Resumo
As áreas verdes, como os parques, adquirem cada vez mais centralidade nas cidades, ao contribuírem para a manutenção da qualidade de ar, equilíbrio térmico e fornecimento de valores estéticos e ambientes equilibrados, que oportunizam o contato com a natureza e contribuem para a melhoria de saúde e bem-estar das populações. Inspirados neste contexto, o presente trabalho tem por objetivo investigar as percepções dos visitantes do Parque do Ibirapuera (SP) sobre as motivações e benefícios gerados com a visitação a essa área verde urbana, com olhar atento para as contribuições à saúde e bem-estar. Os procedimentos metodológicos dessa pesquisa, de caráter qualitativo e quantitativo, envolveram levantamento bibliográfico e documental, bem como a aplicação de 197 questionários estruturados com visitantes do Ibirapuera. Os resultados indicam que os principais benefícios percebidos são de ordem psicológica e emocional, seguidos de melhoria na saúde física e relaxamento possibilitado pelo contato com a natureza.
Palavras-chave:
Áreas Protegidas; Visitação; Qualidade de Vida; Bem-estar; Saúde; Parque do Ibirapuera
Abstract
Green areas such as parks are increasingly important in cities, by contributing to the maintenance of air quality, thermal balance and providing aesthetic values and balanced environments, which provide opportunities for contact with nature and contribute to the improvement of health and well-being of populations. Inspired by this context, the present work aims to investigate the perceptions of visitors to Ibirapuera Park (SP) about the motivations and benefits generated by visiting this urban green area, with special attention to the contributions to health and well-being. The methodological procedures of this investigation, of a qualitative and quantitative nature, involved a bibliographic and documental survey, as well as the application of 197 structured questionnaires with Ibirapuera’s visitors. The results indicate that the main benefits perceived after the visit are psychological and emotional, followed by improvement in physical health and relaxation made possible by contact with nature.
Keywords:
Protected Areas; Tourism; Quality of life; Wellness; Health; Ibirapuera Park
Resumen
Las áreas verdes, como los parques, tienen cada vez más protagonismo en las ciudades, ya que contribuyen a mantener la calidad del aire, el equilibrio térmico y aportan valores estéticos y ambientes equilibrados, que brindan oportunidades de contacto con la naturaleza y contribuyen a la mejora de la salud y el bienestar de poblaciones. Inspirado en ese contexto, el presente trabajo tiene como objetivo investigar las percepciones de los visitantes del Parque Ibirapuera (SP) sobre las motivaciones y los beneficios generados por la visita a esta área verde urbana, con una mirada cercana a las contribuciones para la salud y el bienestar. Los procedimientos metodológicos de esta investigación, de carácter cualitativo y cuantitativo, involucraron un levantamiento bibliográfico y documental, así como la aplicación de 197 cuestionarios estructurados con visitantes del parque. Los resultados indican que los principales beneficios percibidos son de carácter psicológico y emocional, seguidos de la mejora de la salud física y la relajación que resulta del contacto con la naturaleza.
Palabras-clave:
Áreas Protegidas; Visitación; Calidad de Vida; Bienestar; Salud; Parque Ibirapuera
Introdução
As áreas verdes, como os parques, têm contribuído para a qualidade de vida da população urbana. Nessa linha, Romagosa, Eagles e Lemieux (2015) chamam a atenção para o papel dos parques, e de áreas protegidas de uma maneira geral, para a melhoria da saúde humana e bem-estar, enfatizando que muitas das justificativas que estiveram na origem do movimento de criação dessas áreas ganham ainda mais relevância na contemporaneidade, representando uma opção de lazer, descanso e fuga do estresse associado ao modo de vida urbano. Nesse contexto, as áreas verdes localizadas nas cidades adquirem cada vez mais centralidade, ao contribuir para a manutenção da qualidade de ar, equilíbrio térmico e fornecimento de valores estéticos e ambientes equilibrados, que oportunizam o contato com a natureza e contribuem para a melhoria de saúde e bem-estar (Maller, 2005). Como resultado, a criação e manutenção de áreas verdes e parques passam a figurar no âmbito dos debates públicos sobre saúde, condições de vida urbana e sustentabilidade (Moyle; Weiler, 2017), configurando-se assim, como prestadores de serviços ecossistêmicos diversos (Raimundo; Sarti, 2019).
No cenário brasileiro, um levantamento preliminar sobre a temática da contribuição de parques para a saúde e bem-estar de visitantes indica que parte considerável das pesquisas direciona a atenção para parques e áreas verdes localizados em centros urbanos, procurando evidenciar a sua importância para o desfrute de comunidades do entorno ou distantes e para a manutenção da qualidade ambiental das cidades. Com isso, tais áreas possibilitam o contato com a natureza e criam ambientes de sociabilidade, que permitem o encontro e a prática de atividades físicas e de lazer, com repercussões diretas para a saúde dos visitantes, como redução do sedentarismo e a diminuição do estresse, aumento das taxas de oxigenação do sangue no dia-a-dia de seus frequentadores (Arana; Xavier, 2017; Londe; Mendes, 2016; Sousa et al., 2015; Perehouskei;De Angelis, 2012).
