantes das áreas protegidas durante o período da pandemia da COVID-19.

Em relação às diferenças entre a experiência de visitar essas áreas antes e durante a pandemia da COVID-19, a maior parte dos participantes (72,68%) afirmou que elas foram notáveis. As justificativas mais mencionadas pelos participantes para a diferença entre as visitações nos dois períodos foram a “preocupação com a aglomeração de pessoas” (22%), os “protocolos sanitários” (20%), a “diminuição de visitantes na AP” (10%), o “fechamento da AP e controle de lotação” (10%) e a “preocupação com a possibilidade de contaminação (9%)”. Além dessas, outras justificativas foram mencionadas pelos participantes em menor percentual.

Quando questionados sobre a importância do papel desempenhado pelas APs durante o período de pandemia, percebe-se que mais da metade das menções referem-se a questões centrais deste período de pandemia da COVID-19: “baixo risco de contaminação pelo vírus da Covid-19 nas APs” e “saúde”. Além desses temas, o “contato com a natureza” e a “preservação ambiental” também foram citados com frequência (Figura 4). Os demais temas, apesar de menos citados pelos participantes, expressam alguns novos indicativos. Observa-se que foram citados o fato de as APs funcionarem como uma ferramenta para a propagação de informações sobre os cuidados necessários para evitar a contaminação viral, a desconexão com o mundo virtual, que foi amplamente utilizado durante o período de pandemia, e o isolamento, que se tornou palavra-chave no vocabulário diário.

Figura 4
Percepção dos visitantes sobre os papeis desempenhados pelas áreas protegidas durante a pandemia da COVID-19. Números no gráfico representam a frequência de citações pelos visitantes.

Discussão

Os visitantes:

Os resultados obtidos demonstram que grande parte das pessoas que visitaram as Áreas Protegidas durante o período da pandemia já conheciam o local (79,91%) e são visitantes frequentes (68,5% visitam Unidades de Conservação mais de 5 vezes ao ano). Apesar do aumento das visitações a APs no Brasil durante a pandemia de COVID-19 (ICMBio, 2024), os resultados encontrados neste estudo indicam que a pandemia não incentivou a ida de novos visitantes a estas áreas. Este resultado sugere que a decisão de visitar uma AP durante o período de pandemia dependeu de uma visita anterior a esta área. De acordo com Zenker et al. (2020), a pandemia causou mudanças no comportamento dos visitantes, que diante do momento de crise tendem a evitar atividades e lugares desconhecidos, levando a escolhas de visitas domésticas em oposição a destinos distantes. Estas mudanças de comportamento dos visitantes podem ter incentivado a visitação a APs mais próximas, ocasionando um possível aumento da valorização dessas áreas por parte da vizinhança. A valorização das APs pela população do entorno é fundamental no aumento do engajamento na conservação ambiental e, consequentemente, pode contribuir com a gestão da área (Coelho-Júnior et al., 2021). Diante desse panorama, a pandemia da COVID-19 pode ter contribuído para uma mudança da percepção dos visitantes sobre a importância das Áreas Protegidas para o bem-estar humano, como observado por Derks et al. (2020).

Visitação durante a pandemia:

A importância das áreas protegidas durante o período da pandemia de COVID-19 foi relatada em estudos em diferentes regiões do mundo (Moore e Hopkins, 2021; Derks et al. 2020). Em uma pesquisa conduzida na Romênia, foi demonstrado que a presença de visitantes esteve altamente conectada ao avanço e às consequentes restrições impostas pela pandemia de COVID-19 (Niță et al., 2021). Nos Estados Unidos, houve aumento de visitação nos Parques, que desempenharam papel crucial durante a pandemia da COVID-19 ao fornecer oportunidades de recreação em um momento de estresse e limitação de atividades (Volenec et al., 2021; Yang et al., 2021). Um estudo sobre os impactos da pandemia em Parques de 10 países (Estados Unidos, Nova Zelândia, Índia, Brasil, Equador, Gabão, Taiwan, China, Chile e Canadá) revelou um aumento da visitação e uma alteração no perfil dos visitantes em decorrência da situação pandêmica (Moore e Hopkins, 2021). Os autores ponderam que a pandemia colocou os Parques em evidência, com maior cobertura de mídia e reconhecimento por parte dos visitantes (Moore e Hopkins, 2021). Esses estudos sustentam que, em várias partes do mundo, as áreas protegidas desempenharam uma função importante na promoção do uso público de áreas naturais.

