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Evasão no Ensino Superior: em pauta os cursos de Licenciatura em Educação Física da UFPEL

Evasion in Higher Education: on the agenda the License Courses in Physical Education at UFPEL

Resumos

Este artigo trata da evasão no ensino público superior após o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais. O estudo visou diagnosticar a situação da evasão nos cursos de licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, e identificar os principais fatores apontados pelos evadidos. Foi realizado uma análise documental a respeito dos acadêmicos ingressantes nos cursos entre os anos de 2010 e 2013 e aplicação de um questionário com 52 participantes. A pesquisa concluiu que a taxa média de evasão dos dois cursos foi de 48%, essa taxa é similar à média dos cursos de licenciatura da UFPEL, mas é superior à média nacional dos cursos de Educação Física (38%), sendo a principal causa para a evasão a dificuldade em conciliar trabalho e estudo.

Palavras-chaves:
evasão; ensino superior; educação física; licenciatura


This article deals with evasion in public higher education after the Program to Support Restructuring and Expansion Plans at Federal Universities. The study aimed to diagnose the situation of evasion in Physical Education degree courses at the Federal University of Pelotas, and to identify the main factors pointed out by escaping. A documental analysis was carried out regarding the students entering the courses between 2010 and 2013 and a questionnaire was applied with 52 participants. The research concluded that the average evasion rate of the two courses was 48%, this rate is similar to the average of UFPEL licensure courses, but it is higher than the national average of Physical Education courses (38%), being the main cause for evasion the difficulty in reconciling work and study.

Keywords:
evasion; higher education; physical education; licentiate.


1 Introdução

A democratização do acesso à educação superior, com a garantia de manutenção da qualidade, é um dos compromissos do Estado brasileiro, conforme citado na meta 12 do Plano Nacional de Educação 2014-2024 (BRASIL, 2014BRASIL. Lei Nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Plano Nacional de Educação - PNE. Diário Oficial da União, Brasília, 26 jun. 2014. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/lei-13005-25-junho-2014-778970-publicacaooriginal-144468-pl.html Acesso em: 22 maio 2020.). Neste sentido, nota-se que as universidades brasileiras têm vivenciado uma grande expansão como resultado de políticas governamentais de incentivo à expansão da rede privada e do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), iniciado em 2007.

No entanto, ampliar o acesso não é suficiente, se não vier acompanhado das condições que contribuam para a permanência dos estudantes, do ingresso à formatura. É nesse contexto que a análise aprofundada da evasão e retenção se torna peça-chave no intricado painel de fenômenos que cercam a educação superior (TEIXEIRA; QUITO, 2021TEIXEIRA, Maria Daniele de Jesus; QUITO, Fábio de Moraes. Taxas longitudinais de diplomação, evasão e trancamento: método para análise da trajetória discente na educação superior. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas; Sorocaba, v. 26, n. 2, p. 546-567, 2021. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/tZpVgjwnVfyNKPDNJWBCP5M/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 07 jan. 2022.
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).

No ensino superior, a evasão é uma preocupação recorrente para as instituições públicas e privadas (CABRERA et al., 2006CABRERA, Lídia et al. El problema del abandono de los estudios universitarios. RELIEVE, Valencia - Espanha, v. 12, n. 2, p. 171-203, 2006. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/916/91612201.pdf. Acesso em: 08 mar. 2020.; SILVA FILHO et al., 2007SILVA FILHO, Roberto Leal Lobo et al. A evasão no ensino superior brasileiro. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 132, p. 641-659, set./dez 2007. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/x44X6CZfd7hqF5vFNnHhVWg/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 15 jun. 2020.
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). O fenômeno da evasão no ensino superior passou a ser pautado com mais ênfase, no Brasil, a partir de 1995, após o seminário nacional sobre o tema organizado pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação e do Desporto (SESu/MEC). No seminário, identificou-se que a média da evasão no ensino superior brasileiro aproximava-se de 50% (KIPNIS, 2000KIPNIS, Bernardo. A pesquisa institucional e a educação superior brasileira: um estudo de caso longitudinal da evasão. Linhas Críticas, Brasília, v. 6, n. 11, p. 17 - 32, jul./dez. 2000. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/2870/2574 . Acesso em: 03 mar. 2020.
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). Na sequência, em 1996, o MEC instituiu uma comissão para realizar estudos sobre o tema, com destaque para a incidência da evasão especificamente nas IES públicas brasileiras (BRASIL, 1997BRASIL. Ministério da Educação SESu .. Diplomação, retenção e evasão nos cursos de graduação em instituições de ensino superior públicas, 1997. Disponível em: http://www.ebah.com.br/diplomacao-retencao-e-evasao-nos-cursosde-graduacao-em-instituicoes-de-ensino-superior-publicas-1173947.html Acesso em: 19 abr. 2021.
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). Cada caso de estudante evadido remete a uma condição individual; entretanto, o fenômeno da evasão é produzido por fatores conjunturais, institucionais e sociais (TINTO, 1997TINTO, Vincent. Classrooms as communities: exploring the educational character of student persistence. The Journal of higher education, Nova York, v. 68, n. 6, p. 599-623, 1997. Disponível em: Disponível em: https://www.jstor.org/stable/pdf/2959965.pdf?refreqid=excelsior%3Adbd96490138e6a88c1759a3223268208&ab_segments=&origin=&acceptTC=1 . Acesso em: 20. Mar. 2020.
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; 2012TINTO, Vincent. Completing college: rethinking institutional action. London: Chicago Press, 2012.).