Cumpre mencionar que, segundo Sancho-Pivoto e Raimundo (2022), os estudos ainda direcionam atenção especial para aspectos relacionados à saúde física, prevenção de doenças e restauração por meio do contato com a natureza. Outros aspectos relacionados à saúde e bem-estar dos visitantes, como bem-estar social, cultural, econômico, psicológico, intelectual e ambiental estão ainda na periferia dos debates. São incipientes, portanto, pesquisas que procuram conferir um olhar mais abrangente sobre a diversidade de contribuições potenciais dos parques à melhoria da saúde e bem-estar de seus visitantes, como sugerido por Lemieux et al. (2012). Essa perspectiva de investigação está ancorada em uma interpretação mais ampla de saúde, para além da ideia reducionista de ausência de doença, enfatizando, portanto, a relevância do acesso a condições que garantam qualidade de vida e bem-estar, como ar limpo, água e ambientes termicamente equilibrados (Martinez-Juarez et al., 2015).
Outro aspecto relevante nesse debate é que são ainda incipientes estudos que priorizam a percepção dos visitantes e comunidades locais sobre os benefícios associados à visitação e às experiências vivenciadas em parques e áreas verdes. Romagosa et al. (2015) afirma, nesse sentido, que a apreensão das percepções desses indivíduos é um fator essencial para conseguir decifrar os reais impactos da atividade em espaços verdes, e a comprovação dos benefícios pelos indivíduos é essencial para que eles lutem pela conservação e proteção dessas áreas.
Inspirados nesses debates, o presente trabalho buscou investigar as percepções dos visitantes do principal parque urbano da maior metrópole do Brasil, o Parque do Ibirapuera, localizado no município de São Paulo (SP), sobre as motivações e benefícios gerados com a visitação a essa área verde urbana, com olhar atento para as contribuições à saúde e bem-estar.
Procedimentos Metodológicos
A presente investigação, de caráter qualitativo e quantitativo, está ancorada em um estudo de percepção com visitantes de parques urbanos, de forma a reconhecer e melhor compreender suas motivações para a visita, bem como os benefícios mais diretamente percebidos à saúde e bem-estar. A primeira etapa da investigação envolveu uma aproximação das pesquisas existentes sobre visitação em parques urbanos e sua relação com a geração de benefícios à saúde e bem-estar de visitantes, nos cenários brasileiro e internacional, por meio do levantamento bibliográfico e documental em periódicos indexados, livros, dissertações, teses, entre outros.
Em seguida, foram realizadas 12 incursões em campo realizadas nos meses de novembro de 2020 a fevereiro de 2021, totalizando 197 entrevistas válidas com visitantes, com o intuito de compreender as motivações e benefícios percebidos com a visita ao Parque do Ibirapuera. As principais técnicas de investigação foram: observações em campo e entrevistas estruturadas. A presente pesquisa recebeu autorização e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora, por meio da Plataforma Brasil, Ministério da Saúde (CAAE: 48765721.4.0000.5147). Todos os entrevistados receberam esclarecimento prévio dos objetivos da pesquisa e sua concordância em participar envolveu a assinatura de duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), sendo que uma delas ficou em posse do participante e a outra arquivada pelo pesquisador.
Primeiramente, buscou-se reconhecer o perfil dos visitantes, por meio de levantamento de informações como: gênero, idade, nível educacional, renda média mensal familiar, tipo de grupo, local de residência e sua proximidade da área protegida. Outra abordagem da investigação envolveu a compreensão do sentido de natureza para os entrevistados, os tipos de conexão e relações estabelecidas com o parque visitado, percepções sobre qualidade da infraestrutura de uso público e das características naturais existentes na área protegida e sua relação com bem-estar.