Os resultados do presente trabalho demonstraram que a categoria Parque foi a mais visitada pelos participantes desta pesquisa. Esse resultado está alinhado ao fato de os Parques terem como objetivo central a promoção do uso público para fins de lazer, recreação e ecoturismo (Brasil, 2000). O Brasil conta com 569 Parques, o que representa cerca de 19,3% do número total de UCs no país (Brasil, 2024). Essa categoria é responsável por grande parte das visitas às UCs, como observado no levantamento do ICMBio. De acordo com esse levantamento, a categoria Parque recebeu mais de 40% de todas as visitas feitas nas UCs monitoradas no ano de 2021, alcançando cerca de 45% no ano de 2023 (ICMBio, 2024). Esses resultados reforçam a importância dos Parques para a visitação pública e o ecoturismo no Brasil, especialmente necessários durante a pandemia, devido à necessidade de distanciamento social e o fechamento de vários outros ambientes destinados ao lazer e turismo (Cukor et al., 2021).

O aumento da visitação, observado a partir do mês de setembro de 2020, pode estar associado com a reabertura das áreas, deliberada pela Portaria ICMBio n° 890 de 25 de agosto de 2020. Com a reabertura, as pessoas voltaram a poder visitar estas áreas, desde que respeitando os protocolos de segurança sanitária. Esta retomada da visitação após a reabertura reforça a importância do uso público nessas áreas. Mesmo com a permanência da situação de pandemia, assim que as APs estavam disponíveis para a visitação, as pessoas procuraram por esses espaços. Esses resultados são consistentes com o levantamento realizado pelo ICMBio, que mostra um aumento no número de visitações durante o ano de 2021, chegando a superar o número de visitas dos anos pré-pandemia. Para cerca de 66% dos visitantes que participaram desta pesquisa, a decisão de visitar uma área protegida foi influenciada pela situação de pandemia da COVID-19. Estudos revelam que isso ocorreu também em outras partes do mundo, indicando um padrão de aumento da procura por áreas naturais neste período (Derks et al., 2020; Ferguson et al., 2022; Willberg et al., 2021; Åberg et al., 2021). Na África, um estudo confirmou o rápido crescimento do número de visitantes de áreas naturais protegidas assim que as restrições de visitação a estes locais foram retiradas ou minimizadas (Cukor et al., 2021). Em cidades asiáticas, houve uma intensificação da procura por espaços verdes como uma estratégia para lidar com a pandemia de COVID-19 (Lu et al., 2021). A situação de pandemia levou ao aumento de demanda pela visitação em APs e colocou em evidência os benefícios dessas áreas para o bem-estar e saúde humana.

Bem-estar e segurança:

Dentre as motivações citadas para a visita, o bem-estar físico e mental foi a citado com maior frequência, seguido pela contemplação e observação da natureza. Houve uma alta convergência entre as motivações para visitação durante os períodos anterior e durante a pandemia, indicando que a emergência sanitária não alterou essas motivações. A ausência de diferenças entre os períodos pode ser explicada pelo perfil do visitante, uma vez que 68% dos respondentes visitam áreas protegidas mais de 5 vezes ao ano.

O fato de “bem-estar físico e mental” representar quase um terço das menções sugere a importância da visitação no período da pandemia teve para a sensação de bem-estar das pessoas. Nossos resultados corroboram achados de Lemieux et al. (2012), que revelou que os benefícios para a saúde humana e o bem-estar são os principais motivos em termos de preferência a visitas em áreas protegidas. Resultados semelhantes ao nosso também foram observados em APs na Ásia, América do Norte e Europa durante a pandemia do COVID-19 (Luo et al., 2021; Xiao et al., 2021; Taff et al., 2022; Halkos et al., 2021). Portanto, a criação e o manejo das Áreas Protegidas devem considerar esses territórios como ferramentas na melhoria do bem-estar e da saúde humanas.