Apesar das iniciativas governamentais postas em prática, desde a década de 1990, estudos recentes apontam que a evasão no ensino superior brasileiro continua a preocupar os diferentes governos sucedidos ao longo do século XXI (PEIXOTO; BRAGA; BOGUTCHI, 2003PEIXOTO, Maria do Carmo L.; BRAGA, Mauro Mendes; BOGUTCHI, Tânia F. A evasão no ensino superior brasileiro: o caso da UFMG. Avaliação: Revista da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior, Campinas, v. 8, n.1, p.161-189, mar, 2003. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.uniso.br/avaliacao/article/view/1237/1227 . Acesso em: 09 agos. 2020.
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; BAGGI; LOPES, 2011BAGGI, Cristiane Aparecida dos Santos; LOPES, Doraci Alves. Evasão e avaliação institucional no ensino superior: uma discussão bibliográfica. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas, Sorocaba, v. 16, n. 2, p. 355-74, 2011. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/RRGrQckrsd9CRGgKy4zkHXq/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 04 abr. 2020.
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; LIMA, 2013LIMA, Paulo Gomes. Políticas de educação superior no Brasil na primeira década do século XXI: alguns cenários e leituras. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas; Sorocaba, v. 18, n. 1, p. 85-105, mar. 2013. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/pyTmcW8VvGfzBSr9YRWrpFj/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 15 ago. 2020.
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). Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) de 2015 indicam que, em 2013, o número de estudantes que concluíram o ensino superior foi 15, 4 % menor que o de 2011. Uma das causas dessa inflexão atribui-se aos efeitos produzidos pelo aumento da evasão, principalmente, junto aos cursos de licenciaturas (LIMA JUNIOR et al.,LIMA JUNIOR, Paulo; SILVEIRA, Fernando Lang da; OSTERMANN, Fernanda. Análise de sobrevivência aplicada ao estudo do fluxo escolar nos cursos de graduação em física: um exemplo de uma universidade brasileira. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 34, n.1, p. 1403-1409, 2012. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbef/a/htZGrZbMbD8rcb6qvpvBQFb/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 19 abril. 2020.
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) 2019LIMA JUNIOR, Paulo et al. Taxas longitudinais de retenção e evasão: uma metodologia para estudo da trajetória dos estudantes na educação superior. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de Janeiro, v.27, n.102, p.157-178, mar. 2019. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/W5NdTy3HqkWyVcXhgWbvpxB/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 12 mar. 2020.
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.

Ao observar o ingresso e a evasão nos cursos de licenciatura da UFPEL, especificamente, Ramos (2014RAMOS, Maria da Graça Gomes. Programa REUNI: uma abordagem sobre Permanência e Evasão na UFPel. Eventos Pedagógicos, Mato Grosso, v. 5, n. 3, p. 83-101, Sinop, out. 2014. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/reps/article/view/9033/5635 . Acesso em: 29 jun. 2020.
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) indica que, em 2008, a evasão foi de 28%, em 2010, subiu para 47% e, em 2012, ficou em 42%. A autora observou, ainda, que a taxa de evasão mais elevada se deu nos cursos de licenciatura. O fenômeno está relacionado, principalmente, à pouca valorização desses profissionais no mercado de trabalho (SANTOS, 2001SANTOS, Fabrício. F. F. Estudo do Perfil dos Alunos Evadidos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - Campus Ribeirão Preto. In: Encontro Nacional da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, 25, 2001, Campinas . Anais. Campinas: ANPAD, 2001.; LEPPEL, 2005LEPPEL, Karen. College persistence and student attitudes toward financial success. College Student Journal, Brenham, p. 223-238, 2005. Disponível em: Disponível em: https://link.gale.com/apps/doc/A133606093/AONE?u=anon~1f55c8ca&sid=googleScholar&xid=3e017d76 . Acesso em: 13 mar. 2020.
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; SILVA, 2012SILVA, Francisca Islandia Cardoso da et al. Evasão escolar no curso de educação física da Universidade Federal do Piauí. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior Campinas; Sorocaba, v. 17, n. 2, p. 391-404, July 2012. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/G7HcqfvMF8C3nt57Jx9BDxN/?lang=pt&format=pdf . Acesso em: 25 jun. 2020.
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). Segundo Gaioso (2005GAIOSO, Natália Pacheco de Lacerda. Evasão discente na educação superior: a perspectiva dos dirigentes e dos alunos. 2005. 99f. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Católica de Brasília, 2005. ) e Adachi (2009ADACHI, Ana Amelia Chaves Teixeira. Evasão e evadidos nos cursos de graduação da UFMG. 2009. 214 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009. ) salientam que a produção da evasão no ensino superior decorre de vários fatores, alguns relacionados ao estudante, outros à instituição e outros às questões sociais e ou conjunturais. Entre esses fatores, costumam ser citados os dilemas presentes na transição do ensino médio para o superior, as questões curriculares, a mudança de interesse com o curso escolhido, as dificuldades para conciliar estudo e trabalho, entre outros (FERRAO; ALMEIDA, 2018FERRAO, Maria Eugénia; ALMEIDA, Leandro S. Multilevel modeling of persistence inhigher education. Ensaio: Avaliação de Políticas Públicas de Educação, Rio de Janeiro, v. 26, n. 100, p. 664-683, jul/set. 2018. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/HgYc6PjdvK9QsWVBTF4hyFx/?format=pdf⟨=en . Acesso em: 19 maio. 2020.
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; PRESTES; FIALHO, 2018PRESTES, Emília Maria Trindade; FIALHO, Marilia Gabriela Duarte. Evasão na educação superior e gestão institucional: o caso da Universidade Federal da Paraíba. Ensaio: Avaliação de Políticas Públicas de Educação, Rio de Janeiro, v. 26, n. 100, p. 869-889, 2018. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/3yg5dbpbt6SWdKtpVZ8mNsv/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 05 jul. 2020.
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).

Alguns estudos identificaram haver uma tendência maior para a evasão entre os estudantes do sexo masculino (SILVA; RODRIGUES; BRITO, 2012SILVA, Francisca Islandia Cardoso da et al. Evasão escolar no curso de educação física da Universidade Federal do Piauí. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior Campinas; Sorocaba, v. 17, n. 2, p. 391-404, July 2012. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/G7HcqfvMF8C3nt57Jx9BDxN/?lang=pt&format=pdf . Acesso em: 25 jun. 2020.
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; SANTANA, 2016SANTANA, Otacílio Antunes. Evasão nas Licenciaturas das Universidades Federais: entre a apetência e a competência. Educação, Santa Maria, v. 41, n. 2, p. 311-327, jul. 2016. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/20199/pdf . Acesso em: 17 jul. 2020.
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). Todavia, há estudos assinalando que nem sempre essa tendência prevalece (MONTMARQUETTE; MAHSEREDJIAN; HOULE, 2001MONTMARQUETTE, Claude; MAHSEREDJIAN, Sophie; HOULE, Rachel. The determinants of university dropouts: a bivariate probability model with sample selection. Economics of Education Review, Belgica, v. 20, n. 5, p. 475-484, 2001. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0272-7757(00)00029-7. Acesso em: 09 agos. 2020.). Outros estudos apontam haver maior predisposição para a evasão entre o primeiro e o quarto semestre (LEVY, 2007LEVY, Yair. Comparing dropouts and persistence in e-learning courses. Computers & Education, Belgica, 48, n. 2, p. 185-204, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.compedu.2004.12.004. Acesso em: 13 mar. 2020.; GRAU-VALLDDOSERA; MINGUILLÓN, 2015; SANTANA, 2016).