Por fim, buscou-se ainda identificar e mensurar os benefícios da prática da visitação para a saúde e bem-estar, a partir da percepção dos visitantes. Tal esforço foi inspirado nos estudos de Lemieux et al. (2012), que sugerem uma interpretação ampla dos benefícios da visitação à saúde e bem-estar em áreas protegidas, abrangendo 11 indicadores ou atributos:
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Bem-estar físico (prática de atividades físicas em geral, prevenção, cuidado ou tratamento da saúde física do corpo);
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Bem-estar psicológico/emocional (para se recuperar do cansaço/stress mental, diminuir os níveis de tristeza, relaxar, ficar tranquilo, sossegado);
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Bem-estar social (para oportunidades de maior interação social / união com a família e/ou os amigos/ conhecer novas pessoas)
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Bem-estar comunitário (aumentar o senso de conexão entre vizinhos, sentimentos de pertencimento comunitário e engajamento em causas coletivas locais/ coesão social);
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Bem-estar intelectual (para oportunidades de se envolver em atividades intelectuais, criativas e estimulantes/ expandir conhecimento);
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Bem-estar espiritual (para conectar-se com a natureza, buscar inspirações da natureza, buscar significado/propósito de vida, meditar, refletir / autoconhecimento);
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Bem-estar ecológico (para experimentar, conhecer o ambiente natural, para desenvolver comportamentos mais engajados com a sustentabilidade);
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Bem-estar ambiental (para se envolver com o ambiente natural, estar ao ar livre, em condições climáticas desejáveis, conectar-se com algo além das preocupações humanas);
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Bem-estar cultural (para participar de atividades culturais / para conhecer e vivenciar o patrimônio cultural e histórico, os modos de vida e conhecimentos de outros povos/culturas);
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Bem-estar ocupacional/laboral (para melhorar minha capacidade de trabalhar após a visita, maior poder de concentração, disposição, performance nas atividades laborais), e;
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Bem-estar econômico (para apoiar a economia local / a visita traz empregos e renda para o local).
Esses 11 indicadores foram organizados na forma de perguntas, com a aplicação de um questionário estruturado aos visitantes do Ibirapuera. Com isso, buscou-se aprender a percepção a partir de dois enfoques principais: a) motivações, por meio de questão aberta, sobre principais estímulos à visita ao parque e; b) benefícios e/ou prejuízos percebidos com a visita, por meio dos 11 indicadores ou atributos supracitados, cuja mensuração envolveu 07 opções de resposta, estruturadas na escala Likert: (1) Muito Pior (2) Pior (3) um Pouco Pior (4) Neutro; (5) um Pouco Melhor; (6) Melhor; (7) Muito Melhor. Cumpre enfatizar que foram entrevistados visitantes que já estavam usufruindo do parque e maiores de 18 anos e que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa. Quando em grupo, apenas uma pessoa foi entrevistada, sendo selecionada aquela com data de aniversário mais próxima, como forma de manter amostras independentes e evitar vieses amostrais. O formulário e respostas foram aplicados com uso da plataforma ODK - Open Data Kit, em uso em smartphones ou tablets. Como se trata de uma pesquisa exploratória e de aproximação da realidade em estudo, em princípio, propôs-se a adoção de uma técnica de amostragem acidental. Foram entrevistados 197 visitantes no Parque Municipal do Ibirapuera, abrangendo dois perfis distintos: a) frequentes, que envolvem aqueles que visitam o parque pelo menos uma vez por semana; nesse caso, foram entrevistados 107 visitantes, em dias de semana; b) esporádicos, abrangendo pessoas que visitam o parque até 6 vezes ao ano; nesse caso, foram entrevistados 90 visitantes, durante finais de semana (sábado e domingo). As entrevistas foram realizadas nos finais de semana e durante a experiência de visitação. A amostragem foi acidental por interceptação, sendo os indivíduos selecionados ao cruzarem o local da pesquisa. Na comparação entre dois grupos do mesmo tamanho, esse tamanho amostral é suficiente para fornecer um poder estatístico alto (0,937) na correta identificação de diferenças se o tamanho do efeito for médio ou grande (d de Cohen ≥ 0,5). Portanto, o tamanho da amostra pode ser considerado aceitável para identificar como as motivações, benefícios e significados gerados com a visitação do parque estão associadas ao perfil do visitante.
Parques urbanos, cidades e sua relação com a promoção da qualidade de vida
Com sua origem vinculada à criação dos jardins, em especial, dos jardins públicos (Loboda; De Angelis, 2005) e dos bairros e cidades jardins (Ottoni, 2002), os parques urbanos são interpretados como todo espaço de uso público destinado à recreação de massa, qualquer que seja seu tipo, desempenhando funções ecológicas, estéticas, recreacionais e de lazer, capaz de incorporar intenções de conservação, cuja estrutura morfológica é autossuficiente, isto é, não é diretamente influenciada em sua configuração por nenhuma estrutura constituída em seu entorno. Sendo assim, além de sua morfologia, tipos de uso e funções, fica obrigada a presença de vegetação arbórea, pois a massa vegetal e seus efeitos positivos no meio urbano é que diferenciam o parque dos outros tipos de áreas verdes, como as praças e jardins (Silva; Pasqualetto, 2013; Graça; Telles, 2020).