Em relação à percepção de segurança, mais de 84% dos participantes relataram sentir “baixo” ou “nenhum risco” de contaminação durante a visita à AP. A percepção de segurança pode ser explicada pelas características inerentes às áreas, que são lugares abertos, geralmente amplos, que permitem o distanciamento entre as pessoas, cenário muito diferente dos encontrados em áreas urbanas, onde vive a maior parte da população. Contudo, a pandemia pode ter alterado a experiência da visitação, uma vez que a preocupação com aglomeração e a necessidade de seguir protocolos sanitários interferiram na percepção do visitante sobre a experiência.

Benefícios da visitação durante a pandemia:

“Bem-estar e saúde mental” foi o benefício mencionado com maior frequência pelos visitantes na pesquisa. Esse resultado é corroborado por estudos prévios que relataram melhorias na saúde e bem-estar como benefício de atividades realizadas em Áreas Protegidas (Lemieux et al., 2012; Pullin et al., 2013). Além disso, considerando as restrições impostas pelo isolamento social e a insegurança causada pelo risco de contaminação, seria esperado um aumento na percepção do benefício da atividade de visitação durante o período da pandemia. Essa condição pode explicar o fato da melhoria do bem-estar e da saúde mental ter sido mencionada em 41% das respostas sobre os benefícios da visitação. A conexão com a natureza foi o segundo benefício mais citado entre os participantes da pesquisa, e pode envolver a realização de trilhas e atividades físicas, que foram restringidas durante a pandemia da COVID-19, visto que muitos espaços dedicados a essas atividades ficaram fechados por um determinado período. Os relatos sobre o papel desempenhado pelas APs, mencionados pelos participantes da pesquisa, ressaltam a ligação das UCs com o bem-estar humano e, no momento de pandemia, à segurança em estar nessas áreas. Contudo, existem questões que podem limitar o acesso a esses espaços. Hartig et al. (2014), ao discutirem os benefícios da visitação em áreas naturais, alertam sobre como as diferenças espaciais, sociais, raciais, culturais e demográficas são fatores que afetam o acesso ao uso desses ambientes, gerando desigualdades de saúde humana nos diferentes grupos da população.

Conclusões

Os resultados deste estudo demonstraram as implicações da pandemia de COVID-19 sobre o uso público nas APs ao explorar a percepção dos visitantes quanto à importância das áreas protegidas do Brasil na promoção do bem-estar, da saúde mental e do contato com a natureza durante o período de pandemia. Nesse contexto, este trabalho foi desenvolvido por meio de uma metodologia não probabilística que se mostrou adequada ao objetivo proposto, contudo apresenta limitações, em relação à amostra que pode não refletir toda a diversidade da população, uma vez que os participantes indicam outros dentro do seu próprio círculo social.

A situação de pandemia levou a modificações da importância das APs para a sociedade, colocando em evidência seu papel na promoção do bem-estar e da saúde mental. A pandemia influenciou quase 1/3 dos participantes a visitarem uma AP neste período e 84% desses visitantes sentiram-se seguros durante a visita. A motivação em visitar uma AP e o benefício dessas áreas mais relatados foram bem-estar e saúde mental. O aumento da procura por APs no Brasil indica que espaços verdes passaram a ser mais valorizados pelas pessoas na pandemia e que podem representar uma estratégia de manutenção do bem-estar humano, se manejadas adequadamente, seja através de atividades de ecoturismo, pesquisa ou educação ambiental. A pandemia serviu como um alerta para a importância das APs, considerando os benefícios à saúde e o papel desempenhado por essas áreas durante este período. Portanto, os resultados dessa pesquisa reforçam a importância de incluir os benefícios sociais das áreas protegidas como parte dos critérios de priorização para o estabelecimento de novas Áreas Protegidas.

Finalmente, os achados desta pesquisa revelam novas perspectivas sobre o impacto da pandemia nas Áreas Protegidas (APs) e levantam questões para investigações futuras. Estudos subsequentes podem explorar as implicações da pandemia na interação das comunidades do entorno das APs além de investigar estratégias de manejo eficazes para enfrentar crises semelhantes, com base nas experiências observadas durante a pandemia.

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    - O termo Área Protegida (AP) foi utilizado como sinônimo de Unidade de Conservação da Natureza (UC) no contexto do trabalho.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Maio 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    04 Set 2023
  • Aceito
    28 Ago 2024
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