Sobre a evasão nos cursos de licenciatura em Educação Física (EF), tema desta pesquisa, Silva, Rodrigues e Brito (2014SILVA, Francisca Islandia Cardoso da; RODRIGUES, Janete de Páscoa; BRITO, Ahécio Kleber Araújo. Retenção escolar no curso de Educação Física da Universidade Federal do Piauí. Educação em Perspectiva, Viçosa - MG, v. 5, n. 2, p. 75-96, 2014. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufv.br/educacaoemperspectiva/article/view/6661/2747 . Acesso em: 08 jun. 2020.
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)1 1 O estudo investigou os fatores que ajudaram a produzir a evasão no curso da Universidade Federal do Piauí (UFPI), tomando como referência estudantes que ingressaram no ano de 2005. observaram que as principais causas da evasão do curso de Educação Física estão atreladas ao descontentamento com as perspectivas profissionais, a imaturidade na escolha do curso e a realização simultânea de dois cursos.

Diante do exposto acima e da carência de estudos de estudos que abordam a evasão nos cursos de graduação em Educação Física, buscamos diagnosticar a evasão nos cursos de licenciatura em EF (diurno e noturno) da ESEF/UFPEL; identificar os principais fatores apontados pelos estudantes evadidos como causas de sua evasão, a partir de uma delimitação empírica dos cursos de licenciatura (diurno e noturno) da Escola Superior de Educação Física (ESEF) da UFPEL.

O ponto de corte escolhido para este estudo foram os alunos ingressantes nos cursos de licenciatura, diurno e noturno, da ESEF/UFPEL que ingressaram no ano de 2010. A escolha dessa delimitação deu-se porque 2010 foi o primeiro ano em que 90% do processo seletivo para ingresso na UFPEL ocorreu pelo SISU/ENEM, (UFPEL, 2015UFPEL (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS). Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Educação Física. Pelotas: UFPEL, 2015. Disponível em: Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/esef/documentos/licenciatura-diurno/ . Acesso em: 30 mar. 2020
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). Assim, o corpus empírico do estudo constitui-se dos alunos ingressantes, retidos, diplomados e evadidos dos cursos de licenciatura diurno e noturno nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013, de forma com que se pudesse abarcar uma geração completa (BRASIL, 1997) para todos os anos de ingresso.

Os registros acadêmicos institucionais necessários para o estudo foram obtidos junto ao Centro de Registro Acadêmico (CRA), ao Centro de Gerenciamento de Informações e Concursos (CGIC) e no colegiado dos cursos de licenciatura em EF diurno e noturno da ESEF/UFPEL. De posse desses registros, realizou-se uma análise documental (MINAYO, 1998MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec-Abrasco, 1998. ; MAY, 2004MAY, Tim. Teoria social e pesquisa social. In: Tim MAY. Pesquisa Social: questões, métodos e processos. Porto Alegre: Artmed, 2004. ; OLIVEIRA, 2007OLIVEIRA, Maria Marly. Como fazer pesquisa qualitativa. Petrópolis, Vozes, 2007.) para identificar o número absoluto e taxas de diplomados, retidos e evadidos, conforme os anos de ingresso nos respectivos cursos.

Os estudantes que se formaram foram considerados diplomados, aqueles que permaneciam matriculados foram considerados retidos, apesar de não terem se formados no tempo padrão estabelecido pelo curso; e, aqueles que não se formaram e perderam o vínculo com a UFPEL foram considerados evadidos.

Segundo a Comissão Especial de Estudos sobre a Evasão nas Universidades Brasileiras, é possível classificar três tipos diferentes de evasão: quando o estudante evadiu de um determinado curso, mas migrou para outro da mesma instituição; quando ele evadiu de uma instituição, mas migrou para outra e, a terceira, quando o estudante evadiu do sistema superior de ensino de forma definitiva ou temporária (BRASIL, 1997).

Após a fase de análise documental através de correio eletrônico (fornecidos pelo CRA e CGIG) no decorrer do ano de 2019, entramos em contatos com os alunos evadidos, convidando-os a fazerem parte do estudo.2 2 Os alunos evadidos contatados foram informados dos objetivos da pesquisa e receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme as normas estabelecidas pelo comitê de ética em que esta pesquisa foi aprovada: Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, protocolo nº 89954618.6.0000.5317. Do total de 136 estudantes evadidos, 52 (38,2%), 34 do curso diurno e 18 do noturno, aceitaram participar da pesquisa. Eles responderam um questionário com questões relacionadas ao perfil dos estudantes e aos fatores que levaram à evasão, com base no proposto por Gerba (2014GERBA, Raphael Thiago. Análise da evasão de alunos nos cursos de licenciatura: estudo de caso no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. 2014. 149 p. Dissertação. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio Econômico, Programa de Pós-Graduação em Administração Universitária, Florianópolis, 2014.).

As questões que buscavam traçar o perfil dos evadidos compreendiam: sexo, renda familiar, semestre de evasão, sua procedência (antes do ingresso no curso) e a existência ou não de apoio familiar. Com relação às questões referentes à evasão, o questionário foi dividido em três dimensões: 15 questões pessoais (por exemplo: dificuldades de conciliar estudos e trabalho); 10 questões institucionais (por exemplo: currículos desatualizados) e 4 questões relacionadas a fatores externos à instituição (por exemplo: falta de valorização do profissional formado).

A partir de uma escala likert, com escores que variam de 1 (nenhuma influência) a 5 (muita influência), os participantes foram convidados a responder o quanto cada item teve influência para a evasão, sendo que o escore 1 refere-se às questões que não influenciaram a evasão, o 2 para questões que tiveram pouca influência, o 3 para as de influência razoável, o 4 para as que tiveram grande influência e o 5 para questões que tenham sido um fator decisivo para a desistência do curso. Para análise descritiva do questionário, os dados foram expressos através da média aritmética.

Para calcular as taxas de evasão, foi utilizado o cálculo referido pela Comissão Especial de Estudos sobre a Evasão nas Universidades Públicas Brasileiras (BRASIL, 1997), utilizado em larga escala nos estudos de evasão no ensino superior brasileiro. Desse modo, o cálculo de evasão se expressa por: % Evasão = (Ni - Nd - Nr) * 100/ Ni, onde: Ni = número de ingressantes; Nd = número de diplomados; Nr = número de retidos.

