Editorial

Axel Didriksson: "El conocimiento, se ha convertido en un poder de generación de ganancias inconmensurables para unos cuantos, pero también en el contenido, método, lenguaje y técnica de una enorme multiplicidad de procesos y productos cada vez más accesibles y cotidianos, que están avanzando en un camino distinto a la prefiguración de cualquier ortodoxia pasada, ya sea si se cree en el capitalismo de un nuevo tipo o si se está en su contra, aún de la forma más radical que se pueda uno imaginar". Pedro Goergen: "Apesar de seus efeitos perversos, a atividade científica e suas inovações tecnológicas continuam transformando o mundo de forma impressionante. Paradoxalmente, no mesmo ritmo em que a humanidade parece aproximar-se da solução de seus problemas, cresce a ameaça da catástrofe. Nosso presente e futuro estão nas mãos da ciência e tecnologia, ironicamente, para o bem e para o mal". Carlos Cullen expõe o que chama de "dilema ético-político en la relación formación y conocimiento: O la formación puede esconder una forma de violencia, si no resiste a un pensamiento único, que pretender "formar" desde un conocimiento que entiende la crítica sin el peso del "estar" y con la ilusión de reducir toda alteridad a la mismidad-,O la formación manifiesta formas diversas de buscar el sujeto que piensa (el cogito) desde el estar, esa "tierra de nadie" que, por lo mismo es la de todos, y entonces el conocimiento, que "no se ve ni se toca, pero pesa", se sabe en clave intercultural, porque simplemente manifiesta formas de "estar-siendo", sin pretender "ser sin estar" y por lo mismo se sabe siempre vulnerable a la interpelación ética del otro en cuanto otro". Carlos Roberto Jamil Cury: "O Brasil tem dois desafios concomitantes e a resposta a ambos não pode ser dada pela oposição entre os níveis. O desafio da educação básica se impõe pelo resgate de um passado de omissão e por uma situação presente em que esse nível é cada vez mais exigido pela cidadania e pela presença consciente no âmbito da inserção profissional. Aqui, trata-se de sair do anacronismo para se chegar na contemporaneidade. Já o desafio da educação superior, além da formação profissional pertinente, é o de ser contemporânea no âmbito da ciência e da tecnologia". Augusto Pérez Lindo: "Las TIC no solo han alterado las compartimentaciones de las distintas culturas, no solo han reemplazado paulatinamente a miles de bibliotecas, no solo han permitido universalizar el acceso a todos los conocimientos sino que además interfieren activamente en la formación de nuevos imaginarios a través de sus productos y de las interacciones de los usuarios. Los usos del chat, de Facebook y del Twitter reflejan esta tendencia. Ha surgido un nuevo imaginario global que de manera a veces difusa y confusa moviliza a los individuos y a las masas". José Dias Sobrinho: "A torre de Babel contemporânea é feita da proliferação desenfreada da superprodução de informações. Sem controle do rigor científico e ético, fragmentadas e descontínuas, a grande maioria das informações desconexas e fracionadas não contribui para a compreensão da realidade humana, para o enriquecimento da cultura e para a formação intelectual consistente e crítica da população. A informação fragmentada e autofágica não se faz conhecimento. O saber que reduz a verdade à utilidade não se transforma em sabedoria". Norberto F. Lamarra: "Se está asistiendo a la generación de un nuevo proceso de "fraude", porque si los estudiantes de menor nivel social egresan ese tipo de instituciones de menor nivel de calidad - luego de un gran esfuerzo por parte de sus familias y de ellos mismos- sus títulos tendrán una más baja valoración en el mercado de trabajo; es decir, menos posibilidades ocupacionales y menores salarios. Este grave problema de desigualdad social agravada por los sistemas educativos y universitarios debe constituirse en centro de debate, de nuevas políticas y de profundas reformas e innovaciones en la educación superior latinoamericana". Jorge Bento: "Na cartilha do ímpeto destrutivo-reformista em vigor há termos como: criatividade, flexibilidade, adaptabilidade, abertura, mudanças fraturantes, etc. Estas palavras enlevam, mas camuflam as suas genuínas intenções. Convidam a aderir ao veloz e voraz e rejeitar o estável e durável, a apreciar o frenesim e desdenhar da serenidade, a optar por ligações e compromissos frouxos e ligeiros que a toda a hora possam ser abandonados. Rebaixam a defeitos e fatores de prejuízo os saberes sólidos, o vínculo e a fidelidade ao profundo e consistente, as atitudes e atos louváveis, as habilidades e virtudes confiáveis". Dilvo Ristoff: "Fica, assim, evidente que as políticas adotadas, embora lentas demais na sua execução aos olhos dos que delas precisam e dos indignados pela exclusão histórica, apontam para a direção correta: a educação superior brasileira está criando importantes oportunidades de mobilidade social para alunos trabalhadores, de baixa renda, pretos, pardos, indígenas e filhos de pai sem escolaridade, ampliando significativamente as energias criativas da nação". Waldemar Marques: "Os contrastes exacerbados são uma característica do país, desde sua fundação colonial, passando pelo império até o presente republicano. A geografia, os povos, as atividades econômicas, as culturas foram dando contorno ao Brasil de hoje altamente diferenciado. Não obstante este evoluir dentro de contrastes, a sociedade brasileira traz dentro de si algo altamente homogêneo: a exclusão. No decorrer dos séculos foi-se conformando uma sociedade altamente excludente. Em todos os aspectos estruturantes da sociedade brasileira esta exclusão se fez e se faz presente; a educação é um deles". Denise Leite: "Cabe refletir sobre uma ideia bastante específica: citar amigos e ampliar a rede de citações. Nesse caso, diria que a interlocução se restringe porque se torna mais fácil pesquisar e escrever para poucos, ainda que se obtenha repercussão limitada, muitas vezes apenas dos próprios orientandos ou ex-orientandos, e, às vezes, nem desses. Sem articular aquilo que se discute com argumentos externos apresentados por outros cientistas, de outras áreas de conhecimento ou lugares e contextos, a cientificidade ficaria também restrita, resguardada apenas pelos princípios teóricos ou citação de um ou outro autor estrangeiro ou nacional aceito pela área". Maria Isabel Cunha: "Poder-se-ia, certamente, apontar outras razões para compreender por que a universidade desperdiça a sua condição de aprendente. Em boa escala está certa soberba em relação ao seu papel social. Colocar-se como aprendente significa reconhecer a incompletude, um "não saber" que não é comum nos espaços escolarizados. Historicamente, alicerçada na compreensão da ciência moderna, o conhecimento válido é aquele que não admite duvidas e incertezas. Mostrar essa face institucional, no imaginário preponderante, significa fragilidade e uma condição não desejada". A revista Avaliação publicará na próxima edição, em março de 2015, o texto de Almerindo Janela Afonso que serviu de base para a Conferência de Encerramento deste Seminário Internacional.