No cenário contemporâneo, as áreas verdes e parques urbanos veem sua representatividade amplificada, em virtude do crescimento pautado pela cidade-mercadoria condicionada pelo capital imobiliário, em que as cidades e os inúmeros problemas que aí se apresentam, como poluição do ar e da água, excesso de barulho, violência, enchentes, trânsito, desequilíbrio térmico, entre outros, acabam implicando diretamente no comprometimento da qualidade de vida de seus moradores (Campos Castro, 2017; Sancho; Deus, 2015; Viana et al., 2014).
Alguns autores reconhecem a importância das áreas verdes no contexto da própria composição do espaço urbano e de seu papel na consolidação de cidades mais sustentáveis, assumindo importância enquanto locais capazes de amortizar as condições térmicas durante as estações, contribuindo para o controle do micro e mesoclima urbano e para a melhoria das condições ambientais para a vida da população (Bovo; Amorim, 2011; Viana et al., 2014). Essas áreas funcionam como um organismo nas cidades, prestando serviços ecossistêmicos, com relação direta nos fenômenos químicos e físicos constituintes do ambiente urbano, além de contribuírem para a redução de enchentes, melhoria da qualidade da água, captura de carbono, entre outros, com rebatimentos diretos no funcionamento das grandes metrópoles e na sustentabilidade urbana (Belusso; Pagnussat, 2016; Campos; Castro, 2017; Momm-Schult, et al., 2014).
As áreas verdes e parques são cada vez mais reconhecidos pelas contribuições potenciais à saúde e bem-estar das populações das cidades. Há diversos aspectos de saúde, seja física ou mental, que o contato com a natureza pode proporcionar (Graça; Telles, 2020; Wolf et al., 2015; Liu et al., 2017; Pierone et al., 2016; Maller et al., 2002; Pröbstl; Haider, 2013; Willis, 2015; Wolf; Wohlfart, 2014). Nesse sentido, os parques urbanos oferecem ferramentas de auxílio para o tratamento de doenças (Campos; Castro, 2017; Perehouskei; De Angelis, 2012), são locais de relaxamento e de sociabilidade entre famílias e amigos (Graça; Telles, 2020; Londe; Mendes, 2016; Viana et al., 2014; Pierone et al., 2016), proporcionam um contato com a natureza e com o ar limpo, além de quebrarem a rotina dos visitantes, muitas vezes acelerada por conta das obrigações do dia-a-dia. Todas essas questões são levantadas por diversos autores como maneiras de se combater o estresse e aumentar os níveis de concentração, além de gerar benefícios para a saúde em geral, promovendo o descanso e melhoria na qualidade de vida daqueles que visitam tais espaços (Canto-Silva; Silva, 2017; Gonçalves; Guerra, 2019; Viana et al., 2014).
As áreas verdes são responsáveis por diversas melhorias na saúde psicológica e emocional, uma vez que a visitação contribui para a diminuição/alívio de estresse e o combate a sintomas de ansiedade e depressão (Romanillos et al. 2018; Frumkin et al. 2017; Ramkissoon et al., 2018; Puhakka et al. 2016; Wolf et al., 2015), podendo ser utilizadas para a realização de caminhadas e atividades físicas em geral (Lev et al., 2020; Graça; Telles, 2020; Araújo; Barreto, 2020; Wolf et al., 2015; Soares et al., 2019; Xavier et al., 2018). Por essa característica, a qualidade da infraestrutura e equipamentos, programação diversificada, sensação de segurança e manutenção periódica dos parques urbanos são aspectos muito valorizados por visitantes (Grilli et al., 2020; Fischer et al., 2018; Arana; Xavier, 2017). Os benefícios psicológicos envolveriam, segundo Willis (2015), a melhoria do capital humano a partir da aquisição de habilidades, contribuindo para novas e melhores oportunidades de trabalho, melhoria da autoestima por meio de maior conhecimento, competência e confiança e maior conscientização do capital natural e apoio à conservação ambiental (Dorigo; Lamano-Ferreira, 2015; Viana et al., 2014).
Os parques urbanos podem ainda gerar outros benefícios, como tornar os bairros mais habitáveis, criar um senso de comunidade (Lev et al., 2020), oferecer atividades recreativas para jovens em risco e famílias de baixa renda, além de conectar pessoas de diversas culturas (Mainella et al., 2011), e isso inclui outro fator apontado pelos autores, de que a percepção dos benefícios é vista de maneiras distintas por diferentes tipos de grupos.