Os dados coletados foram digitados em planilha do Microsoft® Office Excel® 2013, para realização da análise descritiva com a utilização das médias aritméticas. Estes dados, obtidos através do aporte documental e dos questionários, constituíram o corpus empírico da pesquisa, os quais estão apresentados em tabelas e gráficos no decorrer deste trabalho.

2 Desenvolvimento

2.1 Mapeando os sujeitos evadidos

De um total de 283 alunos matriculados nos dois cursos (180 no diurno e 103 no noturno), no período investigado (2010-2013), identificou-se 136 evadidos, sendo 85 alunos do curso diurno e 51 do curso noturno, o que representou uma taxa total de evasão de 48%.

Tabela 1
Valor absoluto e percentual para diplomação, retenção e evasão com base nos anos de ingresso - diurno

Com relação ao curso diurno (Tabela 1), pode-se observar taxa de evasão mais elevada para os ingressantes do ano de 2010 (63,6%) e uma taxa mais baixa para o ano de 2013 (33,3%). A média da taxa de evasão para o período estudado (Tabela 1) foi de 47,2%. Outros valores intermediários foram encontrados nos anos de 2011 (34,0%) e 2012 (57,4%). As oscilações das taxas de evasão no período não permitem determinar uma tendência de elevação ou de redução constante.

Os dados relativos ao curso noturno (Tabela 2), assim como as do curso diurno, também apresentam oscilações no decorrer do período estudado. A mais elevada taxa de evasão ocorreu no ano de 2011 (63,6%) e a menor taxa, no ano de 2013 (41,6%). Os anos de 2010 e 2012 apresentaram taxas intermediárias muito próximas entre si, de 48,2% e 46,4%, respectivamente.

Tabela 2
− Valor absoluto e percentual para diplomação, retenção e evasão com base nos anos de ingresso - noturno

O total de retidos, 41 (22,7%) no curso diurno (Tabela 1) e 35 (33,9%) no curso noturno (Tabela 2), representa um contingente de estudantes que possuem vínculo com a instituição, sugerindo que há maior número de retidos no último ano investigado (2013), independentemente do curso ao qual pertencem. Ressalta-se que estes ainda podem evadir, visto que estão mais distantes de integralizarem seus currículos e alcançarem a diplomação. Todavia, ressalta-se que a tendência maior para a evasão se encontra nos primeiros semestres (GRAU-VALLDOSERA; MINGUILLÓN, 2015GRAU-VALLDOSERA, Josep; MINGUILLÓN, Julià. Rethinking dropout in online higher education: The case of the Universitat Oberta de Catalunya. The International Review of Research in Open and Distributed Learning, Canada, v. 15, n. 1, p. 291-308, 2015. Disponível em: Disponível em: https://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/1628/2820 . Acesso em: 08 ago. 2020.
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; SANTANA, 2016SANTANA, Otacílio Antunes. Evasão nas Licenciaturas das Universidades Federais: entre a apetência e a competência. Educação, Santa Maria, v. 41, n. 2, p. 311-327, jul. 2016. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/20199/pdf . Acesso em: 17 jul. 2020.
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) e os estudantes do ano de 2013, que se encontram retidos, no momento da realização da pesquisa (2019), já haviam cursado mais da metade do curso.

Com relação às taxas de evasão (47,2% no diurno e 49,5% no noturno), é possível observar que os cursos possuem percentuais similares ao das licenciaturas da UFPEL nos anos de 2010 (47%) e 2012 (42%) (RAMOS, 2014RAMOS, Maria da Graça Gomes. Programa REUNI: uma abordagem sobre Permanência e Evasão na UFPel. Eventos Pedagógicos, Mato Grosso, v. 5, n. 3, p. 83-101, Sinop, out. 2014. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/reps/article/view/9033/5635 . Acesso em: 29 jun. 2020.
https://periodicos.unemat.br/index.php/r...
), e dos cursos de licenciatura no Brasil (49,2%) no período entre 2010 e 2015 (BRASIL, 2015BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Departamento de Estatísticas Educacionais .. Censo da Educação Superior. 2015. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/censo-da-educacao-superior. Acesso em: set. 2021.). Entretanto, se comparamos a taxa de evasão média dos dois cursos da ESEF/UFPEL temos 48%; nota-se, assim, que ela é maior do que a média nacional de evasão para os cursos dessa área, a qual é de 38,4 % (BRASIL, 2015)3 3 Para outros cursos de licenciaturas, as médias nacionais são: Pedagogia (31,7%), Geografia (42,0%), Biologia (42,2%), História (44,3%), Línguas (45,7%), Química (55,5%), Matemática (55,8%) e Física (62,5%) (INEP, 2015). .

Tabela 3
Percentual de ingressantes e evadidos por sexo nos cursos diurno e noturno

Os resultados da Tabela 3, com diurno e noturno agrupados, expressam um total de 136 evadidos, o que representa uma taxa de evasão total de 48%. Esse percentual é mais elevado para os homens, em ambos os cursos: 51,6% no diurno e 50,7% no noturno, enquanto para as mulheres, a incidência de evasão é menor, com taxas de 40% no curso diurno e 46,8% no curso noturno. Tais achados corroboram estudos prévios que indicam uma tendência maior de evasão para o sexo masculino nos cursos de licenciaturas das universidades federais brasileiras (SANTANA, 2016SANTANA, Otacílio Antunes. Evasão nas Licenciaturas das Universidades Federais: entre a apetência e a competência. Educação, Santa Maria, v. 41, n. 2, p. 311-327, jul. 2016. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/20199/pdf . Acesso em: 17 jul. 2020.
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). Essa tendência parece que se mantêm, também, nos cursos de licenciatura em Educação Física. No curso de licenciatura em Educação Física da UFPI, por exemplo, Silva, Rodrigues e Brito (2014SILVA, Francisca Islandia Cardoso da; RODRIGUES, Janete de Páscoa; BRITO, Ahécio Kleber Araújo. Retenção escolar no curso de Educação Física da Universidade Federal do Piauí. Educação em Perspectiva, Viçosa - MG, v. 5, n. 2, p. 75-96, 2014. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufv.br/educacaoemperspectiva/article/view/6661/2747 . Acesso em: 08 jun. 2020.
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) identificaram que a evasão dos estudantes do sexo masculino era superior a das estudantes do sexo feminino, representando 53,1% dos evadidos.

