A vegetação herbácea do cerrado brasileiro apresenta sistemas subterrâneos ricos em frutanos e estacionalmente expostos à restrição hídrica. A fim de avaliar o envolvimento dos frutanos na tolerância à dessecação foram conduzidos experimentos utilizando plantas intactas e fragmentos de rizóforos de Vernonia herbacea. O conteúdo de água nos rizóforos de plantas intactas foi mantido por 30 dias, quando as plantas foram molhadas a cada 7 ou 15 dias, sendo que as plantas permaneceram vivas até 60 dias sem água. O conteúdo total de frutanos, a razão oligo/polissacarídeos e a massa molecular média dos polissacarídeos nessas plantas aumentaram, indicando haver ocorrido despolimerização de moléculas com tamanho intermediário das cadeias. Nos fragmentos apicais de rizóforos submetidos à dessecação, os oligossacarídeos aumentaram em relação aos polissacarídeos, um dia após a excisão dos tecidos tratados. Essas alterações foram facilmente detectadas através dos perfis de oligossacarídeos analisados por HPLC, nos quais a proporção de frutose livre e de frutanos com GP 4 - 10 aumentou acentuadamente. Os resultados indicam que o metabolismo de frutanos está envolvido na tolerância à dessecação de Vernonia herbacea.