Um aspecto importante nos estudos sobre parques urbanos se refere à própria existência de áreas verdes e a proximidade e acesso por parte das populações enquanto aspectos determinantes à efetiva percepção do benefício dessas áreas (Moyle; Weiler, 2017; Pröbstl; Haider, 2013; Wolf; Wohlfart, 2014). Wolf e Wohlfart (2014), por exemplo, destacam que os benefícios são vistos mais frequentes por aqueles que residem perto de parques urbanos e áreas verdes, constituindo-se em uma motivação para a visitação, além de implicar em uma maior valorização por parte dos frequentadores. Contudo, cumpre mencionar que alguns estudos indicam que a proximidade não garante, por si só, um efetivo aproveitamento do potencial dos parques urbanos para a promoção de melhoria de qualidade de vida, saúde e bem-estar das populações. Aspectos como orientação para a natureza, preferências individuais e do nível de conhecimento sobre a área verde (Perehouskei; De Angelis, 2012; Lin et al. 2013, Arana; Xavier, 2017) interferem diretamente na consolidação de hábitos cotidianos de visitação aos parques urbanos.
Por fim, possível destacar ainda que as áreas verdes e parques expressam funções lúdicas e educacionais. Esses espaços são um lugar de forte influência para as crianças e seus benefícios são adquiridos através da experiência vivenciada durantes as visitas, isso porque essas áreas são constituídas não só por objetos concretos, mas também por elementos simbólicos e imaginários (Carvalho; Gosling, 2019), além de abrangerem aspectos que possuem relação direta com o desenvolvimento físico das crianças, capacidade de relacionamento em grupo, aprendizagem cognitiva e linguagem; combate à ansiedade, hiperatividade e desatenção, problemas respiratórios, entre outros (Lemieux et al., 2012).
Área de Estudo
O Parque do Ibirapuera, um dos 106 parques urbanos localizados no município de São Paulo, está situado na subprefeitura de Vila Mariana, distrito de Moema, e foi inaugurado em 21 de agosto de 1954. Com 158 hectares, abriga uma rica diversidade de espécies de fauna e flora, é um dos destinos mais procurados pela população paulistana e também uma das mais importantes áreas verdes, de cultura e lazer da cidade, recebendo cerca de 250 mil pessoas por semana. O parque é um referencial como área de lazer e de visitação turística da cidade, com uma infraestrutura que abrange pista de cooper, parque infantil, áreas de estar, ciclofaixa, bicicletário com aluguel de equipamentos, fonte multimídia, quadras poliesportivas, campos de futebol, aparelhos de ginástica e praças.
Resultados e Discussão
A pesquisa no Parque do Ibirapuera abordou dois perfis principais de visitantes: frequentes (que visitam o parque pelo menos uma vez por semana) e esporádicos (que visitam o parque até seis vezes ao ano). A intenção foi reconhecer as especificidades de cada perfil de visitantes, em termos de motivações, significados atribuídos ao parque e nível de percepção de benefícios associados à visitação. As entrevistas foram realizadas entre os meses de novembro de 2021 e fevereiro de 2022. A Tabela 1 apresenta as principais características de perfil entre esses dois grupos.
O perfil dos visitantes frequentes do Parque do Ibirapuera é distribuído equitativamente entre homens e mulheres na faixa etária entre 18-45 anos, com alto nível de escolaridade (68% tendo concluído ou cursando o ensino superior), renda média familiar entre 4 e 10 salários mínimos (R$4.400,00 a R$ 11.000,00) e que costumam visitar o parque sozinhos, deslocando-se à pé (23%), de ônibus (20%) ou carro próprio (19%). No caso dos visitantes esporádicos do Ibirapuera, foi possível reconhecer um perfil bastante semelhante quanto à idade, renda e escolaridade (ver tabela 1). Uma diferença relevante é que a proporção de visitantes esporádicos acompanhados de amigos, familiares ou companheiro(a) é consideravelmente maior do que a de visitantes frequentes, os quais habitualmente visitam o parque sozinhos. Além disso, apenas 5% dos visitantes esporádicos se deslocou até o parque a pé; a maioria utilizou carro próprio ou ônibus como meio de transporte. Isso possui relação direta com a questão da distância, quando se constata que a maioria (79%) desse público reside a mais de 5 quilômetros do Ibirapuera.
O fator “distância da residência” é apontado na literatura especializada como aspecto decisivo para a visitação (Moyle; Weiler, 2017; Pröbstl; Haider, 2013; Wolf; Wohlfart, 2014). Contudo, no caso dos visitantes frequentes, uma parcela considerável (48%) reside a mais de 5 quilômetros do parque e, mesmo assim, mantém uma frequência assídua de visitação, afirmam possuir vínculo alto ou muito alto (65%) e nível de conhecimento médio (29%), muito alto (18%) ou alto (12%) em relação a essa área verde. Por outro lado, os visitantes esporádicos, cuja maioria reside a mais de 5 quilômetros do parque, manifestaram não possuir uma relação de proximidade com essa área verde: 30% possuem vínculo médio, 20% baixo e 29% muito baixo, além de terem conhecimento muito baixo ou baixo (54%) sobre as principais características do Ibirapuera, como atrativos, história de criação ou equipamentos culturais e de lazer existentes.