Embora exista evidência apontando que, para os cursos de quatro anos, em Instituições de Ensino Superior (caso dos cursos da presente pesquisa), o tempo de permanência das mulheres nos cursos seja menor em comparação ao dos homens (SACCARO; FRANÇA; JACINTO, 2019SACCARO, Alice; FRANÇA, Marco Túlio Aniceto; JACINTO, Paulo de Andrade. Fatores Associados à Evasão no Ensino Superior Brasileiro: um estudo de análise de sobrevivência para os cursos das áreas de Ciência, Matemática e Computação e de Engenharia, Produção e Construção em instituições públicas e privadas. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 49, n. 2, p. 337-373, Apr. 2019. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/ee/a/9YxHxWkk6Dzy35CpgmxXbPt/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 28 jun. 2020.
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), nem todos os estudos confirmam esta tese, como pode ser observado na presente pesquisa. Outro estudo (LIMA JR; SILVEIRA; OSTERMANN, 2012), aponta, inclusive, que homens e mulheres dos cursos de licenciatura e bacharelado em Física apresentaram mesma propensão de evadir, com a ressalva de que as mulheres levam mais tempo para abandonar o curso.

2.2. Perfil dos respondentes evadidos e fatores que incidiram para a evasão

Os dados expostos na Tabela 4 permitem uma discriminação sintética sobre o perfil dos respondentes dos cursos diurno e noturno. No que tange ao momento em que ocorre a maior taxa de evasão, o curso diurno apresentou maior prevalência desta no segundo semestre, com 58,8% e, sequencialmente, o primeiro semestre com 29,4% de evadidos4 4 Os dados que compõem as amostras dos estudantes evadidos foram extraídos dos questionários do estudante evadido que aceitaram participar da pesquisa. Assim a totalidade da amostra desses questionários, conforme fora assinalada na metodologia, constituiu-se de 34 estudantes do curso diurno e 18 estudantes do curso noturno. .

Tabela 4
Perfil dos respondentes evadidos nos cursos diurno e noturno

Ainda, observa-se que os semestres em que ocorreu maior evasão no curso noturno são o segundo semestre com 83,3% e o quarto com 16,6%. Percebe-se que, para ambos os cursos, a evasão é mais recorrente nos primeiros semestres. Tais constatações apresentam similaridades com estudos prévios (LEVY, 2007LEVY, Yair. Comparing dropouts and persistence in e-learning courses. Computers & Education, Belgica, 48, n. 2, p. 185-204, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.compedu.2004.12.004. Acesso em: 13 mar. 2020.; GRAU-VALLDDOSERA; MINGUILLÓN, 2015; SANTANA, 2016SANTANA, Otacílio Antunes. Evasão nas Licenciaturas das Universidades Federais: entre a apetência e a competência. Educação, Santa Maria, v. 41, n. 2, p. 311-327, jul. 2016. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/20199/pdf . Acesso em: 17 jul. 2020.
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), além de ser característico de graduações com duração de quatro anos (SACCARO; FRANÇA; JACINTO, 2019SACCARO, Alice; FRANÇA, Marco Túlio Aniceto; JACINTO, Paulo de Andrade. Fatores Associados à Evasão no Ensino Superior Brasileiro: um estudo de análise de sobrevivência para os cursos das áreas de Ciência, Matemática e Computação e de Engenharia, Produção e Construção em instituições públicas e privadas. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 49, n. 2, p. 337-373, Apr. 2019. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/ee/a/9YxHxWkk6Dzy35CpgmxXbPt/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 28 jun. 2020.
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), como é caso dos cursos do presente estudo. Uma hipótese levantada pela literatura para essa incidência maior da evasão nos primeiros anos do curso refere-se ao não atendimento às expectativas que o estudante tinha antes de ingressar no curso (SACCARO; FRANÇA; JACINTO, 2019).

A renda individual e familiar parece não ter sido um fator que mais influenciou para a evasão dos estudantes investigados. Esses resultados, novamente, assemelham-se aos encontrados por Silva, Rodrigues e Brito (2014SILVA, Francisca Islandia Cardoso da; RODRIGUES, Janete de Páscoa; BRITO, Ahécio Kleber Araújo. Retenção escolar no curso de Educação Física da Universidade Federal do Piauí. Educação em Perspectiva, Viçosa - MG, v. 5, n. 2, p. 75-96, 2014. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufv.br/educacaoemperspectiva/article/view/6661/2747 . Acesso em: 08 jun. 2020.
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), também com estudantes evadidos de EF da UFPI, os quais apresentavam uma renda familiar superior a 10 salários mínimos. No caso dos estudantes da ESEF/UFPEL, a maior parte dos respondentes do curso diurno afirma ter uma renda familiar de 6 salários mínimos e 23,5% deles afirmam ter renda de mais de 4 salários mínimos. No curso noturno, 50% disseram ter uma renda de 4 salários mínimos e 33,3% afirmaram ter renda de mais de 6 salários. Além disso, a necessidade e o não recebimento da assistência estudantil ofertada pela UFPEL não foi apontado como um fator preponderante pelos estudantes que evadiram. No curso diurno, esse fator alcança 5,8% da escala e, para o curso noturno, esse fator sequer foi indicado, resultando em 0,0%.

Gráfico 1
Média dos fatores que influenciaram a evasão: dimensões pessoais

Os resultados relativos às dimensões pessoais apontam, como os fatores que preponderam em suas decisões de evadir, com relação ao curso diurno, uma predominância relativa à mudança de interesses (M = 3,0), seguida pela decepção com o curso (M = 2,58), as dificuldades de conciliar estudos e trabalho (M = 2,52), a percepção sobre desvalorização da profissão (M = 2,11) e a falta de orientação profissional (M = 2,11).

Tendo em vista que a maior taxa de evasão ocorreu no primeiro ano do curso, a mudança de interesses, apontada como principal razão de abandono dos estudantes do curso diurno, pode estar relacionada à maior facilidade para ingressar no curso de Educação Física, se comparado a outros cursos. Silva, Rodrigues e Brito (2014SILVA, Francisca Islandia Cardoso da; RODRIGUES, Janete de Páscoa; BRITO, Ahécio Kleber Araújo. Retenção escolar no curso de Educação Física da Universidade Federal do Piauí. Educação em Perspectiva, Viçosa - MG, v. 5, n. 2, p. 75-96, 2014. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufv.br/educacaoemperspectiva/article/view/6661/2747 . Acesso em: 08 jun. 2020.
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) assinalam que a maioria dos estudantes evadidos do curso de Educação Física da UFPI não havia selecionado este curso como primeira opção.