Agradecemos profundamente aos conferencistas, palestrantes e autores que vieram de distantes terras (de Portugal, México, Argentina e Brasil) e nos brindaram com atualíssimas discussões e riquíssimos textos. Também são merecedores dos melhores agradecimentos os professores, estudantes e servidores da Uniso e de outras universidades que se empenharam para que o Seminário Internacional se realizasse a contento. Alguns deles são nominados a seguir: Comissão Organizadora: José Dias Sobrinho; Pedro Goergen; Waldemar Marques; Wilson Sandano (PPGE-Universidade de Sorocaba). Comitê Científico: Cristina Contera Rios (Universidad de La República); Maria Amélia Sabagg Zainko (Universidade Federal do Paraná); Márcia Regina Ferreira de Brito (Universidade Estadual de Campinas); Maria Angélica Rodrigues Martins (UNISANTOS); Gladys Beatriz Barreyro (Universidade de São Paulo); Nelson Cardoso Amaral (Universidade Federal de Goiás); Francisco López Segrera (Universidade Politécnica da Cataluña); Clarilza Prado Souza (PUC-São Paulo e Fundação Carlos Chagas); João Ferreira Oliveira (Universidade Federal de Goiás); Germano Rigacci Junior (PUC-Campinas).

Agradecimentos especiais a Capes/Paep, Cnpq, RAIES, Carta Consulta e Scielo, pelo apoio financeiro e divulgação.

José Dias Sobrinho

editor

Editorial

Esta edição especial da revista Avaliação reúne os textos que serviram de base para as conferências e palestras apresentadas no Seminário Internacional de Educação Superior, que teve como tema central "Formação e Conhecimento", realizado nos dias 26, 27 e 28 de outubro de 2014. A ideia orientadora consistiu em discutir as principais alterações semânticas que envolvem a "formação" e o "conhecimento", por meio de reflexões e análises de caráter filosófico, sociológico, ético-político etc.. Intelectuais universitários de distintos países e a partir de diferentes perspectivas colocaram em questão os mais recorrentes significados e papéis da formação e do conhecimento na educação superior, sob as determinações da economia neoliberal, global e de base informacional. A discussão de temas concernentes à formação de investigadores, profissionais e cidadãos se interligou a questões que dizem respeito às transformações vigentes nos modos de produção, distribuição e usos do conhecimento na chamada "sociedade do conhecimento". Questões centrais da agenda internacional das instituições de educação superior da contemporaneidade foram debatidas, dentre as quais mereceram destaque: Quais os significados mais comuns atribuídos ao termo "formação"? Quais as consequências advindas dessas conceituações para as práticas e as políticas educacionais e, num âmbito mais amplo, para a sociedade? Quais os papéis do conhecimento relativamente aos fins da educação? Quais as principais transformações nos modos de produção, distribuição e usos do conhecimento na chamada "sociedade do conhecimento"? Quais os impactos dessas transformações nos currículos, nas práticas escolares e na formação de professores? Para uma rápida ideia da riqueza do material que aqui entregamos ao leitor, segue uma brevíssima e vaga amostra de excertos colhidos nos artigos que compõem esta edição.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  03 Out 2014
• Data do Fascículo
  Nov 2014