| Influência na GCI |
Questiona as causas das transformações e destaca a urgência de ações socioculturais, econômicas e tecnológicas, o que rompe com a linearidade da GCI e sugere o “aprender fazendo”, orientado à implementação com feedbacks do sistema. |
Enquadra os problemas costeiros como parte de processos históricos e globais, mesmo quando observados corriqueiramente e localmente, destacando sua trajetória de mudanças irreversíveis, não linearidade e impactos acumulativos. |
Questionam a crença de que mais esforços científicos podem esclarecer totalmente os sistemas costeiros, destacando que incertezas persistem em todas as etapas da GCI, da identificação de problemas à formulação de políticas e monitoramento (WARDEKKER et al., 2008). |
Realça a ocorrência de mudanças profundas nas zonas costeiras, sublinhando a necessidade de antecipar impactos negativos sempre que possível e, principalmente, aprender a conviver com esses impactos. |
| Abordagens |
Gestão de riscos |
Fomenta as capacidades de prevenção, redução de riscos e resposta aos impactos abrangentes das mudanças aceleradas. |
Assume que vivemos na “sociedade do risco” (BECK, 1992) que chama a uma compreensão multi-escalar das causas e inter-relações que levam à possibilidade de dano. |
Busca identificar as incertezas e os feedbacks potenciais para aumentar a capacidade de gestão de riscos. |
Desenha rotas e mapas para reduzir danos irreversíveis, bem como aumentar a capacidade de recuperação quando ocorrem. |
| Gestão adaptativa |
Respostas rápidas e eficazes, aplicando agilidade e coordenação frente à aceleração. |
A colaboração vertical e horizontal melhora a coordenação, e a resposta a feedbacks e mudanças. |
Respostas flexíveis aos desafios, ajustando-se a mudanças e incertezas de forma contínua. |
Facilita a adaptação para mitigar mudanças estruturais e impactos de longo prazo. |
| Justiça espacial e/ou ambiental |
Mitiga desigualdades agravadas por mudanças rápidas, enfrentando impactos de maneira mais eficaz. |
Facilita a gestão territorial em diferentes escalas, adaptando estratégias às necessidades de áreas menos favorecidas. |
O acesso justo aos recursos e decisões auxilia na resposta à imprevisibilidade e feedback das transformações. |
Utiliza mecanismos institucionais e políticos para implementar políticas que promovam resiliência em áreas menos favorecidas. |
| Desenvolvimento territorial sustentável |
Alternativa autônoma às transformações socioeconômicas globais com contribuição reduzida na aceleração. |
Incorpora a noção do mundo globalizado, oferecendo respostas coletivas adaptadas a realidades locais. |
Potencializa uma rede de cooperação que tem maior capacidade para enfrentar incertezas e feedbacks. |
Essa mesma rede de cooperação atua para se adaptar a mudanças estruturais. |
| GBE |
O direcionamento sistêmico aborda estressores e permite gerir as rápidas transformações de forma multidimensional. |
O foco nas “fontes” dos recursos destaca a interdependência do sistema e promove uma abordagem multi-escalar e participativa. |
Promove resiliência e adaptação ao integrar elementos e processos do sistema com participação multinível. |
Focar nas conexões e escalas apropriadas dos ecossistemas melhora a capacidade de lidar com mudanças estruturais e impactos. |
| Cogestão adaptativa |
Foco na aplicação do aprendizado, por meio do diálogo entre diferentes conhecimentos, nas respostas às mudanças nos sistemas socioecológicos. |
Escolha do sistema socioecológico a partir de critérios de gestão e criação de linhas de base para o monitoramento participativo. |
Enfatiza a resposta rápida às mudanças por meio de uma arquitetura de governança voltada para a colaboração entre níveis. |
Aposta em respostas baseadas no aprendizado gerado pelo monitoramento de parâmetros do sistema socioecológico previamente acordados. |
| Planejamento sistemático para a conservação |
O planejamento de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade aumenta a resiliência socioecológica. |
Pode ser aplicado de AMP (local) a nível nacional, garantindo a representatividade de todas as formas de biodiversidade. |
A redundância de áreas com estrutura e função semelhantes garante resiliência ao planejamento. |
O planejamento deve conter um conjunto de ações preventivas, visando evitar ou amenizar as ameaças identificadas. |
| NEXUS+ |
O nexo água, energia e alimentos analisa as interações entre esses setores, avaliando seus efeitos diretos e indiretos diante de mudanças ou demandas. |
Considera interligações complexas e conecta a pesquisa científica à formulação de políticas e à comunidade de prática. |
Favorece a consciência de sinergias e compensações ao gerenciar múltiplos recursos ambientais |
Exige a integração dos impactos do uso de água, energia e alimentos, oferecendo alternativas para mitigar efeitos irreversíveis entre esses setores. |