A mudança de interesses foi referida por Gerba (2014GERBA, Raphael Thiago. Análise da evasão de alunos nos cursos de licenciatura: estudo de caso no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. 2014. 149 p. Dissertação. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio Econômico, Programa de Pós-Graduação em Administração Universitária, Florianópolis, 2014.) como um fator preponderante para a evasão no ensino superior. Segundo esse autor, ela pode estar associada à decisão de realizar outro curso, à falta de adaptação no curso escolhido ou com uma intenção planejada do estudante de ingressar em um curso para depois migrar para outro, através da mobilidade acadêmica5 5 No caso do curso aqui tratado, a modalidade acadêmica, algumas vezes, se dá, por exemplo, para o curso de bacharelado em Educação Física, lotado na mesma unidade do curso de licenciatura, havendo a possibilidade de aproveitamento de boa parte das disciplinas cursadas (UFPEL, 2015). .

Os dados relativos ao curso noturno sugerem que as dificuldades de conciliar estudo e trabalho (M =4,16) foi o principal fator apontado para o ato de evadir. Na sequência, aparecem outros três fatores com médias iguais: desvalorização da profissão (M = 2,66), dificuldade de adaptação à vida acadêmica (M = 2,66) e mudança de interesses (M = 2,66). Essa dificuldade em conciliar estudo e trabalho, a desvalorização da profissão e a baixa expectativa de uma remuneração justa são fatores que costumam aparecer como preponderante para a evasão, em diferentes cursos do ensino superior brasileiro (BRASIL, 1997; SILVA et al., 2012SILVA, Francisca Islandia Cardoso da et al. Evasão escolar no curso de educação física da Universidade Federal do Piauí. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior Campinas; Sorocaba, v. 17, n. 2, p. 391-404, July 2012. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/G7HcqfvMF8C3nt57Jx9BDxN/?lang=pt&format=pdf . Acesso em: 25 jun. 2020.
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; TONTINI; WALTER, 2014TONTINI, Gérson; WALTER, Silvana Anita. Pode-se identificar a propensão e reduzir a evasão de alunos? ações estratégicas e resultados táticos para instituições de ensino superior. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas; Sorocaba, v. 19, n. 1, p. 89-110, 2014. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/vBfjhGhKRRwTZ3mBjWHKvcv/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 25 maio. 2020.
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).

Os autores Braga et al. (1997BRAGA, Mauro Mendes; MIRANDA-PINTO, Clotilde O. B.; CARDERAL, Zenilda de Lourdes. Perfil sócio-econômico dos alunos, repetência e evasão no curso de Química da UFMG. Química Nova, São Paulo, v. 20, n. 4, p. 438-444, 1997. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/qn/a/bbMLv5BsqJFm8GXCy79H5pm/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 28 jul. 2020.
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) observaram que a evasão dos estudantes do curso noturno de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) possuía uma relação direta com a dificuldade de conciliar estudo e trabalho. O estudo mostra que, nesses casos, em sua maior parte, os estudantes tendiam a optar pelo trabalho, principalmente quando este lhes possibilitava um retorno financeiro significativo. Fato este mencionado que também ocorre com os alunos do curso noturno da ESEF/UFPel. Além disso, 50% dos evadidos do noturno declaram ter uma renda superior a 4 salários mínimos e 33,3%, superior a 6 salários.

A decepção com o curso escolhido, geralmente, está associada com certas expectativas não atingidas e ao frágil conhecimento da profissão escolhida (BARDAGI; HUTZ, 2009BARDAGI, Marucia; HUTZ, Cláudio Simon. Não havia outra saída: percepções de alunos evadidos sobre o abandono do curso superior. Psico-USF, Campinas, v. 14, n. 1, p. 95-105, jan/abr. 2009. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/pusf/a/v74yVrtsghWs7HNPjzPN5VF/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 28 jul. 2020.
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). Assim, ao ingressarem em determinados cursos, alguns estudantes ficam desestimulados, aumentando a tendência de evasão (ADACHI, 2009ADACHI, Ana Amelia Chaves Teixeira. Evasão e evadidos nos cursos de graduação da UFMG. 2009. 214 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009. ; GAIOSO, 2006GAIOSO, Natália Pacheco de Lacerda. O fenômeno da evasão escolar na educação superior no Brasil. Repitencia y Desercion Universitária em América Latina. Santiago, Chile: Unesco, 2006. ; MARTINS, 2007MARTINS, Cleidis Beatriz Nogueira. Evasão de alunos nos cursos de Graduação em uma instituição de ensino superior. Dissertação (mestrado) - Fundação Dr. Pedro Leopoldo. 2007.). De alguma forma, esses aspectos parecem estar presentes na evasão dos cursos de EF, talvez pela amplitude da área, que possibilita que muitos ingressam no curso de licenciatura sem ter uma clareza maior sobre como é o currículo do curso e as possiblidades de atuação da profissão. Além disso, como ocorre com os demais cursos de licenciatura, Educação Física também passa por um processo histórico de desvalorização da profissão, o que se constitui como um dos principais fatores da evasão (SILVA; RODRIGUES; BRITO, 2014SILVA, Francisca Islandia Cardoso da; RODRIGUES, Janete de Páscoa; BRITO, Ahécio Kleber Araújo. Retenção escolar no curso de Educação Física da Universidade Federal do Piauí. Educação em Perspectiva, Viçosa - MG, v. 5, n. 2, p. 75-96, 2014. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufv.br/educacaoemperspectiva/article/view/6661/2747 . Acesso em: 08 jun. 2020.
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).

Gráfico 2
Média dos fatores que influenciaram a evasão: dimensões institucionais

Em relação aos fatores relativos à dimensão institucional apresentados no Gráfico 2, é possível observar que: para o curso diurno, as médias predominantes dizem respeito à metodologia e à didática dos professores (M = 2,17); à dificuldade de integração nas atividades de ensino (M = 1,41); à infraestrutura deficiente (M = 1,41); aos currículos desatualizados (M = 1,35) e à falta de apoio à inserção profissional (M = 1,35). Gaioso (2005GAIOSO, Natália Pacheco de Lacerda. Evasão discente na educação superior: a perspectiva dos dirigentes e dos alunos. 2005. 99f. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Católica de Brasília, 2005. ) alerta que, principalmente, em alguns cursos, questões curriculares aumentam as taxas de evasão. Assim, é importante que os órgãos responsáveis pela gestão dos cursos (direções, coordenações e Núcleos Docentes Estruturantes - NDE), estejam atentos a elas (GERBA, 2014GERBA, Raphael Thiago. Análise da evasão de alunos nos cursos de licenciatura: estudo de caso no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. 2014. 149 p. Dissertação. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio Econômico, Programa de Pós-Graduação em Administração Universitária, Florianópolis, 2014.).