Esse resultado sugere que a questão da proximidade, nível de conhecimento e criação de laços identitários possui relação direta com a frequência de visitação. Isso porque, no caso dos visitantes frequentes, a média de visitação semanal é de duas vezes/semana (42%), seguida por uma vez/semana (25%) e 5 vezes/semana (18%) e isso resulta em uma percepção de que, para a maioria, as relações de proximidade e vínculos com o Ibirapuera é muito alta (41%) ou alta (34%). Pouquíssimos visitantes frequentes manifestaram possuir vínculo baixo (4%) ou muito baixo (3%) com o parque. Já no caso dos visitantes esporádicos, 24% estavam visitando o Ibirapuera pela primeira vez e, para aqueles que já conheciam o parque, a maior parte afirmou ter o hábito de frequentá-lo duas ou três vezes ao ano (42%).
Portanto, ter um parque próximo, como no caso deste público mais frequente, gera relações de pertencimento e de identidade, cria vínculos e espírito de coletividade e, assim, uma área verde permite às pessoas se manterem como seres mais saudáveis.
Outros temas como orientação para a natureza, qualidade da infraestrutura e grau de preservação e de biodiversidade do parque também parecem ser fatores que influenciam os hábitos de visitação dos parques urbanos e a experiência de visitação e benefícios percebidos (Perehouskei; De Angelis, 2012, Lin et al., 2013). Verificou-se que metade dos visitantes frequentes e esporádicos, 51% e 49% respectivamente, possuem o hábito de viajar para visitar parques naturais, o que confirma um perfil interessado em vivenciar experiências de contato com a natureza. Outro aspecto observado na pesquisa é que mais de 90% desse público considera que o grau de preservação e as manchas de vegetação, os corpos d’água e o avistamento de animais do parque é muito importante para a qualidade da experiência de visitação, aspecto mais valorizado do que a própria qualidade da infraestrutura e dos equipamentos disponíveis no parque, considerada como muito importante para 75% dos visitantes assíduos e 80% para os esporádicos. Assim, a presença de fragmentos florestais e a relativa diversidade de espécies de fauna e flora nos parques urbanos ganha centralidade nesse debate como elementos valorizados e que interferem na atratividade dessas áreas verdes, bem como nos benefícios percebidos à saúde e bem-estar, como afirmam Lev et al. (2020). Trata-se de uma experiência ao ar livre, mas que tem nessas características de remanescentes de vegetação um elemento de valorização da visita e do espaço em si.
Em relação aos sentidos e significados de natureza, foi possível reconhecer que, tanto os visitantes esporádicos, quanto os frequentes, associam a natureza às ideias de paz, tranquilidade e relaxamento, exaltando a importância vital do meio ambiente natural aos seres humanos e seu papel para a saúde, bem-estar e qualidade de vida. A natureza também é interpretada como algo sagrado e que possibilita a conexão com Deus e com o íntimo de cada pessoa. Pode-se dizer, nessa linha, que o parque se configura como espaço importante para o exercício da espiritualidade das pessoas, a ligação de seu “eu” com o cosmo, como apontam para outras localidades os estudos de Verschuuren et al. (2021) e de Fernandes-Pinto e Irving (2017).
Já em relação aos significados e à representatividade do Parque do Ibirapuera, em geral os visitantes também expressaram opiniões similares na maior parte dos casos. Eles reconhecem o parque como um importante espaço de lazer e, também, de relaxamento, descanso e paz para São Paulo, desempenhando um papel central para o equilíbrio ambiental da cidade, ao preservar fragmentos significativos de vegetação. Também foram destacados sua função de “oásis” e refúgio em meio ao caos urbano, seu caráter democrático enquanto local de encontro e sociabilidade (Graça; Telles, 2020; Londe; Mendes, 2016; Viana et al., 2014; Pierone et al., 2016) e que oportuniza o contato com a natureza.
Apesar dos parques urbanos serem comumente apontados como espaços muito valorizados para a prática de atividades físicas e exercícios ao ar livre (Lev et al., 2020; Graça; Telles, 2020; Araújo; Barreto, 2020; Wolf et al., 2015; Soares et al., 2019; Xavier et al., 2018), os resultados da pesquisa evidenciam que tal prática aparece apenas como a quarta motivação relatada por visitantes frequentes e esporádicos do Ibirapuera. A principal motivação para ambos os perfis está relacionada à busca de momentos de lazer e passeio.
