A influenza representa um dos principais temores dentre as doenças re-emergentes. A gripe aviária tem demonstrado atualmente a grande capacidade de transmissão do agente etiológico, um vírus da família Orthomyxoviridae, associada a manifestações da enfermidade com alta patogenicidade. A grande capacidade de mutação deste vírus utilizando diferentes hospedeiros, denota a importância de ações integradas que visam monitorar sua presença em diferentes espécies. A infecção dos suínos determina uma preocupação adicional não apenas para a espécie mas, com possibilidades de mutação e adaptação do vírus aos seres humanos. Os fatores que determinam a patogenicidade dos diferentes subtipos virais devem ser bem compreendidos, pois as ferramentas utilizadas no controle da enfermidade, como vacinação, podem fomentar a mutação viral e com isto dificultar o controle ao invés de favorecê-lo. Esta revisão tem por objetivo caracterizar vários componentes envolvidos na manutenção do vírus em diferentes espécies, bem como os fatores envolvidos em sua evolução, sob a ótica da medicina da conservação, que é um capítulo da ciência que trata justamente das interações entre o ambiente, o ser humano e os animais, criando assim uma visão holística tanto do problema, como das ações coerentes e efetivas envolvidas na resolução do mesmo.