No curso noturno, destacaram-se vários fatores com média de resposta igual a 4: os currículos desatualizados, a biblioteca e locais para as refeições; a seguir, aparecem a metodologia e a didática dos professores (M = 3,5), a dificuldade de integração nas atividades de ensino (M = 3,33), a infraestrutura deficiente (M = 2,8) e a falta de apoio à inserção profissional (M = 2,8).

Os dados acima mostram que, junto com as questões do currículo, os aspectos mais associados às questões institucionais e que costumam afetar a permanência do estudante no espaço institucional fora da sala de aula, como cantinas, bibliotecas etc., também podem impactar para aumentar as taxas de evasão, como assinalado por Lamers, Santos e Toassi (2017LAMERS, Juliana Maciel de Souza; SANTOS, Bettina Steren dos; TOASSI, Ramona Fernanda Ceriotti. Retenção e evasão no ensino superior público: estudo de caso em um curso noturno de odontologia. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 33, e154730, 2017. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/VKcKSJQxVhsPKgpNV8YMhzx/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 28 mar. 2020.
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).

No Gráfico 2, as questões relacionadas à infraestrutura institucional, mostraram-se mais preponderantes para o curso noturno. Apesar desses dados corroborarem outros estudos que também investigaram curso noturnos (LAMERS; SANTOS; TOASSI, 2017LAMERS, Juliana Maciel de Souza; SANTOS, Bettina Steren dos; TOASSI, Ramona Fernanda Ceriotti. Retenção e evasão no ensino superior público: estudo de caso em um curso noturno de odontologia. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 33, e154730, 2017. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/VKcKSJQxVhsPKgpNV8YMhzx/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 28 mar. 2020.
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), ao menos em parte, a diferença na preponderância entre o curso diurno e noturno, identificada nos fatores como locais para as refeições e bibliotecas, provavelmente, estejam associados ao fato de o curso noturno passar a ser ofertado somente a partir do ano de 2010. Ou seja, até o momento, a instituição ainda não conseguiu oferecer ao curso noturno as mesmas condições institucionais que propicia ao curso diurno.

No caso da evasão nos cursos de licenciatura da ESEF/UFPEL, o Gráfico 3 evidencia que a valorização profissional foi um dos fatores preponderantes para a incidência da evasão, em especial para o curso diurno.

Para o curso diurno, destaca-se a falta de valorização do profissional formado em EF (M = 3,11) e a baixa remuneração desse profissional (M = 2,76). Para os evadidos do curso noturno, estes fatores também foram pontuados, apesar de receberem menor ênfase: M = 2,0 e M = 1,66, respectivamente.

Gráfico 3
Média dos fatores que influenciaram a evasão: dimensões externas

De fato, a literatura destaca a influência da valoração das profissões como um dos principais motivos para a alta evasão (GAIOSO, 2005GAIOSO, Natália Pacheco de Lacerda. Evasão discente na educação superior: a perspectiva dos dirigentes e dos alunos. 2005. 99f. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Católica de Brasília, 2005. ; LIMA JUNIOR, 2013LIMA JUNIOR, Paulo. Evasão do ensino superior de física segundo a tradição disposicionalista em sociologia da educação. 2013. 258 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2013. ; PEREIRA JÚNIOR, 2012PEREIRA JUNIOR, Edgar. Compromisso com o graduar-se, com a instituição e com o curso: estrutura fatorial e relação com a evasão. 2012. 89f. (Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação), Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 2012.). No caso especifico da Educação Física, Silva et al. (2012SILVA, Francisca Islandia Cardoso da et al. Evasão escolar no curso de educação física da Universidade Federal do Piauí. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior Campinas; Sorocaba, v. 17, n. 2, p. 391-404, July 2012. Disponível em: Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/G7HcqfvMF8C3nt57Jx9BDxN/?lang=pt&format=pdf . Acesso em: 25 jun. 2020.
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) assinalam a baixa expectativa acerca da valorização profissional como um dos fatores mais preponderantes para evasão dos estudantes de licenciatura em EF da UFPEL.

A fim de observarmos o lugar que cada dimensão teve na decisão dos alunos que evadiram, em ambos os cursos, realizamos uma média das respostas entre os fatores que compõem cada uma delas. Assim, no Gráfico 4, é possível identificar, para o curso diurno, os fatores referentes à dimensão externa que foram decisivos para o ato de evadir (M = 2,06), seguido de fatores da dimensão pessoal (M = 1,86) e da dimensão institucional (M = 1,37).

Gráfico 4
Distribuição das dimensões médias de evasão entre os cursos diurno e noturno

Para os estudantes do curso noturno, os fatores pertencentes à dimensão institucional aparecem em primeiro lugar (M = 1,95), seguidos dos fatores da dimensão pessoal (M = 1,75) e os da dimensão externa (M = 1,45) e embora os motivos que levam à evasão sejam multifatoriais, percebe-se que a dimensão pessoal impacta os dois cursos de forma similar. Entretanto, a dimensão externa parece impactar mais o curso diurno, enquanto que a dimensão institucional é predominante no curso noturno e pode estar associada às dificuldades estruturais que os estudantes do curso noturno encontraram para sua integração nas atividades acadêmicas.

3 Considerações Finais

Os cursos diurno e noturno investigados apresentam, conjuntamente, uma taxa de evasão de 48%. Essa taxa está em consonância com a evasão média das licenciaturas da UFPEL (47%) e das licenciaturas no Brasil (49,2%), entretanto, é mais elevada do que a taxa média nacional dos cursos de Educação Física (38,4%). Se for traçado um paralelo entre os turnos, é possível considerar que as taxas de evasão entre o curso diurno (47,2%) e o noturno (49,5%) diferem de forma muito tênue, observando que, para ambos os cursos, o sexo masculino apresentou maior evasão, algo que corrobora os resultados encontrados em outras pesquisas sobre a evasão nos cursos de licenciatura (SANTANA, 2016SANTANA, Otacílio Antunes. Evasão nas Licenciaturas das Universidades Federais: entre a apetência e a competência. Educação, Santa Maria, v. 41, n. 2, p. 311-327, jul. 2016. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/20199/pdf . Acesso em: 17 jul. 2020.
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) e também com os resultados encontrados, especificamente, no curso de licenciatura de Educação Física da Universidade Federal do Piauí (SILVA; RODRIGUES; BRITO, 2014SILVA, Francisca Islandia Cardoso da; RODRIGUES, Janete de Páscoa; BRITO, Ahécio Kleber Araújo. Retenção escolar no curso de Educação Física da Universidade Federal do Piauí. Educação em Perspectiva, Viçosa - MG, v. 5, n. 2, p. 75-96, 2014. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufv.br/educacaoemperspectiva/article/view/6661/2747 . Acesso em: 08 jun. 2020.
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).