Porém, cumpre mencionar que foi possível reconhecer algumas diferenças entre os dois perfis de entrevistados. A busca pelo contato com a natureza/contemplação da paisagem foi a segunda motivação mais presente entre os visitantes frequentes, seguida por momentos em família e/ou com amigos. A busca de paz, relaxamento e tranquilidade em meio a uma área verde urbana aparece como quinta motivação para esse público que visita o parque semanalmente. Já no caso dos visitantes esporádicos, a segunda principal motivação da visita foi justamente a busca por paz, relaxamento e descanso, seguida por momentos de sociabilidade com familiares e amigos. O contato com a natureza e a contemplação da paisagem natural figuraram como quinta motivação desse perfil de visitantes. Esse cenário sugere considerar que, para os visitantes que não possuem o costume de visitar o Parque do Ibirapuera, essa área verde exerce maior importância enquanto atrativo de lazer, que proporciona momentos de desfrute e descanso junto a familiares. O contato com a natureza e a busca por um ambiente mais natural parecem assumir papel secundário na experiência de visitação.
De forma geral, os visitantes do Ibirapuera se sentiram muito melhores ou melhores na maior parte das dimensões de bem-estar avaliadas. Tanto os visitantes frequentes (82%) quanto os esporádicos (86%) afirmaram que os benefícios mais percebidos com a visita foram de ordem psicológica e emocional (ver Tabelas 2 e 3), o que confirma o papel desempenhado pelas áreas verdes urbanas, sobretudo em um cenário de pós-pandemia, no combate ao estresse, redução da fadiga mental, paz e relaxamento (Romanillos et al. 2018; Frumkin et al. 2017; Ramkissoon et al., 2018).
Em relação às outras tipologias de benefícios percebidos com a visita, foi possível reconhecer algumas diferenças de ranqueamento e valorização para cada um dos perfis analisados. O bem-estar físico proporcionado pela visita ao Ibirapuera foi a segunda dimensão mais valorizada pelos visitantes frequentes (72%) e, no caso dos visitantes esporádicos, essa dimensão assumiu a terceira posição (73%), o que confirma a vocação do Parque do Ibirapuera como importante espaço para a prática de atividades físicas em meio à natureza, sobretudo para moradores residentes em sua proximidade.
Os benefícios de ordem espiritual também ganharam centralidade para cerca de 70% dos visitantes frequentes e 71% dos esporádicos, interpretados como terceira e quarta dimensão mais valorizada respectivamente, evidenciando a vocação dos parques urbanos como lugares que oportunizam a conexão com a natureza, interpretada como fonte de inspiração e geradora de sentimentos de paz e tranquilidade. Já a segunda dimensão de bem-estar mais valorizada pelos visitantes esporádicos foi a ambiental, na medida em que 74% afirmaram que se sentiram muito melhores após a visita a um ambiente equilibrado, envolto de natureza e ao ar livre. Para os visitantes frequentes, 67% se sentiram muito melhores em termos ambientais, dimensão que figurou como a quarta mais valorizada por esse público.
A maior parte dos visitantes frequentes e esporádicos também reconheceu que a experiência foi muito importante para a melhoria da capacidade de trabalho, 66% e 64% respectivamente, conferindo mais disposição e auxiliando no poder de concentração e na performance das atividades laborais rotineiras. Tal dimensão, muito valorizada pelos participantes desta pesquisa, ainda figura na periferia dos estudos sobre os múltiplos benefícios percebidos com a visitação aos parques urbanos. Esse parece, portanto, mais um importante viés de investigação, ainda em aberto, e que pode contribuir para uma maior sensibilização da sociedade sobre a relevância dessas áreas verdes.
Cumpre mencionar que 70% dos visitantes esporádicos e 61% dos frequentes afirmaram que se sentiram muito melhores em termos de “bem-estar ecológico”, ao passo que a visita permitiu conhecer o ambiente natural do Ibirapuera e sensibilizou para a importância de temas ligados à sustentabilidade. O desafio reside, justamente, em aproveitar esse reconhecimento e ampliar esforços no sentido de consolidar a perspectiva dessa área verde como bem comum, um patrimônio natural e cultural de grande valor, que deve, portanto, ser conhecido, protegido e apropriado pela sociedade, como salientam Willis (2015) e Viana et al. (2014).
Outro benefício percebido com a visita foi a perspectiva da sociabilidade dos parques urbanos enquanto local de encontro e vivência de momentos singulares entre amigos e familiares. Cerca de 52% dos visitantes frequentes e 58% se sentiram muito melhores com a experiência no Ibirapuera, o que corrobora com apontamentos de outros estudos sobre bem-estar social vinculado aos parques (Graça; Telles, 2020; Londe; Mendes, 2016; Viana et al., 2014; Pierone et al., 2016)
Já os benefícios de ordem econômica, comunitária, intelectual e cultural foram os menos percebidos com a visitação ao Parque do Ibirapuera. Uma pequena parcela dos visitantes assíduos e esporádicos associa a visita com a possibilidade de contribuir para a geração de emprego e renda para pessoas do lugar ou mesmo de estreitar laços com vizinhos e se engajar em causas coletivas em um espaço de bem comum, como sugerido por Lev et al. (2020). Apesar do papel do Ibirapuera como um importante equipamento cultural, a maior parte dos visitantes não relaciona os benefícios da experiência de visitação à participação de eventos culturais, por exemplo.