No que tange aos momentos do curso em que os estudantes tendem a estar mais propensos para evadir, a pesquisa mostrou que, no caso da ESEF/UFPEL, isso ocorreu nos dois primeiros anos para ambos os cursos. Esse dado está em concordância com outros estudos sobre a evasão no ensino superior, que também apontam os dois primeiros anos do curso como os mais sensíveis para que a evasão ocorra (LEVY, 2007LEVY, Yair. Comparing dropouts and persistence in e-learning courses. Computers & Education, Belgica, 48, n. 2, p. 185-204, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.compedu.2004.12.004. Acesso em: 13 mar. 2020.; GRAU-VALLDOSERA; MINGUILLÓN, 2015GRAU-VALLDOSERA, Josep; MINGUILLÓN, Julià. Rethinking dropout in online higher education: The case of the Universitat Oberta de Catalunya. The International Review of Research in Open and Distributed Learning, Canada, v. 15, n. 1, p. 291-308, 2015. Disponível em: Disponível em: https://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/1628/2820 . Acesso em: 08 ago. 2020.
https://www.irrodl.org/index.php/irrodl/...
; SANTANA, 2016SANTANA, Otacílio Antunes. Evasão nas Licenciaturas das Universidades Federais: entre a apetência e a competência. Educação, Santa Maria, v. 41, n. 2, p. 311-327, jul. 2016. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/20199/pdf . Acesso em: 17 jul. 2020.
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). Esse indicador pode servir como uma pista para que as instituições pautem ações e estratégias que objetivem minimizar as taxas de evasão.

O cenário encontrado permite inferir, com base nas dimensões observadas, que a dimensão ligada aos fatores pessoais influenciou ambos os cursos, como a mudança de interesse, a decepção com o curso, a dificuldade de conciliar estudo e trabalho. Este último, configurando-se como o fator de maior preponderância para os estudantes do curso noturno. Por outro lado, para o curso diurno, a dimensão relacionada aos fatores externos foi considerada o principal motivo para evasão, em especial, os aspectos relacionados à falta de valorização profissional e a baixa remuneração do profissional formado.

Os fatores relacionados à dimensão institucional foram predominantes para o curso noturno, com destaque para a dificuldade de integração nas atividades de ensino, a biblioteca, o refeitório e outros aspectos da infraestrutura institucional, em parte, por ser uma fragilidade oriunda do fato de o curso noturno ser uma oferta ainda recente, principalmente se comparado ao curso diurno. Todavia, o estudo salienta que essas fragilidades institucionais podem estar tendo um efeito direto para elevar a taxa de evasão no curso noturno.

Assim, faz-se necessário a elaboração de estratégias institucionais que possam sanar parte das fragilidades apontadas pelos estudantes evadidos. Ações que qualificam os serviços da secretaria, da biblioteca, dos laboratórios, bem como ações curriculares que, dentro do possível, consigam facilitar a vida do estudante que busca conciliar estudo e trabalho.

As diferenças identificadas entre os cursos diurno e noturno de uma mesma instituição reforçam a premissa da evasão ser um fenômeno complexo, associado a uma série de fatores que diferem de curso para curso e de uma instituição para outra. Nesse sentido, uma minimização nacional da evasão no ensino superior brasileiro, possivelmente, só será alcançada se forem implementadas estratégias específicas, atentas e compatíveis às causas da evasão nos diferentes cursos.

Temos ainda uma preocupação com as consequências do distanciamento social na vida dos universitários(as) confinados(as) em domicílio, Conforme discutido ao longo do estudo, os índices de evasão/abandono antes da pandemia podem ser considerados uma situação de alerta. Há uma enorme preocupação o aumento das desigualdades sociais e cortes na área da educação impactem diretamente na evasão dos cursos.

Também nos antecipamos no sentido de digerir as implicações do pós-confinamento e os impactos na saúde física e mental, bem como o aumento da evasão de uma geração de universitários que ficará marcada para sempre como aquela que, no momento crucial de suas vidas, tiveram suas experiências acadêmicas e de mundo interrompidas.

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    » https://wp.ufpel.edu.br/esef/documentos/licenciatura-diurno/
  • 1
    O estudo investigou os fatores que ajudaram a produzir a evasão no curso da Universidade Federal do Piauí (UFPI), tomando como referência estudantes que ingressaram no ano de 2005.
  • 2
    Os alunos evadidos contatados foram informados dos objetivos da pesquisa e receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme as normas estabelecidas pelo comitê de ética em que esta pesquisa foi aprovada: Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, protocolo nº 89954618.6.0000.5317.
  • 3
    Para outros cursos de licenciaturas, as médias nacionais são: Pedagogia (31,7%), Geografia (42,0%), Biologia (42,2%), História (44,3%), Línguas (45,7%), Química (55,5%), Matemática (55,8%) e Física (62,5%) (INEP, 2015).
  • 4
    Os dados que compõem as amostras dos estudantes evadidos foram extraídos dos questionários do estudante evadido que aceitaram participar da pesquisa. Assim a totalidade da amostra desses questionários, conforme fora assinalada na metodologia, constituiu-se de 34 estudantes do curso diurno e 18 estudantes do curso noturno.
  • 5
    No caso do curso aqui tratado, a modalidade acadêmica, algumas vezes, se dá, por exemplo, para o curso de bacharelado em Educação Física, lotado na mesma unidade do curso de licenciatura, havendo a possibilidade de aproveitamento de boa parte das disciplinas cursadas (UFPEL, 2015).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Mar 2023
  • Data do Fascículo
    Sep-Dec 2022

Histórico

  • Recebido
    08 Fev 2022
  • Revisado
    13 Dez 2022
  • Aceito
    16 Dez 2022
Publicação da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior (RAIES), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e da Universidade de Sorocaba (UNISO). Rodovia Raposo Tavares, km. 92,5, CEP 18023-000 Sorocaba - São Paulo, Fone: (55 15) 2101-7016 , Fax : (55 15) 2101-7112 - Sorocaba - SP - Brazil
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