Por fim, as relações entre os benefícios percebidos pelos visitantes ocasionais e frequentes do parque do Ibirapuera foram analisados por meio do cômputo de correlações lineares. O resultado dessa análise permitiu verificar a existência de correlações consideráveis entre benefícios físicos e psicológicos (0,69), entre ecológicos e ambientais (0,76), entre intelectuais e culturais (0,61), e entre sociais e comunitários (0,6), conforme apresentado na Figura 2. Esses resultados sugerem que os benefícios percebidos podem ter menos dimensões do que as inicialmente pesquisadas, ancoradas no protocolo de pesquisa sugerido por Lemieux et al. (2012).
Considerações Finais
A pesquisa com visitantes do Parque do Ibirapuera evidenciou a representatividade dessa área verde urbana para o município de São Paulo e de uma escala maior, a medida que atrai um público regional, nacional e até internacional. Ele é provedor de serviços ecossistêmicos diversos, constituindo-se em opção de lazer, descanso, diversão, sociabilidade e promoção de saúde e bem-estar, pela atração que causa a esse público diverso. As principais motivações da visita estiveram associadas à busca pelo bem-estar psicológico/emocional, com objetivos de relaxamento e recuperação de cansaço mental, associados ao ritmo de vida urbano, trabalho e estresse, e à busca pelo bem-estar espiritual e ambiental, ao passo que a visita permite o contato e a conexão com a natureza de forma mais íntima, ou, pelo menos, o imaginário que este público tem sobre a natureza. Com relação aos benefícios percebidos após a visitação, os aspectos mais valorizados pelos entrevistados também contemplaram as contribuições ao bem-estar psicológico e emocional, melhoria na saúde física e conexão com a natureza, proporcionando paz e relaxamento, o que reforça que a visita às áreas verdes constitui-se em uma prática cada vez mais reconhecida pelas populações urbanas em virtude dos benefícios diretos à saúde e à qualidade de vida. Ao mesmo tempo, os resultados obtidos confirmam uma necessidade contemporânea cada vez mais valorizada pelas populações em relação às experiências de contato com a natureza e de “retorno à origem” como estratégia para minimizar os problemas cada vez mais comuns ao modo de vida urbano, naquilo que tem se convencionado chamar de “banhos de natureza” ou “banhos de floresta”.
Nessa direção, o reconhecimento das percepções de como as pessoas experienciam e usam o Parque do Ibirapuera pode representar um elemento chave para a sensibilização da sociedade para o necessário debate sobre sustentabilidade urbana e para a própria importância das áreas protegidas para a saúde e bem-estar, bem como para a internalização dessa perspectiva nos instrumentos de planejamento dessas áreas, à medida que permitem transformar os anseios, necessidades e imaginários desses grupos em atividades formais contidas nesses instrumentos, como nos planos de manejo Nessa linha, os resultados dessa pesquisa podem justificar, inclusive, o apoio institucional e financeiro para o delineamento de programas de uso público, direcionando investimentos na melhoria/ampliação de estruturas de visitação e implementação de ações de interpretação e de educação ambiental (eventos, palestras, rodas de conversa, atividades lúdicas, sinalização interpretativa, entre outros), voltadas à sensibilização dos visitantes sobre as diversas funções desempenhadas pelo parque e sua importância para o contexto local e mesmo regional. Outra iniciativa reside na elaboração de programas e projetos interdisciplinares nas áreas de saúde, meio ambiente, turismo, lazer, educação e interpretação, de forma a qualificar as experiências de visitação e amplificar os benefícios gerados pelo parque, num sentido amplo.
Ao mesmo tempo, um desafio que se apresenta nesse contexto é justamente o de comunicar todo esse potencial das áreas verdes e parques para a promoção da saúde e bem-estar, de forma a contribuir para a ampliação da visitação não somente do Parque do Ibirapuera como das demais áreas verdes em geral, no sentido de estimular a criação de uma cultura de valorização e aproximação afetiva desse rico patrimônio natural e cultural. Como resultado, é possível fortalecer experiências de lazer e turismo mais significativas, críticas, criativas e educativas, vinculadas ao território e aos desafios de conservação socioambiental.
Agradecimentos
O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Brasil (Programa de Pós-Doutorado Junior/processo n.150439/2020-2) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES - Brasil.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
07 Jul 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
-
Recebido
12 Abr 2023 -
Aceito
13 Out 2024



Fonte:
Fonte: os autores, 2025.